tag:blogger.com,1999:blog-82139676449310966352024-03-12T19:05:33.415-07:00TEACHING MAGNA ANNOTATEDThis site is a study of the principles of education based on the teaching of Comenius.VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-84034466286743582892020-10-08T13:04:00.001-07:002020-10-08T13:08:19.595-07:00PECADORES NAS MÃOS DE UM DEUS IRADO COMENTADO E AMPLIADO<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/aRBR3jWhII8" width="480"></iframe>VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-54882521249373907632020-10-08T13:02:00.001-07:002020-10-08T13:08:33.200-07:00PINTURAS DE CARAVAGGIO<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/lDouM_Z9JrY" width="480"></iframe>VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-22379424142745865722020-10-08T13:00:00.001-07:002020-10-08T13:08:51.410-07:00A CHINA E O ANTICRISTO<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/1k9wP12iyPs" width="480"></iframe>VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-71099985302512008032020-09-04T16:53:00.005-07:002020-09-05T17:08:58.914-07:00LIVRO: A GUERRA DOS MUNDOS - LIVRO I COM COMENTÁRIOS<p> <span style="color: #a6388c; font-family: Exo, sans-serif; font-size: 24px; font-weight: 700;">Sinopse</span></p><div class="book_single_summary-content" style="box-sizing: inherit; color: #585858; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 14px;"><p style="box-sizing: inherit; list-style: none; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;">Sempre gostei do gênero de ficção científica porque por meio dela damos asas a nossa imaginação sobre o que especulamos sobre o futuro em termos de avanço científico e principalmente sob a perspectiva de encontro entre a espécie humana e outra espécie superior a nossa. No campo da religião, os homens já vem se há milênios com a expectativa de um encontro com Deus e o temido Juízo Final. Com o advento do secularismo da sociedade e não do racionalismo, como se religião fosse sinônimo de irracionalidade, o secularismo e o ateísmo têm levado os homens desde o século XIX a imaginar um universo sem Deus e sem anjos, mas com outros seres que vivem em outros planetas e que este possível encontro possa ser amigável ou belicoso. Nos dias de H.G. Wells crenças em marciano estava no auge e sua obra foi publicada na hora certa da história. Aqui está o segredo de algumas obras literárias fazerem sucesso e outras somente ganham expressão gerações depois.</p><p style="box-sizing: inherit; list-style: none; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;">De fato o autor deixa transparecer uma lição moral na qual hoje a humanidade é senhor do planeta e muitas vezes tratam os animais sem respeito, e que um dia poderemos hipoteticamente encontrar seres que nos trate como animais. Como vai ficar???</p><p style="box-sizing: inherit; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Gostei também como Wells representou bem o caráter e a natureza humana, que diante do colapso, tende a agir pelo animalismo e desrespeitará as regras sociais, seguindo somente o instinto de sobrevivência. Neste estado alterado, matar e roubar não é visto como algo imoral para muitos que forem colocados sob pressão</p></div><img src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/337934/preview/cover_front_big.jpg?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1622156880&Signature=S20OAga5aK50laxEJ9GvZ8W%2BVpY%3D" /><br /><div><br /></div><div><br /></div><div>COMPRE NO LINK ABAIXO</div><div><br /></div><div>i<a href="https://clubedeautores.com.br/livro/a-guerra-dos-mundos-livro-i">https://clubedeautores.com.br/livro/a-guerra-dos-mundos-livro-i</a></div>VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-40015785122594433992016-12-04T14:33:00.001-08:002016-12-04T14:33:17.119-08:00LIVRO: 101 MARAVILHAS DE DEUS - VOLUME III101 Maravilhas de Deus Volume III faz parte de uma coleção em que o autor mostra evidências de que a vida procede de Deus e não da evolução, em toda forma de vida existe indícios de uma inteligência superior e não de uma evolução aleatória.<br />
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Este livro pode ser lido gratuitamente aqui, ou comprado na forma impressa ou e-book pelo amazon.com.br ou no clubedeautores.com.br<br />
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<div class="capa-do-livro left" style="background-color: white; color: #666666; float: left; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 14px; vertical-align: inherit;">
<img alt="Cover_front_perspective" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/223404/preview/cover_front_perspective.png?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1503605840&Signature=apYgX7V4%2FvUFo%2BNai1nLITg%2Ff34%3D" style="border: none; vertical-align: middle;" /></div>
<div class="descricao left" style="background-color: white; color: #666666; float: left; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 12px; overflow: hidden; padding-left: 17px; vertical-align: inherit;">
<b style="vertical-align: inherit;">Número de páginas:</b> 122<br />
<br style="vertical-align: inherit;" />
<b style="vertical-align: inherit;">Edição:</b> 1(2016)<br />
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<b style="vertical-align: inherit;">ISBN:</b> 978-1540731869<br />
<br style="vertical-align: inherit;" />
<b style="vertical-align: inherit;">Formato:</b> A5 148x210<br />
<br style="vertical-align: inherit;" />
<b style="vertical-align: inherit;">Acabamento:</b> Brochura c/ orelha<br />
<br style="vertical-align: inherit;" />
<b style="vertical-align: inherit;">Tipo de papel:</b> Offset 75g</div>
<div class="descricao left" style="background-color: white; color: #666666; float: left; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 12px; overflow: hidden; padding-left: 17px; vertical-align: inherit;">
<br /></div>
<div class="descricao left" style="background-color: white; color: #666666; float: left; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 12px; overflow: hidden; padding-left: 17px; vertical-align: inherit;">
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="https://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/pTadvJjKWImSx" style="border-color: rgb(204, 204, 204); border-style: solid; border-width: 1px; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"></iframe><br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/101-maravilhas-de-deus-volume-iii-69659362" target="_blank" title="101 MARAVILHAS DE DEUS - VOLUME III">101 MARAVILHAS DE DEUS - VOLUME III</a> </strong>de <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong></div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-91177470917704025942016-09-21T05:17:00.000-07:002016-09-21T05:17:02.450-07:00LIVRO: HISTÓRIA ECLESIÁSTICA DE EUSÉBIO COMENTADA<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 12px;">Lógico que Eusébio de Cesareia escreveu a história da Igreja de acordo com o seu ponto de vista, portanto não existe isenção total, nem devemos esperar isto de ninguém. Mas o valor da sua obra é inestimável, porque através destes dez livros de Eusébio que eu aglutinei em dois volumes nos enriquece com informações que estariam perdidas para sempre se não fosse o espírito empreendedor de Eusébio. Dentro do possível ele procurou ser fiel aos textos que ele tinha em mãos, coletando histórias e dados indispensáveis para entendermos o desenvolvimento do cristianismo nos primeiros séculos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span>
<img height="400" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/218233/preview/cover_front_big.jpg?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1497355571&Signature=QJy0B0tQZeNld3NoqpE7zB8Pp%2Fw%3D" width="281" /><br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/o0hxi8xCSDMsN9" style="border-width: 1px; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong> <a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/histria-eclesistica-de-eusbio-volume-i" target="_blank" title="HISTÓRIA ECLESIÁSTICA DE EUSÉBIO - VOLUME I">HISTÓRIA ECLESIÁSTICA DE EUSÉBIO - VOLUME I</a> </strong> de <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong> </div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-86326449974798682702016-08-01T11:13:00.000-07:002016-08-01T11:13:55.961-07:00LIVRO: OS AMIGOS DO LULALivro publicado e vendido pelo amazon.com.br ou clubedeautores.com
no formato impresso ou ebook. Pode ser lido gratuitamente abaixo pelo
slideshare.<br />
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<div class="capa-do-livro left">
<img alt="Cover_front_perspective" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/214207/preview/cover_front_perspective.png?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1492477621&Signature=GRRn5FompyQaxN%2F%2FKNgVGDDiatY%3D" />
</div>
<div class="descricao left">
<b>Número de páginas:</b>
120
<br />
<br />
<b>Edição:</b>
1(2016)
<br />
<br />
<b>ISBN:</b>
978-1535548472
<br />
<br />
<b>Formato:</b>
A5 148x210
<br />
<br />
<b>Coloração:</b>
Preto e branco
<br />
<br />
<b>Acabamento:</b>
Brochura c/ orelha
<br />
<br />
<b>Tipo de papel:</b>
Offset 75g<br />
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 5px;">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/CqTdVPsGCNg8q2" style="border-width: 1px; border: 1px solid #ccc; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/os-amigos-de-lula" target="_blank" title="OS AMIGOS DE LULA">OS AMIGOS DE LULA</a> </b> de <b><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></b> </div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-76196120652114760462016-08-01T11:12:00.002-07:002016-08-01T11:12:09.008-07:00FRASES DE COMÊNIO<strong>Frases de Comênio:</strong> <br /><br />"Deve-se começar a formação muito cedo, pois não se deve passar a vida a aprender, mas a fazer" <br /><br />"Age idiotamente aquele que pretende ensinar aos alunos não quanto eles podem aprender, mas quanto ele próprio deseja" VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-10462061524232807412016-04-20T18:08:00.002-07:002016-04-20T18:08:30.585-07:00LIVRO: O ANJO DE QUATRO PATAS<br />
<div class="capa-do-livro left" style="background-color: white; color: #666666; float: left; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; vertical-align: inherit;">
</div>
<span style="color: #666666; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12px; line-height: 24px;">Este livro pode ser comprado em vários sites da internet como o amazon.com e o link abaixo: </span><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">https://clubedeautores.com.br/book/196286--O_ANJO_DE_QUATRO_PATAS?topic=realismofantastico#.VxgH5PkrLIU</span></span><br />
<span style="color: #666666; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<div class="capa-do-livro left" style="background-color: white; color: #666666; float: left; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; vertical-align: inherit;">
<img alt="Cover_front_perspective" height="320" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/196286/preview/cover_front_perspective.png?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1484088591&Signature=rEFxzlyH%2FxT%2BvyobaHxj3cEWe1g%3D" style="border: none; vertical-align: middle;" width="190" /></div>
<div class="descricao left" style="background-color: white; color: #666666; float: left; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; overflow: hidden; padding-left: 17px; vertical-align: inherit;">
<b style="vertical-align: inherit;">Número de páginas:</b> 222 <br style="vertical-align: inherit;" /><br style="vertical-align: inherit;" /><b style="vertical-align: inherit;">Edição:</b> 1(2015) <br style="vertical-align: inherit;" /><br style="vertical-align: inherit;" /><b style="vertical-align: inherit;">ISBN:</b> 978-1518677663 <br style="vertical-align: inherit;" /><br style="vertical-align: inherit;" /><b style="vertical-align: inherit;">Formato:</b> A5 148x210 <br style="vertical-align: inherit;" /><br style="vertical-align: inherit;" /><b style="vertical-align: inherit;">Coloração:</b> Preto e branco <br style="vertical-align: inherit;" /><br style="vertical-align: inherit;" /><b style="vertical-align: inherit;">Acabamento:</b> Brochura c/ orelha <br style="vertical-align: inherit;" /><br style="vertical-align: inherit;" /><b style="vertical-align: inherit;">Tipo de papel:</b> Offset 75g</div>
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px;"><br />Esta é a história de um cão, um homem e um anjo. Talvez para você será apenas uma história fantasiosa sobre um animal de estimação, mas para mim, foi muito mais do que isto. Enquanto estou escrevendo estas palavras, o corpo sem vida do meu anjo está no carro, esperando para o sepultamento digno que farei amanhã a cem quilômetros daqui. Estou mergulhado em sentimentos como: agradecimento, gratidão, doces lembranças e nostalgia. Este livro pode ser classificado como realismo fantástico, porque parte do livro é expressão dos meus sentimentos e lembranças e parte do livro é sensorial, ao longo dos anos eu e a cadela conversávamos através do pensamento, por telepatia. As pessoas são livres para acreditarem ou não no que quiser, inclusive na história que eu vivi com a Doutora. Eva conversou com a serpente, Balaão com a mula e eu com um cachorro. Estas histórias são reais. As pessoas tem impulso de rejeitar o que não conhece. Não peço que acredite, apenas leia a minha história.</span><br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="https://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/t2spp8xwnKbeBj" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"></iframe><br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/o-anjo-de-quatro-patas" target="_blank" title="O ANJO DE QUATRO PATAS">O ANJO DE QUATRO PATAS</a> </strong>from <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong></div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-5952584004275144042016-04-15T19:50:00.001-07:002016-04-20T18:08:50.463-07:00LIVRO: TODOS OS TELEFONES DO PRESIDENTE LULA<div style="text-align: justify;">
Compre o livro TODOS OS TELEFONES DO PRESIDENTE LULA em várias livrarias virtuais como amazon.com, e clubedeautores.com.br no endereço abaixo:</div>
<div style="text-align: justify;">
https://clubedeautores.com.br/book/207470--TODOS_OS_TELEFONES_DO_PRESIDENTE_LULA#.VxGX-vkrLIU</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<img height="320" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/207470/preview/cover_front_big.jpg?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1483666753&Signature=Ac5SKITmsC3w5uepf6eRiXtOoa8%3D" width="225" /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 56.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 56.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;"> Este presente volume faz uma análise das ligações telefônicas que o juiz Sergio Moro retirou o sigilo do processo e permitiu que a sociedade brasileira tomasse conhecimento do complô que Lula, Dilma e a cúpula do Partido dos Trabalhadores tramavam contra o Brasil. Em seu plano de poder, o PT enriqueceu seus membros mais ilustres e arregimentava sua quadrilha na ralé da sociedade com seus exércitos paralelos como o MST, os ditos movimentos sociais, os sindicatos e grupos sanguessugas como a CUT (Central Única dos Trabalhadores). As revelações das conversas telefônicas deixaram o Brasil estarrecido com as manobras ilegais que o PT tramava para livrar Lula das mãos pesadas da justiça federal, em especial, da REPÚBLICA DE CURITIBA, pois daquela capital brasileira, uma força conjunta da Policia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, desvendou-se o maior esquema de corrupção da história do Brasil e mesmo da história da humanidade. O volume de dinheiro desviado do erário público e da Petrobrás trata-se de uma soma astronômica que bandidos mancomunados transferiram para sustentar a máfia do PT<o:p></o:p></span></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="https://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/qnyaMPxE0zkL8c" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"></iframe><br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/todos-os-telefones-do-presidente-lula" target="_blank" title="TODOS OS TELEFONES DO PRESIDENTE LULA">TODOS OS TELEFONES DO PRESIDENTE LULA</a> </strong>from <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong></div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-59111492744897789692016-04-02T19:50:00.001-07:002016-04-02T19:50:58.683-07:00LIVRO: VIDA DE ANTÃO COM COMENTÁRIOSO Escriba Valdemir Mota de Menezes publicou o livro VIDA DE ANTÃO COM COMENTÁRIOS. É um livro inspirador para quem deseja viver em profunda devoção a Deus. Você pode comprá-lo em diversas livrarias pela internet, ou se quiser pode ler o livro na íntegra logo abaixo.<br />
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<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> / </span><a href="http://www.clubedeautores.com.br/" style="line-height: 18.4px;"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">www.clubedeautores.com.br</span></a><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> / </span> <a href="http://www.amazon.com/" style="line-height: 18.4px;"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">www.amazon.com</span></a><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> </span><br />
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><br /></span>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<a href="http://mais.uol.com.br/escribavaldemir">http://mais.uol.com.br/escribavaldemir</a> <a href="https://play.google.com/"><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">https://play.google.com</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<a href="http://ebooksplace.pt/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://ebooksplace.pt/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> / </span><a href="http://busca.saraiva.com.br/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://busca.saraiva.com.br/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<a href="https://agbook.com.br/book/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">https://agbook.com.br/book/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> / </span><a href="http://bookmooch.com/m/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://bookmooch.com/m/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<a href="http://www.ebay.com/itm/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://www.ebay.com/itm/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> </span><a href="http://www.adlibris.com/fi/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http:/ / /www.adlibris.com/fi/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<a href="http://ukbooks.lt/lt/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://ukbooks.lt/lt/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> / </span><a href="http://pt.slideshare.net/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://pt.slideshare.net/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<a href="https://books.google.com.br/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">https://books.google.com.br/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> / </span><a href="https://pt.scribd.com/"><span style="color: blue; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">https://pt.scribd.com/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://www.abebooks.com/ www.lulu.com<o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://buscapdf.com.br/ </span><a href="http://documents.tips/"><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://documents.tips/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<a href="http://www.zoom.com.br/"><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://www.zoom.com.br/</span></a><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;"> https://loja.palavraacesa.net/books /<o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: 18.4px; margin: 0cm 56.65pt 10pt 0cm;">
<span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px;">http://www.bokus.com/<o:p></o:p></span></div>
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<div style="text-align: center;">
<img alt="Cover_front_medium" height="400" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/206050/preview/cover_front_medium.jpg?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1482503244&Signature=bQgx5WgHmxvj8jGFn3wXt%2B19LJ0%3D" width="282" /></div>
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<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px; text-align: justify;">O livro está repleto de relatos de milagres que acompanharam a vida de Antão, merecendo credibilidade pelo caráter crítico do seu biografo, o teólogo Atanásio. Antão desde cedo mostrava tendência a vida isolada e se distanciava da vida social, recusando-se mesmo ir a escola e sendo de família cristã era extremamente aplicado a obediência ao Evangelho. Desde cedo o Espirito Santo tocou-lhe sobre a necessidade de largar e desprezar as riquezas e prazeres deste mundo para se dedicar a vida de oração. Atanásio que era um fervoroso bispo cristão era aplicado a teologia dedicando toda a sua vida ao combate a seita dos arianos. Atanásio em seu combate a seita ariana, formulou como ninguém antes a teologia da Trindade, expondo de forma inequívoca pelas Escrituras que Deus é triúno. Antão e Atanásio eram cúmplices neste combate ao arianismo. Devemos a Atanásio o maravilhoso registro sobre a vida de Antão e graças a este registro, muitos cristãos foram influenciados pelo exemplo de vida deste servo de Deus.</span></div>
<div class="cXenseParse" style="background-color: white; vertical-align: inherit;">
<div style="color: #666666; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
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</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="https://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/I6j6h9pNZBRDUZ" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"></iframe><br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/vida-de-anto-com-comentrios" target="_blank" title="VIDA DE ANTÃO COM COMENTÁRIOS">VIDA DE ANTÃO COM COMENTÁRIOS</a> </strong>from <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong></div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-2783617584407836072016-03-11T16:19:00.001-08:002016-03-11T16:19:41.947-08:00LIVRO: O DIABO ESTÁ AO SEU LADOO Escriba Valdemir publicou este livro e pode ser comprado impresso ou em e-book no endereço abaixo, além de dezenas de outras editoras e livrarias virtuais. Pode ser lido na íntegra logo a seguir.<br />
<br />
https://www.clubedeautores.com.br/book/204955--O_Diabo_esta_ao_seu_lado?topic=desenvolvimento#.VuIzdfkrLIU<br />
<div style="text-align: center;">
<img alt="Cover_front_medium" height="320" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/204955/preview/cover_front_medium.jpg?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1480560891&Signature=RC6qM2ndcN9rvzDaKdyNfWHghg4%3D" width="225" /></div>
<div class="MsoNormal">
Tive inúmeras experiências com os demônios, e a cada dia tenho novas experiências. Ninguém passa por este mundo sem sentir por algum momento uma perturbação em sua vida. Um vulto que passou por trás de você, uma voz chamando seu nome e você não vê ninguém. Um pesadelo extremamente assustador. Um impulso maligno para fazer algo contrário a sua consciência. Muitas vezes uma voz, como se houvesse outra pessoa discutindo em sua mente com você, te tentando para fazer algo proibido. Cada um fazendo uma retrospectiva da sua vida perceberá que em alguns momentos uma presença maligna o cercou. Não tem como evitar isso. Aliás, quanto mais a pessoa se volta para Deus, mais chances ela terá de sentir o Mal lhe rondando, lhe cercando e espreitando sua vida, porque o Diabo não quer ninguém bem. <o:p></o:p></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="https://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/Az2i5LUeK0A87O" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"></iframe><br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/o-diabo-est-ao-seu-lado" target="_blank" title="O DIABO ESTÁ AO SEU LADO">O DIABO ESTÁ AO SEU LADO</a> </strong>from <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong></div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-2349592563914545822015-10-03T09:53:00.001-07:002015-10-03T09:53:00.976-07:00LIVRO: PT X CRISTIANISMOO Escriba Valdemir publicou este livro que você pode ler aqui na íntegra. São dezenas de capítulos falando das ideologias do Partido dos Trabalhadores que são contrárias aos ensinos da Bíblia. Não dá para a pessoa ser petista e cristão ao mesmo tempo. O livro pode ser adquirido impresso no endereço a seguir:<br />
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https://clubedeautores.com.br/book/194551--PT_X_CRISTIANISMO#.Vg_thflViko<br />
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<img height="400" src="https://s3.amazonaws.com/media.clubedeautores.com.br/downloads/books/194551/preview/cover_front_big.jpg?AWSAccessKeyId=02VTT47Q18YKJ450E5R2&Expires=1466780429&Signature=dKDvoiGTISHqB5nFJaMGyinplDk%3D" width="281" />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="510" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//pt.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/Iwwhiu456WLEMy" style="border-width: 1px; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="477"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong> <a href="https://pt.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/pt-x-cristianismo-53493424" target="_blank" title="PT X CRISTIANISMO">PT X CRISTIANISMO</a> </strong> from <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong> </div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-39979146392186738652015-07-29T19:29:00.000-07:002015-07-29T19:29:01.046-07:00LIVRE: ARCHÉOLOGIE BIBLIQUE - COMPLET<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.1999998092651px; line-height: 18.4799995422363px;">Scribe Valdemir publie un livre ARCHÉOLOGIE BIBLIQUE. 98 pages dans lequel nous analysons les histoires racontées dans la Bible et nous pouvons prouver la véracité d'entre eux. (Peut être acheté imprimé par: amazon.com, clubedeautores.com.br et autres libraires en ligne)</span><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="510" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//pt.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/mFTHY3q4KeU3bd" style="border-width: 1px; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="477"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong> <a href="https://pt.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR/archeologie" target="_blank" title="ARCHEOLOGIE BIBLIQUE">ARCHEOLOGIE BIBLIQUE</a> </strong> from <strong><a href="https://www.slideshare.net/ESCRIBAVALDEMIR" target="_blank">ESCRIBAVALDEMIR</a></strong> </div>
VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-29130067336349270472015-05-15T10:25:00.003-07:002015-05-15T10:32:14.669-07:00A CULPA É DO COMÊNIO?<div class="cabecalho" style="margin: 0px 0px 10px;">
<h1 style="clear: both; color: black; font-family: 'Myriad Pro', Arial, Helvetica, sans-serif; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: 45.5999984741211px; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px;">
<span style="font-size: small;">Se Comênio é o pai da Didática moderna, receio que ele é o culpado pelo fracasso da educação nos dias modernos. (Escriba Valdemir)</span></h1>
<h1 style="clear: both; color: black; font-family: 'Myriad Pro', Arial, Helvetica, sans-serif; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: 45.5999984741211px; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px;">
<span style="font-size: small;">Fonte:</span></h1>
<h1 style="clear: both; font-stretch: normal; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px;">
<span style="font-family: Myriad Pro, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-weight: normal; line-height: 45.5999984741211px;">http://revistaescola.abril.com.br/formacao/pai-didatica-moderna-423273.shtml</span></span></h1>
<h1 style="clear: both; color: black; font-family: 'Myriad Pro', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 38px; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: 45.5999984741211px; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px;">
Comênio, o pai da didática moderna</h1>
<h2 style="color: #333333; font-family: arial; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: 25.2000007629395px; margin: 0px 0px 12px; padding: 0px;">
O filósofo tcheco combateu o sistema medieval, defendeu o ensino de "tudo para todos" e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança</h2>
<div class="autor" style="color: #666666; font-family: arial; font-size: 11px; font-weight: bold; line-height: 21px;">
<span class="trocaautor">Márcio Ferrari <a href="mailto:novaescola@fvc.org.br" style="background-image: url(http://revistaescola.abril.com.br/css/imagens/cartinha.gif); background-position: 0px 3px; background-repeat: no-repeat; color: #666666; font-weight: normal; margin-left: 5px; padding-left: 15px; text-decoration: none;">(novaescola@fvc.org.br)</a></span></div>
</div>
<div class="content-tools" style="border-color: rgb(178, 178, 178); border-style: dotted; border-width: 1px 0px; clear: both; color: #333333; font-family: arial; font-size: 14px; height: 20px; line-height: 21px; margin: 0px 0px 10px; padding: 5px 0px;">
<div class="twitter-sharebox" style="float: left !important; height: 20px; overflow: hidden; width: 115px;">
<iframe allowtransparency="true" class="twitter-share-button twitter-tweet-button twitter-share-button twitter-count-horizontal" data-twttr-rendered="true" frameborder="0" id="twitter-widget-0" scrolling="no" src="http://platform.twitter.com/widgets/tweet_button.b169aa788731255dd55f1bb243b660e1.pt.html#_=1431710516872&count=horizontal&dnt=false&id=twitter-widget-0&lang=pt&original_referer=http%3A%2F%2Frevistaescola.abril.com.br%2Fformacao%2Fpai-didatica-moderna-423273.shtml&size=m&text=Com%C3%AAnio%2C%20o%20pai%20da%20did%C3%A1tica%20moderna%20%7C%20Pensadores%20de%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20%7C%20Nova%20Escola&url=http%3A%2F%2Frevistaescola.abril.com.br%2Fformacao%2Fpai-didatica-moderna-423273.shtml&via=nova_escola" style="height: 20px; position: static; visibility: visible; width: 88px;" title="Twitter Tweet Button"></iframe></div>
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?href=http://revistaescola.abril.com.br/formacao/pai-didatica-moderna-423273.shtml&width&layout=button_count&action=like&show_faces=true&share=true&height=21&appId=807020592665264" style="border-style: none; float: left; height: 21px; overflow: hidden; width: 200px;"></iframe><br />
<div class="google-plusone" style="float: left !important; height: 20px; overflow: hidden; width: 75px;">
<div id="___plusone_0" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-style: none; display: inline-block; float: none; font-size: 1px; height: 20px; line-height: normal; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 90px;">
<iframe data-gapiattached="true" frameborder="0" hspace="0" id="I0_1431710517291" marginheight="0" marginwidth="0" name="I0_1431710517291" scrolling="no" src="https://apis.google.com/u/0/se/0/_/+1/fastbutton?usegapi=1&size=medium&hl=pt-BR&origin=http%3A%2F%2Frevistaescola.abril.com.br&url=http%3A%2F%2Frevistaescola.abril.com.br%2Fformacao%2Fpai-didatica-moderna-423273.shtml&gsrc=3p&jsh=m%3B%2F_%2Fscs%2Fapps-static%2F_%2Fjs%2Fk%3Doz.gapi.pt_BR.t2YW0WoC2eE.O%2Fm%3D__features__%2Fam%3DAQ%2Frt%3Dj%2Fd%3D1%2Ft%3Dzcms%2Frs%3DAGLTcCMeslmGP61ftrhblcehP8B_eAtuUw#_methods=onPlusOne%2C_ready%2C_close%2C_open%2C_resizeMe%2C_renderstart%2Concircled%2Cdrefresh%2Cerefresh&id=I0_1431710517291&parent=http%3A%2F%2Frevistaescola.abril.com.br&pfname=&rpctoken=27899542" style="border-style: none; height: 20px; left: 0px; margin: 0px; position: static; top: 0px; visibility: visible; width: 90px;" tabindex="0" title="+1" vspace="0" width="100%"></iframe></div>
</div>
<div class="tools" style="float: right;">
<a class="thickbox btEnvie" href="http://revistaescola.abril.com.br/envie-email.shtml?keepThis=true&TB_iframe=true&height=490&width=450" rel="nofollow" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: url(http://revistaescola.abril.com.br/css/img/spt-icones.gif); background-origin: initial; background-position: 0px 4px; background-repeat: no-repeat; background-size: initial; color: #666666; display: inline; font-size: 12px; line-height: 16px; margin-left: 5px; padding: 2px 2px 2px 17px; text-decoration: none;">Envie por email</a> <a class="btImprima" href="https://www.blogger.com/null" rel="nofollow" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: url(http://revistaescola.abril.com.br/css/img/spt-icones.gif); background-origin: initial; background-position: 0px -44px; background-repeat: no-repeat; background-size: initial; color: #666666; display: inline; font-size: 12px; line-height: 16px; margin-left: 5px; padding: 2px 2px 2px 17px;">Imprima</a></div>
<div class="clear" style="clear: both;">
</div>
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<div class="paginacao" style="border-radius: 12px; border: 1px solid rgb(204, 204, 204); color: #666666; float: right; font-family: arial; font-size: 11px; font-stretch: normal; font-weight: bold; height: 16px; margin: 0px 0px 10px; padding: 2px 10px;">
<span class="paginas" style="float: left; padding-right: 3px;">Página <span class="atual" style="background-color: #999999; border-radius: 2px; color: white; display: inline-block; font-size: 14px; height: 16px; line-height: 16px; margin: 0px 5px; padding: 0px 3px;">1</span> de 4</span><a class="proxima" href="http://revistaescola.abril.com.br/formacao/pai-didatica-moderna-423273.shtml#" style="background-image: url(http://revistaescola.abril.com.br/css/img/spt-setas-paginador.gif); background-position: -36px 3px; background-repeat: no-repeat; color: #cc0000; display: block; float: left; font-size: 0px; height: 16px; line-height: 16px; padding-right: 3px; text-decoration: none; width: 18px;" title="Próxima página">></a><a class="ultima" href="http://revistaescola.abril.com.br/formacao/pai-didatica-moderna-423273.shtml?page=3" style="background-image: url(http://revistaescola.abril.com.br/css/img/spt-setas-paginador.gif); background-position: -55px 3px; background-repeat: no-repeat; color: #cc0000; display: block; float: left; font-size: 0px; height: 16px; line-height: 16px; padding-right: 3px; text-decoration: none; width: 18px;" title="Última página">>|</a></div>
<div class="texto" style="clear: both; color: #333333; font-family: arial; font-size: 14px; line-height: 21px;">
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<div class="caixa-sem-fio" style="float: left; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; margin: 0px 20px 13px 0px; padding-top: 6px;">
<div class="img-sem-caixa" style="clear: both; margin: 0px 20px 20px 0px;">
<img alt="Comênio. Foto: Corbis /Stock Photos" src="http://revistaescola.abril.com.br/img/historia/comenio.jpg" style="border: 0px !important;" /></div>
<div class="legenda-sem-caixa" style="border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; color: #222222; font-size: 11px; line-height: 16.5px; margin: -20px 0px 20px; padding: 10px 0px; width: 210px;">
<strong style="margin-right: 5px;">Comênio</strong></div>
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Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as pessoas - absolutamente todas - à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. De fato, essas idéias se consagraram apenas no século 20, e assim mesmo não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em pleno século 17 por Comênio (1592-1670), o pensador tcheco que é considerado o primeiro grande nome da moderna história da educação.<br />
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<img src="http://revistaescola.abril.com.br/img/capas/btn-tablet-pensadores.jpg" style="border: 0px;" /></div>
<a href="https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.abril.revnovaescolanotablet" style="color: #cc0000; text-decoration: none;" target="_blank"><img alt="Google Play" src="http://revistaescola.abril.com.br/img/geral/google-play-1.png" style="border: 0px; margin-bottom: 5px;" /></a><br />
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<br />
A obra mais importante de Comênio, Didactica Magna, marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. A obra, à qual o autor se dedicou ao longo de sua vida, tinha grande ambição. "Comênio chama sua didática de ‘magna’ porque ele não queria uma obra restrita, localizada", diz João Luiz Gasparin, professor do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá. "Ela tinha de ser grande, como o mundo que estava sendo descoberto naquele momento, com a expansão do comércio e das navegações."<br />
<br />
No livro, o pensador realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do cotidiano da sala de aula. A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades.</div>
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VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-89758531463877409202010-05-25T13:32:00.000-07:002010-05-25T13:36:02.554-07:00PROGRAMA COMENIUSinfornación copilada del site:<br />http://www.oapee.es/oapee/inicio/pap/comenius.html<br /><br /><br /><br />El Programa Comenius tiene por objeto reforzar la dimensión europea en el campo de la educación infantil, primaria y secundaria, promoviendo la movilidad y la cooperación entre centros educativos.<br /><br />Subvenciona las siguientes acciones descentralizadas gestionadas por la Agencia Nacional:<br /> <br /><br /> * Asociaciones escolares entre centros educativos con el fin de desarrollar proyectos educativos conjuntos para alumnado y profesorado<br /><br /> * Cursos de formación para profesorado y otro tipo de personal docente para contribuir a la mejora de la calidad de la educación infantil, primaria, y secundaria <br /><br /> * Ayudantías para futuros profesores y profesoras de cualquier materia para comprender mejor la dimensión europea en el proceso de enseñanza <br /><br /> * Visitas preparatorias para actividades de movilidad con vistas a desarrollar una asociación escolar <br /><br /> * Asociaciones Comenius-Regio entre instituciones locales y regionales con responsabilidad en la educación escolar para fomentar la cooperación interregional a nivel europeo.<br /><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1gQTD0kc1lWoKK3RgHtVmugJ-Bfjx73PS5bqofyh4kVthL2FZ9USe7K6SmanQ6YRLpF5zquKSQmPJ7bUSW-8JF64gb5ZBQJANCZNvaKvK8w-YVQEaybz5UoFl6bSWjzk7usEUoc_n5TOW/s1600/Logo_comenius.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 178px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1gQTD0kc1lWoKK3RgHtVmugJ-Bfjx73PS5bqofyh4kVthL2FZ9USe7K6SmanQ6YRLpF5zquKSQmPJ7bUSW-8JF64gb5ZBQJANCZNvaKvK8w-YVQEaybz5UoFl6bSWjzk7usEUoc_n5TOW/s320/Logo_comenius.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5475309109528331634" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /> También subvenciona las siguientes acciones centralizadas, gestionadas por la Agencia Ejecutiva para la Educación, los Medios audiovisuales y la Cultura<br /><br /> * Proyectos multilaterales para elaborar, promover y difundir las mejores prácticas en materia de educación, nuevos métodos y materiales didácticos, así como desarrollar, promover y difundir cursos de formación para el profesorado. <br /> * Redes multilaterales dirigidas a elaborar ofertas educativas en la disciplina o ámbito temático correspondiente, por propio interés o por el de la educación en un sentido más amplio. <br /> * Medidas de acompañamiento, para financiar actividades diversas no elegibles en las diferentes acciones, pero claramente encaminadas a conseguir los objetivos de Comenius y del Programa de aprendizaje permanente.VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-2178140663131978452009-03-17T20:17:00.001-07:002009-03-26T22:08:18.355-07:00INTRODUÇÃO A DIDÁTICA MAGNADIDÁTICA MAGNA<br /><br />COMENIUS<br /><br /><br /><br />Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos<br /><br />ou<br />Processo seguro e excelente de instituir, em todas as comunidades de qualquer Reino cristão, cidades e aldeias, escolas tais que toda a juventude de um e de outro sexo, sem excetuar ninguém em siveiarte alguma, possa ser formada nos estudos, educada nos bons costumes, impregnada de piedade, e, desta maneira, possa ser, nos anos da puberdade, instruída em tudo o que diz respeito à vida presente e à futura, com economia de tempo e de fadiga, com agrado e com solidez.<br />Onde os fundamentos de todas as coisas que se aconselham são tirados da própria natureza das coisas; a sua verdade é demonstrada com exemplos paralelos das artes mecânicas; o curso dos estudos é distribuído por anos, meses, dias e horas; e, enfim, é indicado um caminho fácil e seguro de pôr estas coisas em prática com bom resultado.<br /><br />A proa e a popa da nossa Didática será investigar e descobrir o método segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais; nas escolas, haja menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil, e, ao contrário, haja mais recolhimento, mais atrativo e mais sólido progresso; na Cristandade, haja menos trevas, menos confusão, menos dissídios, e mais luz, mais ordem, mais paz e mais tranqüilidade.<br /><br />(COMENIUS ESCREVEU VISANDO TAMBÉM QUE OS CRISTÃOS VIVEM MAIS INTENSAMENTE O CRISTIANISMO, APRENDESSE PARA VIVER O QUE CONHECEU. O LIVRO DE COMENIUS TAMBÉM VISAVA CRIAR METODOS QUE TORNASSE O TRABALHO DO PROFESSOR MENOS DESGASTANTE E QUE OS ALUNOS PUDESSEM RETER MAIS CONHECIMENTO. )<br /><br />Que Deus tenha piedade de nós e nos abençoe! Faça brilhar sobre nós a luz da sua face e tenha piedade de nós! Para que sobre esta terra possamos conhecer o teu caminho, ó Senhor, e a tua ajuda salutar a todas as gentes (Salmo 66, 1-2).<br /><br />(A CONSTANTE CITAÇÃO DE TEXTOS BÍBLICOS NOS FAZ ACREDITAR QUE A OBRA DE COMENIU NÃO É SOMENTE UMA OBRA SOBRE DIDÁTICA SECULAR, MAS UMA OBRA TEOLÓGICA. ASSIM CONSIDERO UMA OBRA TEOLÓGICA, QUANDO ELA TEM COMO EPICENTRO OU REFERÊNCIA A PALAVRA DE DEUS.)<br /><br />SAUDAÇÃO AOS LEITORES<br /><br />1. Didática significa arte de ensinar. Acerca desta arte, desde há pouco tempo, alguns homens eminentes, tocados de piedade pelos alunos condenados a rebolar o rochedo de Sísifo, puseram-se a fazer investigações, com resultados diferentes.<br /><br />(COMENIUS DEFINIU A DIDÁTICA COMO UMA ARTE DE SIMPLESMENTE ENSINAR, A PALAVRA DIDATICA É DE ORIGEM GREGA E SIGNIFICA ENSINAR)<br /><br /><br />2. Alguns esforçaram-se por arranjar compêndios apenas para ensinar mais facilmente, esta ou aquela língua. Outros procuraram encontrar os métodos mais breves para ensinar, mais rapidamente, esta ou aquela ciência ou arte. Outros fizeram outras tentativas. Quase todos por meio de algumas observações externas recolhidas com o método mais fácil, ou seja, com o método prático, isto é, a posteriori, como lhe chamam.<br /><br />(TODO PROFESSOR USA UM METODO PARA ENSINAR, OS METODOS SÃO VARIÁVEIS, MAS ALGUM TIPO DE METODO É APLCADO. ALGUNS ENSINADORES PREGUIÇOSOS PROCURAM O CAMINHO MAIS FÁCIL E NÃO MAIS EFICAZ.)<br /><br />2. Nós ousamos prometer uma Didática Magna, isto é, um método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar rapidamente, ou seja, sem nenhum enfado e sem nenhum aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para uns e para outros. E de ensinar solidamente, não superficialmente e apenas com palavras, mas encaminhando os alunos para uma verdadeira instrução, para os bons costumes e para a piedade sincera. Enfim, demonstraremos todas estas coisas a priori, isto é, derivando-as da própria natureza imutável das coisas, como de uma fonte viva que produz eternos arroios que vão, de novo, reunir-se num único rio; assim estabelecemos um método universal de fundar escolas universais.<br /><br />( COMENIUS FOI BASTANTE VISIONÁRIO AO PROMETER UM METODO UNIVERSAL CAPAZ DE ENSINAR TUDO A TODOS)<br /><br /><br /><br /><br />4. Na verdade, a promessa que fazemos é enorme e corresponde a um desejo muito vivo, mas podemos facilmente imaginar que haverá pessoas que nela verão mais um sonho que um propósito fundado na realidade. No entanto, quem quer que tu sejas, leitor, suspende o teu juízo, até que tenhas conhecido a substância das coisas; então terás a liberdade, não somente de julgar, mas também de te pronunciares. Com efeito, eu não desejo, para não dizer que não ambiciono, arrastar ninguém, com os artifícios da persuasão, a dar o seu assentimento a uma coisa que não oferece qualquer certeza. Mas, com toda a alma, advirto, exorto e suplico, a quem quer que olhe o nosso trabalho, que nele fixe o seu próprio olhar e que o fixe com toda a sua penetração, pois é o único meio de se não deixar perturbar pelas opiniões fascinantes de outrem.<br /><br />( O AUTOR APELA PARA QUE OS LEITORES DA SUA OBRA ABRAM A MENTE PARA APRENDER O SEU METODO REVOLUCIONÁRIO)<br /><br />5. O assunto é realmente da mais séria importância e, assim como todos devem augurar que ele se concretize, assim também todos devem examiná-lo com bom senso, e todos, unindo as suas próprias forças, o devem impulsionar, pois dele depende a salvação de todo o gênero humano. Que presente mais belo e maior podemos nós oferecer à Pátria que o de instruir e educar a juventude, principalmente quando, pelos costumes e pelas condições dos tempos atuais, a juventude, como diz Cícero [1], entrou num tal caminho que, com os esforços de todos, deve ser travada e refreada? Filipe Mclanchton, com efeito, escreveu que a educação perfeita da juventude é coisa um pouco mais difícil que a tomada de Tróia [2]. E S. Gregório Nazianzeno pensa da mesma maneira quando diz:<br /><br />( COMENIUS CITA MCLANCHTON QUE DISSE QUE A EDUCAÇÃO PERFEITA DA JUVENTUDE É MAIS DIFÍCIL DO QUE CONQUISTAR TRÓIA)<br /><br />isto é, a arte das artes está em formar o homem, o qual é o mais versátil e o mais complexo de todos os animais [3].<br /><br /><br />6. Ensinar a arte das artes é, portanto, um trabalho sério e exige perspicácia de juizo, e não apenas de um só homem, mas de muitos, pois um só homem não pode estar tão atento que lhe não passem desapercebidas muitíssimas coisas.<br /><br />(ENSINAR É FORMAR O HOMEM, A EDUCAÇÃO É ESSENCIAL PARA FORMAR O CARÁTER )<br /><br />7. É por isso que, com razão, peço aos meus leitores, mais ainda, em nome da salvação do gênero humano, suplico a todos aqueles que tiverem ocasião de lançar um olhar sobre a minha obra: primeiro, que não imputem à presunção o fato de ter havido alguém que, não apenas tenha tentado, mas ousado prometer levar a bom termo tão grande empresa, pois esta foi empreendida com um objetivo salutar. Segundo, que não desesperem se a experiência não resultar logo ao primeiro ensaio, e não der completamente os resultados desejados. É necessário, com efeito, que primeiro germinem as sementes das coisas; estas virão a seguir, gradualmente, segundo a sua natureza. Por mais imperfeita que seja a minha tentativa e não chegue a atingir o objetivo que eu me havia proposto, o meu exemplo trará, todavia, ao menos, a prova de que foi percorrida uma longa etapa que jamais havia sido percorrida e que o cume a escalar está mais próximo que até aqui. Enfim, peço aos meus leitores que prestem atenção, sejam corajosos e julguem com liberdade e perspicácia, como convém nas coisas da máxima importância. Dito isto, é meu dever, por um lado, indicar em poucas palavras aquilo que me proporcionou a ocasião de empreender este trabalho, e, por outro lado, resumir as principais características das novidades que ele contém, antes de o entregar, com inteira confiança, à boa fé e às ulteriores investigações de todos aqueles que julgam com sensatez.<br /><br />(APLICAR A ARTE DE ENSINAR EXIGE PACIÊNCIA DOS MESTRES, POIS OS RESULTADOS NÃO VIRAM DE IMEDIATO)<br /><br />8. Esta arte de ensinar e de aprender, levada ao ponto de perfeição que parece agora esforçar-se por atingir, foi, em boa parte, desconhecida nos séculos passados e, por esse fato, os estudos e as escolas curvavam ao peso de fadigas e de caprichos, de hesitações e de ilusões, de erros e de faltas, de tal maneira que apenas podiam adquirir, à força de lutar, uma instrução sólida, aqueles que tinham a felicidade de possuir uma inteligência divina.<br /><br />(CONFORME COMENIUS, QUANDO O METODO DE ENSINO NÃO É EFICAZ, MESMO ASSIM OS ALUNOS BRILHANTES CONSEGUEM UMA INSTRUÇÃO SÓLIDA)<br /><br />9. Mas, desde há algum tempo, Deus começou a propiciar-se do século nascente, verdadeiramente novo, direi quase uma aurora, e suscitou, na Alemanha, alguns homens de bem que, desgostosos com a confusão dos métodos utilizados nas escolas, se puseram a investigar um método mais curto e mais fácil para ensinar as línguas e as artes; depois dos primeiros vieram outros, e precisamente por isso alguns obtiveram sucesso maior que outros, como se revela evidente pelos livros e ensaios didáticos por eles publicados.<br /><br />(SEGUNDO COMENIUS DEUS PROPICIOU A ALEMANHA O SURGIMENTO DE HOMENS VOLTADO A ARTE DO ENSINO. DE FATO DEVEMOS A ALEMANHA O TRIBUTO DE HONRA POR HOMENS COMO GUTTEMBERG QUE INVENTOU A IMPRENSA E POR LUTERO QUE DIFUNDIU A DOUTRINA DO LIVRE PENSAMENTO E DO DIREITO DO HOMEM LER E ENTENDER A BIBLIA INDEPENDENTE DA INTERPRETAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA QUE TINHA O MONPÓLIO SOBRE O PENSAMENTO)<br /><br />10. Quero referir-me a Ratke [4], Lubin [5], Helwig [6], Ritter [7], Bodin [8], Glaum [9], Vogel [10], Wolfstirn [11] e àquele que deveria ser nomeado entre os primeiros, João Valentim Andrea [12] (o qual, assim como pôs a claro os males da Igreja e do Estado, assim também, aqui e além, nos seus escritos puros como ouro, mostrou os males das escolas e, em vários lugares, indicou os remédios), e a outros, se os há, os quais nos são ainda desconhecidos. A própria França começou a rebolar esse rochedo, quando Jean-Cécile Frey [13] publicou, em Paris, em 1629, uma excelente didática, sob o título Novo e rapidíssimo método que conduz às ciências divinas, às artes, às línguas e aos discursos improvisados.<br /><br />(COMENIUS LISTOU OS NOMES DE ALGUNS ILUSTRES PERSONAGENS QUE CONTRIBUIRAM PARA A EVOLUÇÃO DA DIDÁTICA, DANDO ENFASE A JOÃO VALENTIM ANDREA QUE EXPOS AS MAZELAS DO ESTADO E DA IGREJA)<br /><br />11. Tendo-se-me apresentado a ocasião de toda a parte, pus-me a ler os livros desses escritores; e se dissesse quanto prazer experimentei e como foram grandemente aliviadas as dores em mim provocadas pela ruína da minha pátria e pelo triste estado de toda a Germânia, ninguém me acreditaria. Comecei, na verdade, a esperar que a Providência divina não fazia coincidir em vão todos esses infortúnios, uma vez que, à ruína das velhas escolas correspondia, ao mesmo tempo, a eclosão de escolas novas no quadro de projetos novos. Com efeito, quem projeta construir um novo edifício começa habitualmente por aplanar o terreno, indo até à demolição do velho edifício, pouco cômodo e a ameaçar ruína.<br /><br />(O NOVO METODO DE ENSINO EXIGIRIA DESVINCULAR-SE DOS ANTIGOS METODOS )<br /><br />12. Este pensamento despertava em mim uma bela esperança acompanhada de um doce prazer; mas, a seguir, apercebi-me de que, pouco a pouco, a esperança se diluía, uma vez que, querendo desentulhar o terreno completamente, de baixo até cima, julgava não ser capaz de tão grande empresa.<br /><br />13. Por isso, desejando possuir informações mais completas sobre certos pontos e dar a minha opinião sobre alguns outros, escrevi a um, a um outro e depois a um terceiro dos autores atrás citados, mas em vão, pois, por um lado, quase todos guardaram ciosamente segredo a respeito das suas descobertas e, por outro lado, as minhas cartas foram-me devolvidas sem resposta, porque os destinatários eram desconhecidos no endereço indicado.<br /><br />14. Só um deles, o eminente J. V. Andrea, me respondeu, dizendo que, de bom grado, me daria quaisquer esclarecimentos, e encorajando a ousadia do meu empreendimento. Foi assim que, picado, por assim dizer, pela espora, me pus de novo a pensar mais freqüentemente neste trabalho e que, finalmente, um ardente amor do bem público me obrigou a tentar a empresa, começando pelos fundamentos.<br /><br /><br />(A FRASE:”ARDENTE AMOR AO BEM PÚBLICO!” É O QUE CARACTERIZA OS HOMENS QUE AJUDAM A MELHORAR A HUMANIDADE, OS HEROIS ENTRE OS HOMENS SÃO AQUELES QUE BUSCAM O BEM DO PRÓXIMO SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO.)<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhONxgYef1xw1h2je61hVUJYaCJ1LNyXV4pytonqMQwXxGHu0z8zv1aHEa0UnhHrJD-6PvlafYTQlJ9M5PjsQUFJe8hjK8jDtw7BMmMexSTM_-kgT25MZL8UVmuVeIxgCKRhn1gIWnUJ874/s1600-h/ENSINAR.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 208px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhONxgYef1xw1h2je61hVUJYaCJ1LNyXV4pytonqMQwXxGHu0z8zv1aHEa0UnhHrJD-6PvlafYTQlJ9M5PjsQUFJe8hjK8jDtw7BMmMexSTM_-kgT25MZL8UVmuVeIxgCKRhn1gIWnUJ874/s320/ENSINAR.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5317723882313929538" /></a><br />"COMENIUS FOI O PAI DA DIDÁTICA", SE PREOCUPOU COM A EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS.<br /><br /><br />15. Postas, portanto, de lado as descobertas, as opiniões, as observações e as advertências dos outros, decidi-me a refazer tudo por mim mesmo e a examinar o assunto e a procurar as causas, os métodos, os processos e os fins daquilo que, com Tertuliano [14], chamamos, se isso nos é licito, aprendizagem (discentia).<br /><br />(A BUSCA DO SABER E DA VERDADE, É UMA BUSCA INTERIOR QUE ALGUNS HOMENS ILUMINADOS POR DEUS, PROCURAM NA NATUREZA ENCONTRAR RESPOSTAS PARA AS SUAS PERTUBAÇÕES INTERIORES. É ISSO QUE CARACTERIZA OS GRANDES PENSADORES, LÍDERES E CIENTISTAS DA HUMANIDADE)<br /><br />16. Dai nasceu este meu tratado, onde o tema é, assim o espero, desenvolvido mais longamente e mais claramente do que nunca o foi até ao presente. Escrito inicialmente em vernáculo, para uso do meu povo, sai agora, a conselho de alguns homens eminentes, vertido em latim, para que, se possível, aproveite a todos.<br /><br />( ORIGINALMENTE O “DIDÁTICA MAGNA” FOI ESCRITO EM ALEMÃO, IDIOMA DO AUTOR E POSTEIORMENTE TRADUZIDO PARA O LATIM QUE ERA A LINGUA DOS ERUDITOS)<br /><br /><br />17. Com efeito, a caridade manda que o que Deus manifestou para salvação do gênero humano (assim fala o eminente Lubin da sua Didática [15], se não esconda dos mortais, mas se manifeste a todo o mundo. Efetivamente, é da natureza de todos os bens (continua o mesmo Lubin) que sejam comunicados a todos; e quanto mais é a riqueza e se põe em comum, tanto melhor é e tanto mais cabe a todos.<br /><br /><br />(O CONHECIMENTO DEVE SER DISSEMIDADO A TODOS E NÃO DEVE SER RESTRITO APENAS PARA “INICIADO” COM FAZEM ALGUMAS RELIGIÕES).<br /><br /><br />18. É também uma lei de humanidade que, se se conhece qualquer meio de ir em auxilio do próximo para o tirar das suas dificuldades, não se deve hesitar; sobretudo quando se trata, não de um homem só, mas de muitos, e não apenas de muitos homens, mas de muitas cidades, províncias e reinos e, digo até, do gênero humano inteiro, como é o caso presente.<br /><br />( COMENIUS DEFENDE QUE AS COISAS BOAS DEVEM SER DIFUNDIDA PARA TODA A HUMANIDADE, VEMOS QUE MUITAS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS MUITAS VEZES TEVE SUAS FÓRMULAS MANTIDA EM SECRETO PARA PODER GERAR LUCRO AO DETENTOR DE DETERMINADA TECNOLOGIA, É OBVIO QUE AQUELE HOMEM E EMPRESA QUE DEDICOU A PESQUISA DEVE SER JUSTAMENTE RECOMPENSADO PELAS DESCOBERTAS, MAS A GANANCIA NÃO PODE PRIVAR OS DEMAIS HOMENS DE SE BENEFICAR DA CIÊNCIA)<br /><br />19. Se, todavia, houver algum espírito tão impertinente que pense que é coisa estranha à vocação de um teólogo estudar os problemas escolares, saiba que esse escrúpulo pesou tão fortemente sobre o meu coração a ponto de o fazer sangrar. Apercebi-me, porém, de que não poderia libertar-me dele de outra maneira senão prestando homenagem a Deus e pedindo publicamente conselho a todos acerca de tudo aquilo que uma intuição divina me sugeriu.<br /><br />( A MISSÃO DO TEÓLOGO NÃO LIMITA-SE SOMENTE A TRATAR DE DEUS, MAS A RELAÇÃO DE DEUS COM O UNIVERSO E DE RETRATAR QUAL É A VONTADE DE DEUS PARA A HUMANIDADE E QUAL O PROPÓSITO DE TODAS AS COISAS. DAÍ QUE SER TEÓLOGO É TER UMA VISÃO PANORAMICA DE TODAS AS CIÊNCIAS, PORQUE DEUS É CRIADOR DE TUDO E NELE RESIDE A INFORMAÇÃO COMPLETA SOBRE TUDO E TODOS)<br /><br />20. Deixai-me, ó almas cristãs, falar-vos com toda a confiança! Quem me conhece muito de perto sabe muito bem que sou homem de fraca inteligência e quase de nenhuma instrução; e sabe também que choro os infortúnios da nossa época e desejo vivamente suprir, se isso é possível, quer com as minhas invenções, quer com as dos outros (todas as invenções derivam, de resto, do nosso bom Deus), a tudo o que nos falta de mais importante.<br /><br />( AO SE DEFINIR COMO HOMEM DE FRACA INTELIGÊNCIA, COMENIUS MOSTRA A PRINCIPAL CARACTERISTICA DO SÁBIO: “saber que não sabe nada”. SÁBIO É AQUELE QUE MANTÉM UMA POSIÇÃO HUMILDE SOBRE A CIÊNCIA, PORQUE NENHUMA MENTE HUMANA TERÁ RESPOSTA PARA TUDO).<br /><br />21. Se, portanto, encontrei agora alguma boa idéia, ela não deve ser minha, mas d’Aquele que costuma obter louvores da boca das crianças [16], e que, para se mostrar de fato fiel, veraz e benigno, dá a quem pede, abre a quem bate e oferece a quem procura (Luc., II, 9), porque até nós cumulamos de dons aqueles por quem deles fomos também cumulados. O meu Cristo sabe que tenho um coração tão simples que não há para mim diferença alguma entre ensinar e ser ensinado, advertir e ser advertido, entre ser mestre dos mestres (se me é lícito falar assim) e discípulo dos discípulos (se acaso posso esperar algum progresso).<br /><br />( ESTA É A VERDADEIRA EVOLUÇÃO DO HOMEM, A EVOLUÇÃO INTERIOR, A VERDADEIRA CIÊNCIA TORNA O HOMEM HUMILDE, A FALSA O ENCHE DE SOBERBA, FAZENDO COM QUE ELE PENSA SER DE FATO ALGUMA COISA IMPORTANTE, QUEM DERA EM NÓS HAJA O MESMO CORAÇÃO A QUAL COMENIUS DIVULGAVA E QUE ERA CAPAZ DIZER QUE TINHA UM CORAÇÃO TÃO SIMPLES QUE NÃO VIA DIFERENÇA ENTRE ENSINAR E SER ENSINADO, ENTRE ADVERTIR E SER ADVERTIDO).<br /><br />22. Por isso, as observações que o Senhor me concedeu fazer, eis que as ponho em público e em comum com todos.<br /><br />( COMENIUS CHAMA OS SEUS ENSINOS DE MERA “OBSERVAÇÕES”, NÃO CHAMANDO PARA SI O TÍTULO DE “DOGMA” QUE É ALGO MAIS PETRIFICADO, IMUTÁVEL.)<br /><br />23. Se alguém encontrar melhor, faça o mesmo, para não ser acusado pelo Senhor de colocar os seus dinheiros no cofre e de os esconder, pois o Senhor quer que os seus servos negoceiem, para que os dinheiros de cada um deles, postos no banco, rendam outros dinheiros (Luc., 19).<br /><br />(SURPREENDE-ME A HUMILDADE DE COMENIUS, A QUAL NÃO ATRIBUI A SUA OBRA, A ÚLTIMA PALAVRA, MAS QUE AQUELES QUE DESCOBRIREM MELHORES CAMINHO PARA A DIDÁTICA QUE AS DIVULGE, SOB PENA DE GUARDAR TESOUROS A QUAL DEVERIA TER COLOCADO PARA GERAR MAIS RIQUEZAS NO MERCADO DO CONHECIMENTO).<br /><br />É lícito, foi lícito e sempre será lícito procurar as coisas grandes. E nunca será em vão o trabalho começado em nome do Senhor.<br /><br />A TODOS AQUELES QUE PRESIDEM ÀS COISAS HUMANA,<br />AOS MINISTROS DE ESTADO, AOS PASTORES DAS IGREJAS,<br />AOS DIRETORES DAS ESCOLAS, AOS PAIS E AOS TUTORES,<br />SEJA DADA A GRAÇA E A PAZ DE DEUS, PAI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, NO ESPÍRITO SANTO<br /><br />( COMENIUA ENUMERA OS LIDERES POLÍTICOS, RELIGIOSOS, PROFESSORES PAIS E LIDERES EM GERAL COMO OS QUE PRESIDEM AS COISAS RELATIVA A HUMANIDADE). <br /><br />As duas mais excelentes obras da criação: o paraíso e o homem.<br />1. Deus, no princípio do mundo, criou o homem, plasmando-o com a terra, e colocou-o num paraíso de delícias, por Ele plantado no Oriente, não só para que o guardasse e cultivasse (Gênesis, 2, 15), mas também para que ele próprio fosse para o seu Deus um jardim de delícias.<br /><br />( O PARAÍSO E A HUMANIDADE SÃO AS MELHORES COISAS QUE DEUS CRIOU, SEGUNDO COMENIUS, OBSERVO QUE TAIS ASPECTOS DA CRIAÇÃO SE REFIRA APENAS A CRIAÇÃO VISÍVEL, MESMO ASSIM HÁ MARAVILHAS INFINITAS AO OBSERVARMOS O MICRO MUNDO (DA ORGANIZAÇÃO CELULAR) E O MACRO MUNDO ( DO UNIVERSO CELESTE).<br /><br />Comparação entre o homem e o paraíso.<br /><br />2. Na verdade, assim como o paraíso era a parte mais amena do mundo, assim o homem era a mais amada das criaturas. O paraíso foi plantado a Oriente; o homem, à imagem d’Aquele que teve origem desde o princípio, desde os dias da eternidade. No paraíso, cresceram todas as plantas belas para serem vistas, e deliciosas para serem comidas, escolhidas entre todas aquelas que estavam espa1hadas, aqui e além, por toda a terra; no homem, foram acumulados, por assim dizer, como num só monte, todos os elementos do mundo, todas as formas e todos os graus das formas, para que manifestasse toda a arte da divina sabedoria. O paraíso tinha a árvore da ciência do bem e do mal; o homem tem a mente para distinguir e a vontade para escolher o que existe de bem ou de mal. No paraíso, existia a árvore de vida; no homem, existe também a árvore da imortalidade, ou seja, a sabedoria de Deus, a qual colocou no homem raízes eternas (Eclesiástico, I, 16). Desse lugar de delícias, saía um rio, que regava o paraíso e depois se dividia em quatro ramos principais (Gênesis, 2, 10); no coração do homem, confluem vários dons do Espírito Santo, que vão irrigá-lo, e depois, do seu seio, brotam rios de água viva (S. João, 7, 38), isto é, no homem e por obra do homem, difunde-se, de vários modos, a sabedoria de Deus, como rios que se derramam em todas as direções. Isto é atestado também pelo Apóstolo, quando afirma que, por meio da Igreja, se torna manifesta aos principados e às potestades dos céus a multiforme sabedoria de Deus (Efésios, 3, 10).<br /><br /><br />(COMENIUS COMPARA O HOMEM AO PARAÍSO, O MELHOR DA NATUREZA MINERAL, VEGETAL E ANIMAL EM SEMELHANÇA AO HOMEM QUE REFLETE DEUS, INTERESSANTE ESTA COMPARAÇÃO DE COMENIUS, A TRÊS ANOS ATRÁS EU PLANTEI UM JARDIM DE 12 MIL METROS QUADRADOS E PASSEI A CULTIVAR A CADA 15 DIAS, ONDE PASSO O FIM DE SEMANA. ALI TENHO PLANTADO PELO MENOS UM EXEMPLAR DE CADA ÁRVORE FRUTÍFERA QUE CONSIGO A MUDA, E POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, ESTE CONTANTO COM A NATUREZA E NA COMTEMPLAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS ÁRVORES ATÉ O PONTO DELAS FRUTIFICAREM ME TEM FEITO SE APROXIMAR MAIS DE DEUS ).<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlqOEmwsKdlrQLapHP6lvbgRVJ1_35blbtIk_aB_3J7E5KziNTP__Mf-wQVF6FBkebkkwOo4TG-tKb0ggoG-0F1pPqaJqak5LGyWlfJINm0ZktrWGkgcrqWn-i48_tmj6Sj8LYjzVHMqUo/s1600-h/CRIANCAS+2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 248px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlqOEmwsKdlrQLapHP6lvbgRVJ1_35blbtIk_aB_3J7E5KziNTP__Mf-wQVF6FBkebkkwOo4TG-tKb0ggoG-0F1pPqaJqak5LGyWlfJINm0ZktrWGkgcrqWn-i48_tmj6Sj8LYjzVHMqUo/s320/CRIANCAS+2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5317728651384902050" /></a><br /><br /><br />"educar uma criança, é como plantar uma árvore, os frutos demoram a aparecer, mas é compensador"<br /><br />3. Verdadeiramente, portanto, cada homem é para o seu Deus um paraíso de delícias, se se mantém no lugar que lhe foi marcado. De modo semelhante, também a Igreja, que é a comunidade de todos os homens consagrados a Deus, é, muitas vezes, comparada, na Sagrada Escritura, ao paraíso, ao jardim e à vinha de Deus.<br /><br />(DEUS, HOMEM E UNIVERSO, ESTAS TRÊS PARTES DA VIDA, JÁ FORAM INTIMAMENTES LIGADAS UMA AS OUTRAS)<br /><br />Perda de ambos os paraísos<br /><br />4. Mas que desventura foi a nossa! Estávamos no paraíso das delícias corporais, e perdemo-lo; e, ao mesmo tempo, perdemos o paraíso das delícias espirituais, que éramos nós mesmos. Fomos expulsos para as solidões da terra, e tornamo-nos nós próprios uma solidão e um autêntico deserto escuro e esquálido. Com efeito, fomos ingratos para com aqueles bens, dos quais, no paraíso, Deus nos havia cumulado com abundância relativamente à alma e ao corpo; merecidamente, portanto, fomos despojados de uns e de outros, e a nossa alma e o nosso corpo tornaram-se o alvo das desgraças.<br /><br />(COM A CORRUPÇÃO DA NATUREZA HUMANA, PERDEMOS A HARMONIA COM A NATUREZA E COM DEUS, NOS DIZERES DE COMENIUS, FICAMOS NA SOLIDÃO).<br /><br />Deus lamenta-se disso.<br /><br />5. Acerca destes fatos, ouçamos um profeta, que fala alegoricamente a um rei de Tiro, soberbo e condenado a ser punido pela sua soberba: «Tu vivias no meio das delícias do paraíso de Deus; e o teu vestido estava ornado de toda a casta de pedras preciosas: o sárdio, o topázio, o jaspe, o crisólito, a cornelina, o berilo, a safira, o carbúnculo, a esmeralda, juntamente com objetos de ouro. Tímpanos e gaitas de foles foram preparados, no dia em que foste feito rei, para tocarem em tua honra. Tu eras um querubim e por isso te ungi como protetor (senhor das outras criaturas); por isso te fiz chefe; vivias no monte santo de Deus e caminhavas no meio de pedras preciosas incessantemente flamejantes. Andando pelos teus caminhos, eras perfeito desde o dia da tua assunção ao reino, até que foi encontrada em ti a iniquidade! Na multidão das tuas traficâncias, as tuas vísceras encheram-se de iniquidade e cometeste pecados. Por isso te expulsei do monte de Deus, te entreguei à ruína, etc. Quando o teu coração se encheu de soberba com a tua magnificência, tu perdeste a sabedoria, e eu lancei-te por terra, etc.» (Ezequiel, 28, 12 e ss.). Num momento da sua justa indignação, lançou-nos por terra e expulsou-nos, e assim, embora fôssemos como um jardim do Éden, doravante tornamo-nos como uma solidão do deserto.<br /><br />( O TEXTO CITADO POR COMENIUS É UMA COMPARAÇÃO ENTRE O REI DE TIRO E LÚCIFER, AMBOS CAIRAM DE UM ESTADO DE DELÍCIAS PARA UM DESGRAÇA, EM AMBOS OS CASOS A SOBERBA PRECEDE A QUEDA).<br /><br />Reconquista do nosso paraíso por meio da graça de Deus.<br /><br />6. Seja glorificado e louvado e honrado e bendito para sempre o nosso misericordioso Deus que, embora nos tenha abandonado por um certo tempo, todavia, não nos deixou na solidão eternamente; pelo contrário, manifestando a sua sabedoria, mediante a qual delineou o céu e a terra e todas as outras coisas, com a sua misericórdia fortificou, de novo, o seu abandonado paraíso, ou seja, o gênero humano; e assim, com o machado e a serra e a foice da sua lei, cortadas pelo pé e podadas as árvores meio mortas e secas do nosso coração, aí plantou novos rebentos escolhidos no paraíso celeste; e para que estes pudessem pegar e crescer, irrigou-os com o seu próprio sangue, e nunca mais deixou de os regar com vários dons do seu Espírito Santo, que são como que arroios de água viva; e mandou também os seus operários, jardineiros espirituais, a tratar com cuidado fiel a nova plantação de Deus. Efetivamente, assim fala Deus a Isaías e, na pessoa dele, a outros: «Pus as minhas palavras na tua boca e protegi-te com a sombra da minha mão, para que plantes os céus e fundes a terra e digas a Sião: o meu povo és tu» (Isaías, 51, 16).<br /><br />A Igreja reverdece o paraíso.<br /><br />7. Verdeja, portanto, outra vez, o jardim da Igreja, delícia do coração divino, como de novo diz Isaías (51, 3): «O Senhor consolará, pois, Sião, e consolará todas as suas ruínas; e transformará o seu deserto num lugar de delícias e a sua solidão num jardim do Senhor. Ai haverá gozo e alegria, ação de graças e vozes de louvor». E em Salomão: «Jardim completamente fechado, irmã minha, minha esposa; jardim completamente fechado, fonte selada. As tuas plantas formam um jardim de delícias cheio de toda a qualidade de romãs, de frutos de cipre e de nardo, etc.» (Cântico dos Cânticos, 4, 12-13). Responde-lhe a esposa, a Igreja: «Tu, a fonte dos jardins, o poço das águas vivas, que com ímpeto correm do Líbano! Levanta-te, aquilão, e vem tu, vento do meio-dia, assopra de todos os lados no meu jardim, e espalhem-se os seus aromas. Que o meu amado venha para o jardim e coma as suas frutas preciosas» (Ibid., 15, 16 e 17).<br /><br />(DEUS SEMPRE TEM UM NOVO FÔLEGO PARA DÁ PARA OS SEUS SERVOS E RENOVA SUA IGREJA PARA QUE PRODUZA BONS FRUTOS)<br /><br />Com o andar do tempo, porém, as plantas murcham.<br /><br />8. Mas, verdadeiramente, esta nova plantação teve um sucesso correspondente às esperanças nela depositadas? Todos os rebentos crescem bem? Todas as árvores as plantas da nova plantação produzem nardo e açafrão, ou mirra, ou aromas, ou frutos preciosos? [1]. Ouçamos a voz de Deus, que fala à sua Igreja: «Eu plantei-te, ó vinha, com sarmentos todos de boa qualidade. Como, pois, degeneraste para mim, convertendo-te em vinha bastarda?» (Jeremias, 2, 21). Eis Deus que se lamenta, dizendo que também esta nova plantação se abastardou!<br /><br />(COMENIUS, EM SEU DISCURSO SOBRE O PECADO E CORRUPÇÃO DA NATUREZA HUMANA, FALA QUE MESMO A IGREJA, QUE É A VINHA DE DEUS E QUE NELA ELE PLANTOU ÁRVORES E PLANTAS QUE ERAM PARA DÁ FRUTOS E FLORES, AINDA ALI, DEUS ENCONTRA ESPINHOS, MATO E ERVAS DANINAS).<br /><br />Queixas de Deus e dos homens sábios acerca deste assunto.<br /><br />9. A Sagrada Escritura está cheia de queixas semelhantes: estão cheios de todo o gênero de confusão os olhos de todos aqueles que alguma vez se dispuseram a examinar as condições humanas e também as da Igreja. O mais sábio dos homens, Salomão, refletindo profundamente em tudo o que acontece sob o sol, mesmo nas coisas por ele mesmo pensadas, ditas e feitas, começou a deplorar que «nunca se lhe apresentasse à mente outra coisa senão vaidade e desordem; que as perversidades se não pudessem corrigir e os defeitos enumerar» (Eclesiastes, I, 15). De tal maneira que até «a verdadeira sabedoria é uma aflição do espírito e multiplica a indignação e a desgraça» (Ibid., 8).<br /><br />( COMENIUS DE POSSE DE TEXTOS BÍBLICOS, SABIAMENTE ENFATIZA QUE O RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO DEPLORÁVEL É O PRINCÍPIO PARA QUE O HOMEM SE ENCONTRE E SE DESCUBRA, MESMO A IGREJA{OS CRISTÃOS, OS CRENTES, OU OS EVANGÉLICOS} NÃO TEM O QUE SE GLORIAR MORALMENTE).<br /><br />Porque é que o povo não se cura destas coisas.<br /><br />10. Com efeito, assim como quem ignora que tem uma doença, não a cura; quem não sente dores, não se lamenta; quem não se apercebe do perigo, não se arrepia, mesmo que esteja sobre um abismo ou sobre um precipício; assim também não é de admirar que as desordens, que corroem o gênero humano e a Igreja, não façam impressão a quem as não considera. Mas quem se vê a si mesmo, e os outros, cobertos de infinitas manchas, e sente já que as suas úlceras e as dos outros supuram cada vez mais, e tem o nariz cheio do terrível odor que delas sai; quem se vê a si e aos outros estar no meio de pericolusíssimas voragens e despenhadeiros, e girar entre laços tensos; mais ainda, quem se vê conduzido por precipícios ininterruptos, e que este e aquele se precipitaram já, é difícil que não se arrepie, que não se sinta aterrado, que não morra de dor.<br /><br /><br />( O PIOR DEFEITO DO SER HUMANO É A FALTA DE RECONHECIMENTO DA SUA CONDIÇÃO DEPLORAVEL MORAL E ESPIRITUAL. A CADA INVENÇÃO, A CADA TECNOLÓGIA, OS ARAUTOS DO HUMANISMO PREGAVAM QUE AGORA A HUMANDADE ALCANÇARIA UM ESTÁGIO DE IGUALDADE, LIBERDADE E PAZ. MAS O QUE VEMOS É CADA VEZ MAIS AUMENTANDO O ABISMO ENTRE OS HOMENS, ENTRE AS CLASSES SOCIAIS. CADA UM PRECISA ENXERGAR PARA DENTRO E SI E VÊ O SER HUMANO PODRE QUE É. COMO DIZ COMENIUS É COMO ALGUÉM QUE TEM UMA DOENÇA E A IGNORA, COM CERTEZA NÃO PROCURARÁ A CURA)<br /><br /><br />Demostra-se por indução que tudo o que nos pertence está pervertido e depravado.<br />11. Na verdade, do que existe em nós ou do que a nós pertence, haverá algo que esteja no seu devido lugar ou no seu estado? Nada, em parte alguma. Invertido e estragado, tudo está destruído ou arruinado. No lugar da inteligência, pela qual deveremos igualar os anjos, está, na maior parte de nós, uma estupidez tão grande que, precisamente como os animais brutos, ignoramos até as coisas que mais necessidade temos de saber. No lugar da prudência, pela qual, sendo nós destinados à eternidade, deveremos preparar-nos para a eternidade, está um tão grande esquecimento, não só da eternidade, mas até da morte, que a maior parte dos homens são presa de coisas terrenas e passageiras e até de iminentíssima morte. No lugar da sabedoria celeste, pela qual nos fora concedido reconhecer e venerar os aspectos ótimos das coisas ótimas e saborear, por isso, os seus frutos dulcíssimos, está uma repugnantíssima aversão àquele Deus que nos dá a vida, o movimento e o ser [2], e uma estultíssima irritação contra a sua divina potência. No lugar do amor mútuo e da mansidão, estão ódios recíprocos, inimizades, guerras e carnificinas. No lugar da justiça, está a iniquidade, a injustiça, as opressões, os furtos e as rapinas. No lugar da castidade, está a impureza e a obscenidade dos pensamentos, das palavras e das ações. No lugar da simplicidade e da veracidade, estão as mentiras, as fraudes e os enganos. No lugar da humildade, está o fausto e a soberba de uns para com os outros.<br /><br />( A HAMARTIOLOGIA DEFENDIDA POR COMENIUS É BÍBLICA, QUANDO ELE RETRATA QUE O PECADO ESTRAGOU NÃO SOMENTE O SER HUMANO, MAS AS COISAS QUE LHE PERTENCE, O HOMEM CRIOU A ARMA NUCLEAR A PRINCIPIO PARA USO NA MEDICINA, MAS LOGO FOI USADA COMO PODER DESTRUIDOR. A SIMPLES FACA QUE ERA PARA SER UM IMPORTANTE INSTRUMENTO DE COZINHA, JÁ FOI ARMA QUE CEIFOU TANTAS VIDAS, O MAL QUE ESTA NO HOMEM SE PROPAGOU TAMBÉM PARA AS COISAS QUE LHE PERTENCE).<br /><br />E nós estamos completamente perdidos.<br /><br />12. Ai de ti, infeliz geração, que degeneraste tanto! «O Senhor olha do céu para os filhos dos homens, para ver se há quem tenha prudência e busque a Deus. Todos à uma se extraviaram e se perverteram; não há quem faça o bem, não há sequer um» (Salmo <br /><br />13, 2-3). Mesmo aqueles que se apresentam como guias de outros seguem por caminhos maus e tortuosos; aqueles que deveriam ser portadores de luz, na maioria das vezes, difundem trevas. Efetivamente, se, aqui ou além, há um pouquinho de bem e de verdade, é mutilado, débil e disperso, não passando de uma sombra, de uma opinião, se se confronta com aquilo que verdadeiramente deveria ser. Se há alguém que se não aperceba disto, saiba que sofre de vertigens: os sábios, contemplando as coisas que lhes dizem respeito e as alheias, não com os óculos das opiniões comuns, mas com a luz clara da verdade, vêem aquilo que vêem.<br /><br /><br />(A DECADÊNCIA MORAL HUMANA É LATENTE, PERMANENTE, TODOS ESTÃO DEBAIXO DA MESMA CONDIÇÃO MISERÁVEL DO PECADO QUE IGUALA TODOS OS HOMENS NA MESMA NATUREZA, MESMO AQUELES QUE SE DISPÕEM A CONDUZIR ESPIRITUALMENTE OS OUTROS)<br /><br />Duplo conforto:<br /><br />1 - O Paraíso eterno.<br /><br />13. Resta, todavia, para nós um duplo conforto. Primeiro: Deus prepara para os seus eleitos o paraíso eterno, onde readquirirão a perfeição e até uma perfeição mais plena e mais sólida que aquela primeira perfeição, agora perdida. Nesse paraíso habita Cristo (Lucas, 23, 43), a ele foi arrebatado Paulo (Coríntios, II, 12, 4), e João pôde ver a sua glória (Apocalipse, 2, 7 e 21, 10).<br /><br />( A ESPERANÇA ETERNA É O PRINCÍPIO NA QUAL DEVEMOS ALICERCAR NOSSA FÉ, DEVEMOS TER EM MENTE QUE A PRINCIPAL FINALIDADE DESTA VIDA É SERVIR DE TRAMPOLIM PARA OS FIÉIS CHEGAREM AO PARAÍSO. NOSSA ESPERANÇA MAIOR É ESPIRITUAL E FUTURA)<br /><br />Também aqui, de tempos a tempos, se pode renovar o paraíso da Igreja.<br /><br />14. O segundo conforto vem do fato de que Deus, costuma renovar, de tempos a tempos, mesmo aqui na terra, a sua Igreja, e transformar os desertos num jardim de delícias, como o mostram precisamente as promessas divinas acima referidas. Sabemos que, destas transformações, algumas foram feitas de modo solene: depois da Queda; depois do Dilúvio; depois da entrada do povo hebreu na terra de Canaan; no tempo de David e no tempo de Salomão; depois do regresso da Babilônia e da reedificação de Jerusalém; depois da ascensão de Cristo ao céu e da pregação do Evangelho aos gentios; no tempo de Constantino e em outras ocasiões. Se, porventura, também agora, após os furores de guerras tão atrozes e após tão grandes devastações de nações, o Pai das misericórdias se prepara para nos olhar com uma face mais benigna, somos obrigados a caminhar ao encontro de Deus e a concorrer também nós para o aperfeiçoamento da nossa vida, segundo os modos e os caminhos que nos mostrar o mesmo sapientíssimo Deus, o qual ordena tudo conforme os seus caminhos.<br /><br />(UMA OBSERVAÇÃO HISTÓRICA DE COMENIUS, É DE GRANDE VALIA, POIS QUE A HUMANIDADE E A IGREJA, ELA NÃO TEM UM DESENVOLVIMENTO LINEAR, NEM EM ASCENÇÃO, MAS EM ONDAS, EM CERTOS TEMPOS A HUMANIDADE E O POVO DE DEUS ESTÃO FLORESCENDO, EM OUTROS TEMPOS, SOFRE DAS INTEMPÉRIES DO TEMPO, SÃO ONDAS DE PROGRESSO E REGRESSO).<br /><br />O modo mais eficaz desta renovação fornece-a uma reta formação da juventude.<br /><br />15. Um dos primeiros ensinamentos, que a Sagrada Escritura nos dá, é este: sob o sol não há nenhum outro caminho mais eficaz para corrigir as corrupções humanas que a reta educação da juventude. Com efeito, Salomão, depois de ter percorrido todos os labirintos dos erros humanos e de se ter lamentado porque se não podiam corrigir as perversidades e enumerar os defeitos dos homens, volta-se finalmente para os jovens, suplicando-lhes «que se lembrem do seu Criador nos dias da juventude e O temam e observem os mandamentos, porque isto é o essencial para o homem» (Eclesiastes, 12, 13). E noutro lugar diz: «Instrui o jovem no caminho que deve seguir, e ele não se afastará dele, mesmo quando for velho» (Provérbios, 22, 6). E por isso David diz: «Vinde filhos, ouvi-me, eu vos ensinarei o temor de Deus» (Salmo 33, 11). Mas também o próprio David celeste e o autêntico Salomão, o Filho eterno de Deus, enviado do céu para regenerar a humanidade, nos ensinou, como que levantando o dedo, o mesmo caminho, quando disse: «Deixai vir a mim as criancinhas, e não as afasteis de mim, porque é delas o reino dos céus» (Marcos, 10,14). E a nós disse: «Se não vos converterdes e vos não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus» (Mateus, 18,3).<br /><br />(SABIAMENTE COMENIUS EXTRAI DAS ESCRITURAS SAGRADAS A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS NO BOM CAMINHO, FAZENDO ASSIM OS RESULTADOS SÃO MELHORES, DO CONTRÁRIO, TENTAR REFORMAR O HOMEM ADULTO SAI MAIS CARO E OS RESULTADOS QUASE SEMPRE PÍFIOS).<br /><br />As crianças não são apenas o objeto, mas também o exemplar da verdadeira regeneração<br /><br /><br /><br />"escola para crianças é melhor do que presídios para adultos."<br /><br />16. Mas que palavras são estas?! Ouvi-as bem e examinai-as atentamente todos, para ver que coisa queria dizer o Mestre e Senhor de todos. Como proclama que só as criançinhas são merecedoras do reino de Deus, admitindo a participar na herança apenas os homens que se tenham tornado semelhantes às criancinhas! Oxalá vós, diletas criancinhas, possais entender este vosso celeste privilégio! Eis no que ele consiste: é vosso o resto de dignidade que ficou ainda no gênero humano, ou seja, o direito que ele tem ainda á pátria celeste! (Cristo é vosso, vossa é a santificação do Espírito, vossa a graça de Deus, vossa a herança da vida futura; sim, tudo isto é vosso, pertence-vos a vós particularmente e infalivelmente, pertence mesmo só a vós, a não ser que qualquer outro, convertendo-se, se torne como vós. Eis que nós, adultos, que julgamos que só nós somos homens e vós sois macaquinhos, só nós sábios e vós doidinhos, só nós faladores inteligentes e vós ainda não aptos para falar, eis que, enfim, somos obrigados a vir à vossa escola! Vós fostes-nos dados como mestres, e as vossas obras são dadas às nossas como espelho e exemplo!<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTw1wnL4qFlS22trAGdPK_KyA08GKAs1efSAm-m5Ank5VbDZHlA1xSlmtsdKQazKTQlUYAMC9F-MHVJtofszII8MtD04aTZSY6F8tTrmM1n7IE3zHBPJKKTR47lh3DwUxMX76wWIa6DnZK/s1600-h/criancas.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 238px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTw1wnL4qFlS22trAGdPK_KyA08GKAs1efSAm-m5Ank5VbDZHlA1xSlmtsdKQazKTQlUYAMC9F-MHVJtofszII8MtD04aTZSY6F8tTrmM1n7IE3zHBPJKKTR47lh3DwUxMX76wWIa6DnZK/s320/criancas.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5317724325915437970" /></a><br />A SIMPLICIDADE DAS CRIANÇAS É A PORTA ABERTA PARA UMA BOA APREDIZAGEM<br /><br /><br />(QUANDO ADULTO O SER HUMANO CRIA MAIS RESISTÊNCIA AO APRENDIZADO DO QUE A CRIANÇA, O ADULTO POR JÁ TER ALGUM CONHECIMENTO PRÉVIO E POR FAZER COMPARAÇÕES COM O QUE SABE COM A MATÉRIA QUE ESTA APREENDENDO, FILTRA OS ENSINAMENTOS, CRIANDO BARREIRA MENTAL PARA A APRENDIZAGEM, ENQUANTO A CRIANÇA EM SUA PUREZA E INOCÊNCIA RECEBE COM A MENTE E O CORAÇÃO O QUE OUVE. JESUS DISSE QUE DEVEMOS APRENDER, RECEBER OS ENSINOS COMO UMA CRIANÇA).<br /><br />Porque é que Deus tem em tanta consideração as criancinhas.<br /><br />17. Se alguém quiser saber porque é que Deus tem em tão grande consideração as criancinhas e as aprecia tanto, por mais que reflita, não encontrará uma razão mais forte que esta: as criancinhas têm todas as faculdades mais simples e mais aptas para receber os remédios que a misericórdia divina oferece para a cura das coisas humanas, em estado tão deplorável. Com efeito, embora a corrupção, produzida pela queda de Adão, tenha invadido toda a substância do nosso ser, todavia, uma vez que Cristo, segundo Adão, enxertou de novo em si mesmo, árvore da vida, a natureza humana, e não é excluído senão quem se exclui a si mesmo pela sua própria incredulidade (Marcos, 16, 16) (a qual não pode ainda verificar-se nas criancinhas), resulta que as criancinhas, não estando ainda novamente manchadas, nem pelos pecados nem pela incredulidade, são proclamadas herdeiras da herança patrimonial do reino de Deus, desde que saibam conservar a graça de Deus já recebida e manter-se limpas do mundo. Além disso, estas coisas podem ensinar-se mais facilmente às crianças que aos outros, pois não estão ainda dominadas pelos maus hábitos.<br /><br />(A INCREDULIDADE DO ADULTO É QUE CRIA A RESISTÊNCIA A APRENDIZAGEM, AS CRIANÇAS SÃO MAIS SIMPLES, OUVEM COM FÉ, POR ISSO NÃO SE DEVE ABUSAR DESTA INGENUIDADE INFANTIL E ENSINAR MENTIRAS E MITOS QUE MAIS TARDE IRÃO DECEPCIONA-LAS COM OS ADULTOS, MENTIRAS COMO PAPAI NOEL E COELHINHO DA PÁSCOA)<br /><br />Porque nos obriga a nós, adultos, a ir junto das crianças.<br /><br />18. Cristo ordena que nós, adultos, nos convertamos para que nos façamos como criancinhas, isto é, para que desaprendamos os males que havíamos contraído com uma má educação e aprendido com os maus exemplos do mundo, e regressemos ao primitivo estado de simplicidade, de mansidão, de humildade, de castidade, de obediência, etc. E, na verdade, uma vez que não há coisa mais difícil que desabituar-se daquilo a que se estava habituado (com efeito, o hábito é uma segunda natureza, e a natureza, ainda que se expulse com a forca, volta sempre a aparecer [3]), daí resulta que não há coisa mais difícil que voltar a educar bem um homem que foi mal educado. Na verdade, uma árvore, tal como cresce, alta ou baixa, com os ramos bem direitos ou tortos, assim permanece depois de adulta e não se deixa transformar. Os pedaços de madeira, curvados para fazer as rodas, endurecidos ali no seu posto, quebram de preferência a tornarem-se direitos, como a experiência o mostra de modo evidente. Acerca dos homens habituados a fazer o mal, Deus afirma o mesmo: «Acaso um Etíope pode mudar a cor da sua pele e um leopardo as suas malhas? Acaso podeis fazer o bem, vós que não aprendestes senão a fazer o mal?» (Jeremias, 13, 23).<br /><br />(UMA GALHO TORNO DE UMA ÁRVORE NÃO SE PODE ENDIREITAR, ESTE DITADO REFLETE A DIFICULDADE DE EDUCAR UM ADULTO QUE JÁ ADQUIRIU OS MAUS HÁBITOS, É LÓGICO QUE O SER HUMANO NÃO É SÓ PRODUTO DA EDUCAÇÃO, O SER HUMANO JÁ NASCE COM UMA ÍNDOLE E COM UMA PRÉ-DISPOSIÇÃO PARA CERTAS MANIAS OU COMPORTAMENTOS, MAS SE NA INFANCIA ELE RECEBE SÓLIDA EDUCAÇÃO, QUANDO CRESCER, ESTA PESSOA TERÁ MAIS CHANCES DE CONTROLAR SEUS INSTINTOS MAUS).<br /><br />É necessário que a reforma da Igreja comece pelas criancinhas.<br /><br />19. Daqui se infere esta conclusão necessária: se se devem aplicar remédios às corruptelas do gênero humano, importa fazê-lo de modo especial por meio de uma educação sensata e prudente da juventude. Importa fazer precisamente como quem quer renovar um pomar, o qual tem necessariamente de plantar novas arvorezinhas e de as tratar com muito cuidado, para que cresçam belas e grandes; com efeito, para transplantar árvores velhas e nelas infundir fecundidade, não basta a força da arte. Portanto, as mentes simples e não ainda ocupadas e estragadas por vãos preconceitos e costumes mundanos, são as mais aptas para amar a Deus<br /><br /><br />( A EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS É A BASE DE UMA SOCIEDADE E DE UMA IGREJA MAIS PURA, MAS ESTA EDUCAÇÃO NÃO PODE SER MERAS INFORMAÇÕES E SIM “FORMAÇÕES”, FALTA NAS ESCOLAS DISCIPLINAS COMO MORAL, CIVISMO, TEMOR A DEUS, RESPEITO AS LIDERANÇAS, HONESTIDADE, VICIOS E VIRTUDES. ENSINAR GEOGRAFIA, HISTÓRIA, MATEMÁTICA, CIÊNCIAS, LÍNGUA, NÃO AJUDA A FORMAR UM SER HUMANO, POR ISSO O NOSSO MUNDO PIOROU MORALMENTE NO ÚLTIMO SÉCULO)..<br /><br />Testemunho de Deus.<br /><br />20. Deus mostra isto pela boca do profeta, quando, ao lamentar-se da corrupção universal, afirma que «já não há a quem Ele possa ensinar a sabedoria, a quem possa fazer entender a sua doutrina, a não ser aos meninos acabados de desquitar, aos que acabam de ser desmamados» (Isaías, 28, 9).<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFWMMGh9OSS1rtTuu1uRLcRqUdHFsH49YeaqDV84ZTcYk0tBy46hYULDy1NybGdUD_lRyP7UMhr0PPFLgQjHaXJ_A8Z-4fnSDrYQUMCWRSzWvfHJY-XgSINDyY8SoLeUqf3Qth9K2IlL3z/s1600-h/paciencia2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 280px; height: 280px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFWMMGh9OSS1rtTuu1uRLcRqUdHFsH49YeaqDV84ZTcYk0tBy46hYULDy1NybGdUD_lRyP7UMhr0PPFLgQjHaXJ_A8Z-4fnSDrYQUMCWRSzWvfHJY-XgSINDyY8SoLeUqf3Qth9K2IlL3z/s320/paciencia2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5317729727762448626" /></a><br /><br />(AS CRIANÇAS DEVEM RECEBER SÓLIDOS ENSINOS MORAIS, PATRIÓTICOS, RELIGIOSOS PARA QUE POSSAM ENFRENTAR O MUNDO MAIS PREPARADOS ESPIRTUALMENTE PSICOLOGICMANTE. ESTA FALTA DE BASE MORAL É O MOTIVO DE TANTOS ADOLESCENTES SEREM FACILMENTE ATRAIDOS PELAS DROGAS, DEPOIS O GOVERNO GASTA RIOS DE DINHEIRO TENTANDO CONSERTAR OS JOVENS OU PELOS MENOS DETE-LOS EM INSTITUIÇÕES PRISIONAIS. GOVERNO QUE NÃO GASTA NA EDUCAÇÃO, GASTARÁ COM DETENÇÃO)VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-45457636451391027732009-03-17T20:16:00.004-07:002009-04-24T17:36:27.379-07:00CAPÍTULO 1 E 2Capítulo 1<br />O HOMEM<br />É A MAIS ALTA,<br />A MAIS ABSOLUTA<br />E A MAIS EXCELENTE<br />DAS CRIATURAS<br /> <br />Supunha-se que o conhece-te a ti mesmo tivesse vindo do céu.<br />1. Quando Pítaco [1] pronunciou o seu «conhece-te a ti mesmo» os sábios acolheram esta máxima com tão grandes aplausos que, para a recomendarem ao povo, afirmaram que ela viera do céu, e tiveram o cuidado de a fazer inscrever, em letras de ouro, no templo de Apolo, em Delfos, onde o povo afluia em grande número. Este foi um ato de sabedoria e de piedade; aquela foi, de fato, uma ficção, mas absolutamente conforme à verdade, como para nós é evidente mais que para eles.<br />Veio verdadeiramente do céu.<br />2. Efetivamente, a voz que, vindo do céu, ressoa nas Sagradas Escrituras, que outra coisa quer dizer senão: «ó homem, que tu me conheças, que tu te conheças?» Eu, fonte de eternidade, de sabedoria e de beatitude; tu, criatura, imagem e delícia minha.<br />Sublimidade da natureza humana.<br />3. Com efeito, destinei-te a compartilhar comigo da eternidade; para teu uso, preparei o céu, a terra e tudo o que neles está contido; só em ti juntei, ao mesmo tempo, todas as prerrogativas, das quais as outras criaturas apenas têm uma: o ser, a vida, os sentidos e a razão. Fiz-te soberano das obras das minhas mãos, e coloquei tudo a teus pés, as ovelhas, os bois e os outros animais da terra, as aves do céu e os peixes do mar, e desta maneira coroei-te de glória e de honra (Salmo 8, 6-9). A ti, finalmente, para que nada te faltasse, dei-me eu próprio, mediante a união hipostática, ligando para sempre a minha natureza com a tua, sorte que não coube a nenhuma das outras criaturas visíveis e invisíveis. Com efeito, qual das outras criaturas, no céu ou na terra, se pode gloriar de que Deus se revelasse na sua própria carne e apresentado pelos anjos? (Timóteo, I, 3, i6), ou seja, não apenas para que vejam e se admirem a ver quem desejavam ver (Pedro, I, 1, 12), mas ainda para que adorem a Deus que se revelou vestido de carne, ou seja, Filho de Deus e do homem (Hebreus, I, 6; João, I, 51; Mateus, 4, 11). Deves, portanto, compreender que és o protótipo, o admirável compêndio das minhas obras, o representante de Deus no meio delas, a coroa da minha glória.<br />É necessário colocar esta verdade debaixo dos olhos de todos os homens.<br /><br /><strong>(COMENIUS CITA A CÉLEBRE FRASE:"conhece-te a ti mesmo" PARA DIZER QUE O HOMEM PODE ENCONTRAR DEUS APÓS CONHECER PROFUNDAMENTE O SER HUMANO, PORQUE O HOMEM TEM A GLÓRIA DE SER A UNICA CRIATURA FEITA A IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS)</strong><br /><br />4. Oxalá todas estas verdades sejam esculpidas, não nas portas dos templos, não nos frontispícios dos livros, não, enfim, nas línguas, nos ouvidos e nos olhos de todos os homens, mas nos seus corações. Deve procurar-se, na verdade, que todos aqueles a quem cabe a missão de formar homens façam com que todos vivam conscientes desta dignidade e excelência, e empreguem todos os meios para atingir o objetivo desta sublimidade.<br /><br /><strong>( O EDUCADOR É UM FORMADOR DE HOMEM, UMA BOA EDUCAÇÃO NO PRINCÍPIO DA VIDA É FUNDAMENTAL PARA QUE CRESCAM ADULTOS QUE APRENDAM A RESPEITAR AS REGRAS E SEJAM JUSTOS)</strong><br /><br /> <br /><strong><strong><strong>Capítulo II<br />O FIM<br />ÚLTIMO DO HOMEM<br />ESTÁ<br />FORA DESTA VIDA</strong></strong></strong><br /> <br />A mais excelente das criaturas deve necessariamente ter a finalidade mais excelente.<br />1. A própria razão nos diz que uma criatura tão excelente é destinada a um fim mais excelente que o de todas as outras criaturas, isto é, sem dúvida, a gozar, juntamente com Deus, que é o cume da perfeição, da glória e da beatitude, para sempre, a mais absoluta glória e beatitude.<br />O que é evidente.<br /><br /><strong>(A BÍBLIA DÁ UMA ENFASE NO SER HUMANO COMO A CRIATURA DIFERENTE DE TODAS AS OUTRAS, PORQUE NELE DEUS COLOCOU O ESPÍRITO O QUE LHE CONFERE UM STATUS SUPERIOR AOS DEMAIS SERES CRIADOS. A DOUTRINA HUMANISTA COLOCA O HOMEM EM IGUALDADE COM OS "BICHOS". MAS É EVIDENTE QUE OS HOMENS SÃO INFINITAMENTE SUPERIORES AS ANIMAIS, E ISSO NÃO FOI POR OBRA DA EVOLUÇÃO MAS DA CRIAÇÃO )</strong><br /><br />2. Mas embora isto se infira claramente da Sagrada Escritura e nós acreditemos firmemente que é de fato assim, todavia, não será tempo perdido ver de quantos modos, nesta vida, Deus nos tenha figurado o Além («Plus ultra») ou de quantos modos a ele possamos chegar.<br />1. Da história da criação.<br />3. Em primeiro lugar, no próprio momento da criação. Com efeito, não ordenou ao homem simplesmente, como aos outros seres, que viesse ao mundo; mas, após uma solene deliberação, formou-lhe o corpo como que com os seus próprios dedos e insuflou-lhe por alma uma parte de si mesmo.<br />2. Da constituição do nosso ser.<br />4. A constituição do nosso ser mostra que não nos bastam as coisas que possuimos nesta vida. Com efeito, temos aqui três espécies de vida: vegetativa, animal, e intelectual ou espiritual — a primeira das quais nunca se manifesta fora do corpo; a segunda, mediante as operações dos sentidos e do movimento, põe-nos em relação com os objetos exteriores; a terceira pode existir também separadamente, como se verifica nos anjos. Ora, uma vez que é evidente que este grau supremo da vida é fortemente obscurecido e perturbado em nós pelos outros dois, segue-se necessariamente que o será também no lugar onde ela for conduzida ao mais elevado grau de perfeição .<br /><br /><strong>(O SER HUMANO É DISTINTO DOS OUTROS SERES VIVOS PORQUE POSSUI VIDA INTELECTUAL E ESPIRITUAL. OS VEGETAIS VIVEM LIMITADOS PELO CORPO QUE POSSUI, FICANDO IMOVEIS. OS ANIMAIS, PELOS SENTIDOS QUE POSSUEM PODEM TER CONHECIMENTO DO MUNDO FAZENDO DESCOBERTAS PELO TATO, OLFATO, PALADAR, AUDIÇÃO E VISÃO. O HOMEM PELO PENSAMENTO, RAZÃO, SENTIMENTO E ESPIRITUALIDADE PODE IR MUITO ALÉM, POR ISSO SÓ ELE TEM O SENSO DE RELIGIOSIDADE )</strong><br /><br />3. De tudo o que fazemos e sofremos nesta vida.<br />5. Tudo o que fazemos e sofremos nesta vida mostra que não atingimos aqui o nosso fim último, mas que tudo o que é nosso, e bem assim nós próprios, tende para outro lugar. Com efeito, tudo o que somos, fazemos, pensamos, falamos, imaginamos, adquirimos e possuímos não é senão uma espécie de escada, na qual, subindo cada vez mais acima, é certo que subimos sempre degraus mais altos, mas nunca chegamos ao último. A princípio, com efeito, o homem nada é, como nada era ab aeterno; começa a desenvolver-se somente no útero materno, a partir de uma gota de sangue paterno. Que é, portanto, o homem no princípio? Matéria informe e bruta. A seguir, assume os traços de um pequeno corpo, mas ainda sem sentidos nem movimentos. Depois, começa a mover-se e, por força da natureza, vem à luz; e, pouco a pouco, começam a abrir-se os olhos, os ouvidos e os restantes sentidos. Após um certo lapso de tempo, revela-se o sentido interno, quando sente que vê, que ouve e que sente. Depois, notando as diferenças entre as coisas, manifesta-se o intelecto; finalmente, a vontade, aplicando-se a certos objetos e fugindo de outros, assume o papel de diretora.<br />Em todas estas coisas há uma gradação, mas sem termo.<br /><br /><br /><strong>("O HOMEM COMEÇA A SE DESENVOLVER A PARTIR DE UMA GOTA DE SANGUE PATERNO", ISTO VALE DIZER QUE O SER HUMANO NASCE GRAÇAS A TRANSMISSÃO GENÉTICA PELO "SÉMEN", NÃO PROPRIAMENTE PELO "SANGUE", MAS OS ANTIGOS SEMPRE USARAM O SANGUE COMO SINÔNIMO DE ELEMENTO TRANSMISSOR DA VIDA. TANTO É QUE EM TODO O ANTIGO TESTAMENTO, NA BÍBLIA HÁ UM DESTAQUE E REVERÊNCIA AO SANGUE COMO A SUBSTÂNCIA QUE REPRESENTA A SEDE DA ALMA </strong><br />6. Mas em cada uma daquelas coisas há uma mera gradação. De fato, pouco a pouco, aparece a inteligência, como a luz radiante da aurora, e começa a emergir da profunda escuridão da noite; e, durante todo o tempo que dura a vida, cresce sempre mais a luz intelectual (a não ser que se trate de um débil), até ao momento da morte. De igual modo, as nossas ações são, a princípio, tênues, débeis, rudes e muito confusas; depois, a pouco e pouco, juntamente com as forças do corpo, também as potencialidades da alma se desenvolvem, de tal maneira que, durante todo o tempo da vida (exceto quem é tomado de um extremo torpor, sendo como que um morto vivo), há sempre qualquer coisa a fazer, a propor e a tentar; todas aquelas faculdades, numa alma generosa, tendem sempre mais para cima, sem um termo. Com efeito, nesta vida, nunca se consegue encontrar o fim, nem dos nossos desejos nem das nossas tentativas.<br />Tudo isto é demonstrado pela experiência.<br />7. Para qualquer parte que alguém se volte, conhecerá esta verdade por experiência. Se alguém ama o poder e as riquezas, não encontrará onde saciar a sua fome, ainda que chegue a possuir todo o mundo, o que é evidente pelo exemplo de Alexandre. Se alguém arde com sede de honras, não poderá ter paz ainda que seja adorado por todo o mundo. Se alguém se entrega aos prazeres, embora todos os seus sentidos nadem num mar de delícias, todas as coisas lhe parecem gastas e o seu apetite corre de um objeto para outro. Se alguém aplica a mente ao estudo da sabedoria, nunca encontra o fim, pois, quanto mais coisas uma pessoa sabe, tanto melhor compreende que lhe restam mais para saber. Efetivamente, com toda a razão, Salomão disse: «Os olhos não se saciam de ver e os ouvidos têm sempre desejo de escutar» (Eclesiastes, 1, 8).<br />Nem mesmo a morte põe fim às nossas aspirações.<br />8. Os exemplos dos moribundos provam que nem a morte marca o último termo das nossas aspirações. Com efeito, à hora da morte aqueles que passaram honestamente a vida exultam ao pensar que é para entrar numa vida melhor; ao contrário, aqueles que mergulharam no amor da vida presente, apercebendo-se de que a vão abandonar e de que deverão emigrar para outro sítio, começam a tremer, e se, de um modo ou de outro, ainda o podem fazer, reconciliam-se com Deus e com os homens. E embora o corpo, enfraquecido pelas dores, se debilite, os sentidos se ofusquem e a própria vida expire, todavia, a mente, com mais vivacidade que nunca, realiza as suas funções, tomando com devoção, gravidade e circunspecção as necessárias disposições acerca de si mesmo, da família, da herança, do Estado, etc.; de tal maneira que, quem vê morrer um homem piedoso e sábio parece ver um pedaço de terra que se esboroa, e quem o ouve falar, parece ouvir um anjo; e tem necessariamente que confessar que não se trata senão de um hóspede que se prepara para abandonar um pequeno tugúrio prestes a cair em ruínas. Os próprios pagãos compreenderam esta verdade; e por isso os romanos, como se lê em Festo [1], chamaram à morte partida, («ecabitio»), e os gregos usam, muitas vezes, a palavra que significa ir-se embora, em vez de perecer ou de morrer. Porquê, senão porque se compreende que, pela morte, se passa para um outro lugar?<br />O exemplo do Cristo-Homem ensina que os homens são destinados à eternidade.<br />9. Mas, a nós cristãos, esta verdade parece mais clara depois que Cristo, Filho de Deus vivo, enviado do céu a reproduzir a imagem de Deus desaparecida de nós, mostrou a mesma coisa com o seu exemplo. Efetivamente, concebido e dado à luz mediante o nascimento, andou entre os homens; depois de morto, ressuscitou e subiu aos céus, e a morte já O não tem sob o seu domínio. Ora Ele é chamado, e é de fato, o nosso precursor (Hebreus, 6, 20), o primogênito dos irmãos (Romanos, 8,29), a cabeça dos seus membros (Efésios, 1, 22 e 23), o arquétipo de todos aqueles que devem ser reformados à imagem de Deus (Romanos, 8, 29). Portanto, assim como Ele não veio para continuar a viver neste mundo, mas para passar, terminado o curso da vida, às habitações eternas, assim também nós, uma vez que nos cabe a mesma sorte que a Ele, não devemos permanecer aqui, mas emigrar para outro lugar.<br />O Homem tem três espécies de morada.<br />10. Para cada um de nós, portanto, estão estabelecidas três espécies de vida e três espécies de morada: o útero materno, a terra e o céu. Da primeira, entra-se para a segunda, mediante o nascimento; da segunda, para a terceira, mediante a morte e a ressurreição; da terceira, nunca mais se sai, eternamente. Na primeira, recebemos apenas a vida, juntamente com um movimento e sentidos incipientes; na segunda, a vida, o movimento e os sentidos com os primórdios da inteligência; na terceira, a plenitude perfeita de todas as coisas.<br />E três espécies de vida.<br />11. A primeira vida de que falei é uma preparação para a segunda; a segunda para a terceira; a terceira, de sua própria natureza, nunca termina. A passagem da primeira para a segunda e da segunda para a terceira é estreita e acompanhada de dores, e num e noutro caso se devem depor os despojos ou invólucros (ou seja, no primeiro caso, a placenta, e, no segundo, o próprio organismo do corpo), como faz o pintainho, quando, quebrada a casca, sai para fora. A primeira e a segunda morada, portanto, são como duas oficinas: naquela forma-se o corpo para uso da vida seguinte; nesta, forma-se a alma racional para uso da vida eterna; a terceira morada produz a verdadeira perfeição e prazer de ambos.<br />Os israelitas são símbolo disto.<br />12. Assim, os israelitas (seja-nos lícito adaptar este símbolo ao nosso caso) foram gerados no Egito e de lá, pelos estreitos caminhos dos montes e do Mar Vermelho, transferidos para o deserto, aí acamparam em tendas, aprenderam a lei, lutaram com vários inimigos; finalmente, atravessado pela força o Jordão, foram constituídos herdeiros da terra de Canaan, onde corriam rios de leite e de mel.VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-9847375118740052142009-03-17T20:16:00.003-07:002009-04-24T17:47:30.562-07:00CAPÍTULO 03 AO 05Capítulo III<br />ESTA VIDA<br />NÃO É<br />SENÃO UMA PREPARAÇÃO<br />PARA A VIDA ETERNA<br /> <br />Testemunhos desta verdade<br />1. Que esta vida, uma vez que tende para outra, não é vida (falando com rigor), mas um proêmio da vida verdadeira e que durará para sempre, tornar-se-á evidente, primeiro, pelo testemunho de nós mesmos; segundo, pelo testemunho do mundo; e, finalmente, pelo testemunho da Sagrada Escritura.<br />1. Pelo testemunho de nós mesmos.<br />2. Se lançarmos um olhar introspectivo sobre nós mesmos, veremos que todas as coisas da nossa vida procedem de tal modo gradualmente, que a antecedente prepara o caminho para a seguinte. Por exemplo: a nossa primeira vida desenvolve-se nas vísceras maternas. Mas em proveito de quem? Acaso em proveito de si mesma? De modo algum. Trata-se apenas de formar convenientemente um pequenino corpo para servir de habitação e de instrumento à alma, para comodidade e uso da vida seguinte, a qual vivemos à luz do sol. E apenas aquele pequenino corpo está perfeito, somos dados à luz, pois já não há nenhuma razão para que continui naquelas trevas. Do mesmo modo, portanto, esta vida que vivemos à luz do sol não é senão uma preparação para a vida eterna, de tal maneira que não é de admirar que a alma se sirva do corpo para conseguir aquelas coisas que lhe serão úteis para a vida futura. Apenas feitos estes preparativos, emigramos daqui, porque nada mais temos aqui a fazer. É verdade que alguns, antes que tenham feito esses preparativos, são arrebatados, ou antes, lançados no seio da morte, do mesmo modo que, nos casos de aborto, o feto é lançado fora do útero, não para o seio da vida, mas para o seio da morte; em ambos os casos, porém, isso acontece, é certo que com a permissão de Deus, mas contudo, por culpa dos homens.<br />2. O mundo visível foi criado somente para servir de sementeira, de alimentador e de escola aos homens.<br />3. Também o mundo visível, de qualquer parte que se olhe, atesta que não foi criado para outro fim senão para servir para a multiplicação, para a alimentação e para a educação do gênero humano.<br /> Com efeito, uma vez que a Deus não aprouve criar os homens todos juntos, no mesmo momento, como fez com os anjos, mas produziu apenas um macho e uma fêmea, dando-lhes, a fim de que, por via de geração, se multiplicassem, as forças necessárias e a sua benção, foi preciso conceder um espaço de tempo necessário para esta sucessiva multiplicação, pelo que foram concedidos alguns milhares de anos. E para que esse tempo não fosse um tempo de confusão, de surdez e de cegueira, fez a extensão dos céus, guarnecidos com o sol, a lua e as estrelas, e ordenou que estes astros, com as suas revoluções, servissem para medir as horas, os dias, os meses e os anos. A seguir, uma vez que o homem seria uma criatura corpórea, com necessidade de um lugar para habitar, de um espaço para respirar e para se mover, de alimento para crescer e de vestidos para se adornar, fez (na parte mais baixa do mundo) um pavimento sólido, a terra: e circundou-a de ar e banhou-a com as águas, e ordenou-lhe que produzisse plantas e animais multiformes, não apenas para satisfazer as necessidades do homem, mas também para seu deleite. E, uma vez que formara o homem à sua imagem, dotado de inteligência, para que também não faltasse à inteligência o seu alimento, derivou de cada uma das criaturas muitas e várias espécies, para que este mundo visível aparecesse como um lucidíssimo espelho da infinita potência, sabedoria e bondade de Deus, na contemplação do qual o homem fosse arrebatado por um sentimento de admiração pelo Criador e impelido a conhecê-lo e movido a amá-lo. Efetivamente, a solidez, a beleza e a doçura do Criador permanece invisível e escondida no abismo da eternidade, mas por toda a parte brilha por meio das coisas visíveis e presta-se a ser apalpada, observada e saboreada. Portanto, este mundo nada mais é que a nossa sementeira, o nosso alimentador e a nossa escola. Deve, por isso, existir um mais além («Plus ultra»), onde, uma vez saídos das aulas desta escola, nos matricularemos na Academia Eterna. Pela razão, portanto, consta que as coisas se passam assim; mas é ainda mais evidente pelas Sagradas Escrituras.<br />3. O próprio Deus o atesta com as suas palavras.<br />4. O próprio Deus afirma, pela boca de Oséias, que os céus existem por causa da terra, a terra por causa do trigo, do vinho e do azeite, e tudo isto por causa dos homens (Oseias, 2,22). Tudo, portanto, existe por causa do homem, até o próprio tempo. Com efeito, não será concedida ao mundo uma duração mais longa que a necessária para completar o número dos eleitos (Apocalipse, 6, 11). Apenas este número esteja completo, os céus e a terra desaparecerão e não se encontrará mais lugar para eles (Apocalipse, 20,7), pois surgirá um novo céu e uma nova terra, onde habitará a justiça (Apocalipse, 21,1 e 2; Pedro, II, 3, 18). Finalmente, até os nomes que as Sagradas Escrituras dão a esta vida dão a entender que esta não é senão uma preparação para outra. Com efeito, dão-lhe o nome de via, viagem, porta, espera; e a nós, o nome de peregrinos, forasteiros, inquilinos, aspirantes a uma outra cidadania, a qual será verdadeiramente permanente (Gênesis, 47,9; Salmo 29, 13; Job, 7, 12; Lucas, 12, 36).<br />A experiência.<br />5. Todas estas coisas são demonstradas pelos próprios fatos e pela condição de todos os homens, o que é colocado sob os olhos de todos nós. Com efeito, quem de todos os que nasceram, depois que apareceu no mundo, não desapareceu de novo? Precisamente porque somos destinados à eternidade. Porque, portanto, pertencemos à eternidade, é necessário que esta vida seja apenas uma passagem. Por isso Cristo disse: «Estai preparados, porque não sabeis em que hora virá o Filho do homem» (Mateus, 24, 44). E é esta a razão (sabemo-lo também pela Escritura) por que Deus chama deste mundo alguns ainda na primeira idade da vida: chama-os certamente quando os vê preparados como Enoc (Gênesis, 4, 24; Sabedoria, 4, 14). Porque é que, ao contrário, usa de longanimidade para com os maus? Sem dúvida, porque não quer surpreender ninguém não preparado, mas que todos se convertam (Pedro II, 3, 9). Se, todavia, algum continua a abusar da paciência de Deus, este ordena que seja arrebatado pela morte.<br />Conclusão.<br />6. Portanto, assim como é certo que a estadia no útero materno é uma preparação para viver no corpo, assim também é certo que a estadia no corpo é uma preparação para aquela vida que será uma continuação da vida presente e durará eternamente. Feliz aquele que sai do útero materno com os membros bem formados! Mil vezes mais feliz aquele que sair desta vida com a alma bem limpa!<br /> <br />Capítulo IV<br />OS GRAUS<br />DA PREPARAÇÃO<br />PARA A ETERNIDADE<br />SÃO TRÊS:<br />CONHECER-SE A SI MESMO<br />(E CONSIGO TODAS AS COISAS),<br />GOVERNAR-SE<br />E DIRIGIR-SE PARA DEUS<br /> <br />De onde se adquire o conhecimento dos fins secundários do homem, subordinados ao fim supremo (a eternidade)?<br />1. É evidente, portanto, que o fim último do homem é a beatitude eterna com Deus. Quais sejam os fim subordinados àquele e conformes a esta vida transitória, torna-se evidente pelas palavras com que Deus manifestou a resolução de criar o homem: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, e presida aos peixes do mar, e às aves do céu, e aos animais selváticos, e a toda a terra, e a todos os répteis que se movem sobre a terra» (Gênesis, 1, 26).<br />São três:<br />1. que conheça todas as coisas;<br />2. que seja rei de si mesmo;<br />3. que seja delícia de Deus.<br />2. Ora, desta passagem, torna-se evidente que foi colocado entre as criaturas visíveis para que seja:<br /><br /> I. Criatura racional.<br /> II. Criatura senhora das outras criaturas<br /> III. Criatura imagem e delícia do seu Criador<br /><br /> Estas três coisas estão de tal modo ligadas que não pode admitir-se nenhum divórcio entre elas, porque sobre elas se funda a base da vida presente e da futura.<br />Que significa que é criatura racional?<br />3. Que é criatura racional quer dizer que observa, dá o nome e se apercebe de todas as coisas, isto é, que pode conhecer e dar um nome a todas as coisas deste mundo e entendê-las, como é evidente (Gênesis, 2, 19). Ou então, segundo a enumeração de Salomão (Sabedoria, 7, 17 e ss.): conhecer a constituição do mundo e a força dos elementos, o princípio e o fim e o meio das estações, as mudanças dos solstícios e a variabilidade do tempo, a duração do ano e a posição das estrelas, a natureza dos animais e a alma dos brutos, as forças dos espíritos e os pensamentos dos homens, as diferenças das plantas e a potência das suas raízes: numa palavra, todas as coisas ocultas ou manifestas, etc. Nisto está compreendido também a ciência dos artífices e a arte da palavra; de tal maneira que (como diz o Eclesiástico) em nenhuma coisa, pequena ou grande, haja algo de desconhecido (Eclesiástico, 5, 18). Somente assim, com efeito, poderá de fato conservar o título de animal racional, isto é, se conhecer os fundamentos de todas as coisas.<br />Que significa que é senhor das outras criaturas?<br />4. Que é o senhor das outras criaturas quer dizer que, ordenando tudo para fins legítimos, faz reverter tudo utilmente em seu proveito; quer dizer que, portando-se por toda a parte, no meio das criaturas, como um rei, isto é, grave e santamente (ou seja, adorando apenas o Criador acima de si mesmo; os anjos de Deus, seus companheiros, como a si mesmo, e todas as outras coisas menos que a si mesmo) defende a dignidade que lhe é concedida; que não está sujeito a nenhuma criatura, nem mesmo à própria carne e que aproveita de tudo e de tudo se serve livremente; que não ignora onde, quando, como e até que ponto deve obedecer ao corpo, e onde, quando, como e até que ponto deve servir o próximo. Numa palavra, que pode regular prudentemente os movimentos e as ações, externas e internas, de si mesmo e dos outros.<br />Que significa que é imagem de Deus?<br />5. Finalmente, que é imagem de Deus, quer dizer que representa ao vivo a perfeição do seu arquétipo, como diz o próprio Arquétipo: «Sede santos, porque Eu, o vosso Deus, sou santo» (Levítico, 19, 2).<br />Os referidos três atributos reduzem-se:<br />1. à instrução;<br />2. à virtude;<br />3. à piedade.<br />6. Daqui se segue que os autênticos requisitos do homem são: 1. que tenha conhecimento de todas as coisas; 2. que seja capaz de dominar as coisas e a si mesmo; 3. que se dirija a si e todas as coisas para Deus, fonte de tudo. Estas três coisas, se as quisermos exprimir por três palavras vulgarmente conhecidas, serão:<br /><br />I. Instrução,<br />II. Virtude, ou seja, honestidade de costumes,<br />III. Religião, ou seja, piedade;<br /><br />entendendo-se por instrução, o conhecimento pleno das coisas, das artes e das línguas; por costumes, não apenas a urbanidade exterior, mas a plena formação interior e exterior dos movimentos da alma; e por religião, a veneração interior, pela qual a alma humana se liga e se prende ao Ser supremo.<br />Estas três coisas são o essencial do homem nesta vida; todas as outras são acessórias .<br />7. Nestas três coisas reside toda a excelência do homem, porque só estas são o fundamento da vida presente e da futura; as outras (a saúde, a força, a beleza, o poder, a dignidade, a amizade, o sucesso, a longevidade) não são senão acréscimos e ornamentos externos da vida, se acaso Deus os junta a ela, ou vaidades supérfluas, pesos inúteis e estorvos nocivos, se alguém, desejando-os apaixonadamente, os vai procurar, e, descuradas as coisas mais importantes, deles se ocupa e neles se mergulha.<br />Ilustra-se isto com o exemplo:<br />1. do relógio.<br />8. Ilustro a minha afirmação com exemplos. O relógio (solar ou mecânico) é um instrumento elegante e muito necessário para medir o tempo, cuja substância ou essência é constituída por uma correspondência perfeita de todas as suas partes. Os estojos em que se coloca, as esculturas, as pinturas e os dourados são coisas acessórias que acrescentam qualquer coisa à sua beleza, mas nada à sua bondade. Se alguém quiser um instrumento destes de preferência belo a bom, será escarnecida a sua puerilidade, pois não repara onde está sobretudo a utilidade.<br />2. do cavalo.<br /> Do mesmo modo, o valor de um cavalo está na sua força junta com a magnanimidade ou agilidade e a prontidão do voltear; a cauda solta ou atada, a crina penteada e ereta, os freios dourados, a gualdrapa com bordados de ouro, e os colares, sejam de que espécie forem, é verdade que acrescentam ornamento, mas, se víssemos alguém medir por estas coisas a excelência do cavalo, chamar-lhe-íamos estúpido.<br />3. da saúde<br /> Finalmente, o bom estado da nossa saúde depende de uma digestão regular e de uma boa disposição interior. Deitar-se em leitos moles, trazer vestidos luxuosos e comer alimentos saborosos, não só não favorece a saúde, mas até a prejudica; por isso, quem procura coisas deleitáveis de preferência a coisas sãs, é um insensato. E é um insensato infinitamente mais prejudicial aquele que, desejando ser homem, se preocupa mais com os ornamentos que com a essência do homem. Por isso, o Sábio chama ímpio e estulto «a quem julga que a nossa vida é coisa de burla e um mercado lucrativo» e diz e repete que «a aprovação e a benção de Deus está muito longe de semelhante homem» (Sabedoria, 15, 12 e 19).<br />Conclusão.<br />9. Fique, portanto, assente isto: quanto maior é a atividade que, nesta vida se despende por amor da instrução, da virtude e da piedade, tanto mais nos aproximamos do fim último. Por isso, sejam estas três coisas a obra essencial da nossa vida ; tudo o resto é acessório, empecilho, aparência enganosa.<br /> <br />Capítulo V<br />AS SEMENTES<br />DAQUELAS TRÊS COISAS<br />(DA INSTRUÇÃO, DA MORAL E DA RELIGIÃO)<br />SÃO POSTAS<br />DENTRO DE NÓS<br />PELA NATUREZA<br /> <br />A primitiva natureza do homem era boa: a ela (libertando-nos da corrupção) devemos regressar.<br />1. Neste lugar, por natureza, entendemos, não a corrupção que, depois da queda, a todos atingiu (e por causa da qual somos chamados, por natureza, filhos da ira [1], incapazes, por nós próprios, de pensar seja o que for de bom), mas o nosso estado primitivo e fundamental, ao qual devemos regressar como nosso princípio. Neste sentido, Luís de Vives disse: «Que outra coisa é o cristão senão o homem regressado à sua natureza e restituído, por assim dizer, à sua origem, de onde o demônio o havia afastado?» (Da Concórdia e da Discórdia, livro I) [2]. Neste sentido também pode tomar-se aquilo que Sêneca escreveu: «A sabedoria está em regressar à natureza e em voltar àquele lugar de onde o erro público (ou seja, o erro cometido pelo gênero humano através dos primeiros pais) [3] nos expulsou». E diz ainda: «O homem não é bom, mas, lembrando-se da sua origem, transforma-se em bom, para que tenda a igualar Deus. Desonestamente, ninguém consegue subir ao lugar de onde descera» (Carta 93) [4].<br />A força proveniente da providência eterna impele para o estado primitivo.<br />2. Entendemos também pela palavra natureza a providência universal de Deus, ou seja, o influxo incessante da bondade divina para operar tudo em todos, ou seja, em cada criatura aquilo para que a destinou. Na verdade, o objetivo da sabedoria divina foi nada fazer em vão, isto é, nem sem qualquer finalidade, nem sem os meios adequados para conseguir esse fim. Por conseqüência, tudo o que existe, existe para qualquer fim, e para que o possa atingir foi dotado dos necessários orgãos e auxílios; mais ainda, foi dotado também de uma verdadeira tendência, a fim de que nunca seja impelido para o seu fim contra a sua vontade e com relutância, mas antes com prontidão e com prazer pelo instinto da própria natureza, de modo que, se disso é mantido afastado, advenha o sofrimento e a morte. É certo, por isso, que também o homem foi feito, por natureza, apto para a inteligência das coisas, para a harmonia dos costumes e para o amor a Deus sobre todas as coisas (vimos já, com efeito, que foi destinado para estas coisas), e é tão certo que as raízes daquelas três coisas se encontram nele, quanto é certo que a cada planta foram dadas as raízes sob a terra.<br />A sabedoria colocou no homem raízes eternas.<br />3. Para que se torne mais evidente o que pretende dizer o Eclesiástico quando proclama que a sabedoria colocou fundamentos eternos nos homens (Eclesiástico, 1, 14), vejamos que fundamentos de Sabedoria, de Virtude e de Religião foram postos em nós, para que nos apercebamos quão maravilhoso organismo de sabedoria é o homem.<br />I. Tornando-o apto para adquirir conhecimento das coisas. O que é evidente, porque o fez:<br />1. sua imagem<br />4. É evidente que todo o homem nasce apto para adquirir conhecimento das coisas: primeiro, porque é imagem de Deus. Com efeito, a imagem, se é perfeita, apresenta necessariamente os traços do seu arquétipo, ou então não será uma imagem. Ora, uma vez que, entre os atributos de Deus, se destaca a omnisciência, necessariamente brilhará no homem algo de semelhante a ela. E porque não? Sem dúvida que o homem está no meio das obras de Deus, tendo uma mente lúcida, como um espelho esférico, suspenso na parede de uma sala, o qual recebe a imagem de todas as coisas, digo, de todas as coisas que o rodeiam. Efetivamente, a nossa mente não apreende somente as coisas vizinhas, mas também aproxima de si as que estão afastadas (quer quanto ao lugar, quer quanto ao tempo), ergue-se às que estão elevadas, investiga as ocultas, desvela as veladas e esforça-se por perscrutar até as imperscrutáveis, de tal maneira é algo de infinito e de indeterminável. Se fossem concedidos ao homem mil anos de vida, durante os quais aprendesse constantemente qualquer coisa, deduzindo uma coisa de outra, todavia, teria sempre onde receber outras coisas que se lhe apresentassem, a tal ponto a mente do homem é de capacidade inesgotável que, no conhecimento, se apresenta como um abismo.<br /> O nosso pequeno corpo está encerrado num círculo estreito; a nossa voz vai um pouco mais além; a vista apenas chega à cúpula celeste; mas à nossa mente não pode fixar-se um limite, nem no céu nem fora do céu: tanto se eleva acima dos céus dos céus, como desce abaixo do abismo do abismo; e mesmo que estes espaços fossem milhões de vezes mais vastos do que são, ela aí penetraria, todavia, com incrível rapidez. E havemos então de negar que todas as coisas lhe são acessíveis, que ela é capaz de tudo?<br />2. Resumo do universo.<br />5. O homem é chamado pelos filósofos , resumo do universo, compreendendo, de modo obscuro, todas as coisas que se vêem por toda a parte amplamente espalhadas pelo universo (macro-cosmos). Que assim é, demonstrar-se-á noutro lugar [5]. Em conseqüência disso, a mente do homem que entra no mundo compara-se com muita razão a uma semente ou a um caroço, no qual, embora não exista ainda em ato a figura da erva ou da árvore, todavia, nele existe já de fato a erva ou a planta, como se torna evidente quando a semente, metida debaixo da terra, lança para baixo as raízes e para cima os rebentos, os quais, pouco depois, por uma força ingênita, se alongam em ramos e em ramagens, se cobrem de folhas e se adornam de flores e de frutos.<br />N.B.<br />Não é necessário, portanto, introduzir nada no homem a partir do exterior, mas apenas fazer germinar e desenvolver as coisas das quais ele contém o gérmen em si mesmo e fazer-lhe ver qual a sua natureza. Por isso, aceitamos que Pitágoras costumava dizer que era tão natural ao homem saber tudo que, se um menino de sete anos fosse prudentemente interrogado acerca de todas as questões de toda a filosofia, com certeza que poderia responder a todas, precisamente porque a luz da razão é a forma e a norma suficiente de todas as coisas. Simplesmente agora, após a queda, que o obscurece e confunde, é incapaz de se libertar pelos seus próprios meios; e aqueles que deveriam ajudá-lo não contribuem senão para aumentar o embaraço em que se encontra.<br />3. Dotado de sentidos<br />6. Além disso, à alma racional que habita em nós, foram acrescentados órgãos e como que emissários e observadores, com a ajuda dos quais, ou seja, da vista, do ouvido, do olfato, do gosto e do tato, ela procura chegar a tudo aquilo que se encontra fora dela, de tal maneira que, de todas as coisas criadas, nada pode permanecer-lhe escondido. Uma vez que, portanto, no mundo visível, nada há que se não possa ver, ou ouvir, ou apalpar, e, por isso, que se não possa saber o que é e de que natureza é, daí se segue que nada existe no mundo que o homem, dotado de sentidos e de razão, não consiga apreender.<br />4. Estimulado pelo desejo de saber.<br />7. Está implantado também no homem o desejo de saber; e não apenas a aceitação resignada, mas até o apetite do trabalho [6]. Surge logo na primeira idade infantil e acompanha-nos durante toda a vida. Com efeito, quem não experimenta a impaciência de ouvir, de ver ou de apalpar sempre algo de novo? Quem não sente prazer em comparecer todos os dias em qualquer lugar, ou em conversar com alguém, em perguntar qualquer coisa? Em resumo, eis o que se passa: os olhos, os ouvidos, o tato e também a mente, procurando sempre o seu alimento, lançam-se sempre para fora de si mesmos, nada havendo, para uma natureza viva, tão intolerável como o ócio e o torpor. E uma vez que até os idiotas admiram os homens doutos, que significa isto senão que também os idiotas experimentam pelo saber os atrativos de um desejo natural, nos quais eles próprios gostariam de participar, se achassem que isso era possível?; mas porque vêem que isso não é possível, suspiram e olham com reverência aqueles que vêem de inteligência mais elevada.<br />De onde resulta que muitos, tomando-se a si mesmos por guia, conseguem penetrar no conhecimento das coisas.<br />8. Os exemplos dos autodidatas mostram, de maneira evidente, que o homem, conduzido pela natureza, pode aprender todas as coisas. Com efeito, alguns foram mais adiante que os seus próprios mestres, ou (como diz S. Bernardo) [7], ensinados pelos carvalhos e pelas faias (ou seja, passeando e meditando nas florestas) fizeram mais progressos que outros, instruídos na escola de diligentes professores. Acaso não nos mostra isto que, dentro do homem, estão, de fato, todas as coisas, isto é, o facho e o candieiro, o azeite e a torcida, e tudo o necessário? Basta-lhe saber riscar o fósforo, fazer tomar fogo à acendalha, e acender as luzes para que veja, tanto em si mesmo como no vasto mundo (observando como todas as coisas foram ordenadas com número, medida e peso [8]), os maravilhosos tesouros da sabedoria de Deus, num espetáculo cheio de beleza. Se, porém, a sua luz interior não está acesa, mas apenas se faz girar do exterior, à volta dele, as lâmpadas das opiniões alheias, não pode acontecer diversamente do que acontece; é como se se fizesse girar archotes à volta de uma prisão obscura e fechada, dos quais entrariam pelos respiradouros somente alguns raios, mas não a plena luz. É precisamente como disse Sêneca: «As sementes de todas as artes estão colocadas dentro de nós, e Deus, nosso mestre, de uma maneira oculta, produz os gênios» [9].<br />A nossa mente é comparada:<br />1. à terra;<br />2. a um jardim;<br />3. a uma tábua rasa.<br />9. O mesmo nos ensinam as coisas a que se compara a nossa mente. Com efeito, a terra (à qual, muitas vezes, a Sagrada Escritura compara o nosso coração) [10] não recebe acaso sementes de toda a espécie? E acaso um só e o mesmo jardim não permite que nele se plantem ervas, flores e plantas aromáticas de toda a espécie? Com certeza, se ao jardineiro não falta prudência e zelo. E quanto maior for a variedade, tanto mais belo será o espetáculo para os olhos, tanto mais suave é o prazer para o nariz e tanto mais forte é o conforto para o coração.<br /> Aristóteles comparou a alma humana a uma tábua rasa, onde nada está escrito e onde se pode escrever tudo [11]. Portanto, da mesma maneira que, numa tábua, onde não há nada, o escritor pode escrever, e o pintor pintar aquilo que quer, desde que saiba da sua arte, assim também na mente humana, com a mesma facilidade, quem não ignora a arte de ensinar pode gravar a efígie de todas as coisas. E se isto não acontece, com toda a certeza que não é por culpa da tábua (exceto, uma ou outra vez, quando ela é demasiado rugosa), mas por ignorância do escrivão ou do pintor. Há, porém, uma diferença: na tábua, não é possível traçar linhas senão até ao limite em que as margens o permitem, ao passo que, na mente, por mais que se escreva ou esculpa, nunca se encontra um sinal que indique o termo, pois (como atrás se observou), ela não tem termo.<br />4. à cera, onde podem imprimir-se infinitos selos.<br />10. Compara-se também, com razão, o nosso cérebro, oficina dos pensamentos, à cera, onde, ou se imprime um selo, ou de que se fazem estatuetas. Com efeito, da mesma maneira que a cera, adaptando-se a receber qualquer forma, se submete como se quer a tomar e a mudar de figura, assim também o cérebro, prestando-se a receber as imagens de todas as coisas, recebe em si tudo o que o universo contém. Com este exemplo, mostra-se, ao mesmo tempo, de uma maneira elegante, o que é o nosso pensamento e o que é a nossa ciência. Tudo o que me impressiona a vista, o ouvido, o olfato, o gosto e o tato é para mim como um selo, pelo qual a imagem de uma coisa se imprime no cérebro; e nele o imprime de tal maneira que, mesmo que a coisa se afaste dos olhos, dos ouvidos, do nariz e das mãos, permanece sempre a sua imagem; e não é possível que ela não permaneça, a não ser quando uma atenção negligente formou uma impressão débil. Por exemplo: se fixo um homem ou lhe falo; se, viajando, contemplo uma montanha, um rio, um campo, uma floresta, uma cidade, etc.; se, por vezes, ouço trovões, música e discursos; se leio atentamente algumas linhas num livro, etc.; todas estas coisas se imprimem no meu cérebro, de tal maneira que, todas as vezes que a sua recordação se me renova, é o mesmo que se me estivessem diante dos olhos, me ressoassem aos ouvidos e as saboreasse ou apalpasse neste momento. E embora um cérebro, ou receba estas impressões de modo mais distinto, ou as represente com maior clareza, ou as retenha com maior fidelidade que outro, no entanto, cada um deles as recebe, representa e retém, de qualquer maneira.<br />A capacidade da nossa mente é um milagre de Deus.<br />11. A este propósito, devemos admirar o espelho da sabedoria de Deus, a qual providenciou de modo que a massa do cérebro, que não é grande sob aspecto nenhum, fosse capaz de receber milhares e milhões de imagens. Com efeito, tudo aquilo que cada um de nós (principalmente as pessoas instruídas), durante tantos anos, viu, ouviu, saboreou, leu e adquiriu com a experiência e com o raciocínio, e de que, segundo as suas forças, se pode recordar, é evidente que tudo isso se conserva ordenado no cérebro, ou seja, as imagens das coisas uma vez vistas, ouvidas, lidas, etc., embora existam por milhões e se multipliquem até ao infinito, com o fato de ver, de ouvir e de ler, quase cada dia, qualquer coisa de novo, todavia, estão contidas no cérebro. Que coisa é esta imperscrutável sabedoria da omnipotência de Deus? Salomão maravilha-se que todos os rios desaguem no oceano e, todavia, não encham o mar (Eclesiastes, 1, 7); e quem não há-de admirar-se com este abismo da nossa memória que tudo recebe e tudo restitui, sem jamais se encher e sem jamais se esvasiar? Assim, a nossa mente é verdadeiramente maior que o mundo, do mesmo modo que o continente é necessariamente maior que o conteúdo.<br />A nossa mente é um espelho.<br />12. Finalmente, o olho ou o espelho simboliza muito bem a nossa mente, pois de tudo o que se lhe apresenta, de qualquer forma ou cor que seja, imediatamente mostrará em si uma imagem parecidíssima, a não ser que se lhe apresente um objeto às escuras, ou da parte detrás, ou demasiado longe, por causa da distância maior que o devido, ou que se impeça de receber a impressão, ou esta seja baralhada por um movimento contínuo; nestes casos, temos de confessá-lo, não se obtém êxito. Falo, porém, daquilo que costuma acontecer naturalmente, quando há luz e o objeto é apresentado como convém. Da mesma maneira que, portanto, não é necessário forçar os olhos a abrirem-se e a fixarem os objetos, porque (tal como aquele que naturalmente tem sede de luz) eles experimentam prazer em olhar espontaneamente, e são capazes de olhar todas as coisas (desde que os não perturbem, apresentando-lhes ao mesmo tempo demasiados objetos) e nunca podem saciar-se de olhar; assim também a nossa mente é sequiosa das coisas, está sempre atenta, toma, ou melhor, agarra todas as coisas, sem nunca se cansar, desde que não seja ofuscada com uma multidão de objetos e que, com a devida ordem, se lhe dê a observar uma coisa após outra.<br />II. No homem, a raiz da honestidade é a harmonia.<br />13. Os próprios pagãos viram que é natural ao homem a harmonia dos costumes, embora, ignorando outra luz divinamente acrescentada e o guia mais seguro que nos foi dado para chegar à vida eterna, temham considerado (tentativa vã) aquelas centelhas, verdadeiros faróis. Com efeito, assim fala Cícero: «Nas nossas faculdades espirituais estão inatos os gérmens da virtude, os quais, se pudessem desenvolver-se e crescer, seriam suficientes, por natureza, para nos conduzirem à beatitude (isto é exagerado!). Porém, apenas somos dados à luz e começamos a ser educados, rebolamo-nos continuamente em toda a espécie de imundícies, de tal maneira que parece que, juntamente com o leite da ama, bebemos os erros» (Tusculanae, III) [12]. Que é verdadeiro que certos gérmens de virtude nascem juntamente com o homem, infere-se destes dois argumentos: primeiro, todo o homem sente prazer com a harmonia; segundo, ele próprio não é senão harmonia, interior e exteriormente.<br />1. Com a qual se deleita em toda a parte: em todas as coisas visíveis,<br />14. Que o homem se deleita com a harmonia e procura ardentemente chegar a ela, é evidente. Efetivamente, a quem se não deleitaria ao ver um homem formoso, um cavalo elegante, uma estátua bela e uma pintura linda? De onde nasce esse prazer senão do fato de que a perfeita proporção das partes e das cores produz o agrado? Essa proporção é o prazer mais natural para os olhos.<br />nas coisas audíveis,<br /> Pergunto igualmente: a quem não agrada a música? E porquê? Sem dúvida porque a harmonia das vozes produz um som agradável.<br />nas coisas que se saboreiam,<br /> A quem não agradam os alimentos bem temperados? Sem dúvida porque a temperatura dos sabores deleita agradavelmente o paladar.<br />nas coisas palpáveis,<br /> Cada um goza com um calor bem proporcionado, com uma frescura bem repartida, com uma posição justa e um movimento equilibrado dos membros. Porquê? Precisamente porque todas as coisas temperadas são amigas e salutares para a natureza e todas as coisas desmesuradas são suas inimigas e prejudiciais.<br />e até nas próprias virtudes.<br /> Se nós amamos até as virtudes uns nos outros (de fato, mesmo quem é privado de virtude admira as virtudes dos outros, mesmo que os não imite, uma vez que considera impossível vencer os seus maus hábitos), porque é que, portanto, cada um não há-de amar a virtude em si mesmo? Cegos de nós, se não reconhecemos que estão em nós as raízes de toda a harmonia!<br />2. A qual se encontra também no homem: tanto relativamente ao corpo<br />15. Mas também o próprio homem não é senão harmonia, tanto relativamente ao corpo, como relativamente à alma. Com efeito, assim como o grande mundo é parecido com um enorme relógio, de tal modo fabricado segundo as regras da arte, com muitíssimas rodas e maquinismos, que para produzir movimentos contínuos e perfeitamente ordenados, uma parte os comunica à outra, através de todo o relógio, assim também o homem.<br /> Com efeito, quanto ao corpo, construído com arte admirável, em primeiro lugar está o coração, que é móvel, fonte de vida e de atividade; dele os outros membros recebem o movimento e a medida do movimento. Mas o peso, ou seja, a verdadeira força motriz, é o cérebro, o qual, servindo-se dos nervos, como de cordas, faz andar as outras rodas (os membros) para diante e para trás. Na verdade, a variedade das operações interiores e exteriores corresponde à exata e perfeita correspondência dos movimentos do relógio.<br />como no que diz respeito à alma<br />16. Assim, nos movimentos da alma, a principal roda é a vontade; os pesos que a fazem mover são os desejos e as paixões que inclinam a vontade para esta ou para aquela parte. A válvula, que abre e fecha o movimento, é a razão, a qual mede e determina que coisa, onde e até que ponto se deve abraçar ou afastar. Os outros movimentos da alma são como que as rodas menores, que seguem a principal. Por isso, se aos desejos e às paixões se não atribui um peso demasiado grande, e a válvula, ou seja, a razão, abre e fecha convenientemente, é impossível não se seguir uma ordem e um acordo perfeito de virtudes, isto é, um perfeito equilíbrio das ações e das paixões.<br />A harmonia perturbada pode remediar-se.<br />17. Eis, portanto, que realmente o homem em si mesmo não é senão harmonia. Por isso, assim como acerca de um relógio ou de um instrumento musical, feito pelas mãos de um artífice perito, se acaso se estraga ou se torna desafinado, não dizemos imediatamente que já não serve para nada (pode, com efeito, consertar-se e tornar a afinar-se), assim também acerca do homem, embora corrompido pelo pecado, deve afirmar-se que, com determinados meios, é possível saná-lo, por graça da virtude de Deus.<br />III. Que no homem estão as raízes da religião argumenta-se:<br />1. pela natureza da sua imagem,<br />18. Que as raízes da religião estão no homem, por natureza, demonstra-se pelo fato de que ele é a imagem de Deus. Com efeito, a imagem implica semelhança: e que todo o semelhante se congratula com o seu semelhante é lei imutável de todas as coisas (Eclesiástico, 13, 19). O homem, portanto, uma vez que nada tem de igual a si, a não ser Aquele à imagem do qual foi feito, é natural que não seja conduzido pelos seus desejos senão para a fonte de onde derivou, contanto que a conheça com suficiente clareza.<br />2. pela reverência inata em todos para com a divindade,<br />19. Isto é evidente também pelo exemplo dos pagãos, os quais, não sendo ajudados por nenhuma palavra de Deus, apenas pelo oculto instinto da natureza chegaram, não só a conhecer Deus, mas também a venerá-lo e a desejá-lo, embora errassem quanto ao número dos deuses e à forma do culto. «Todos os homens têm a noção dos deuses e todos atribuem o lugar supremo a qualquer potência divina», escreve Aristóteles no livro I Do Céu, cap. 3 [13]. E Sêneca: «Em primeiro lugar, o culto divino consiste em acreditar nos deuses; depois, em atribuir-lhes a majestade devida e em atribuir-lhes a bondade, sem a qual não há qualquer majestade; em saber que são eles que governam o mundo, que regulam todas as suas coisas e que providenciam pela conservação do gênero humano» (Carta 96) [14]. Acaso esta opinião difere muito da do Apóstolo? «Porquanto é necessário que o que se aproxima de Deus acredite que Ele existe e que é remunerador dos que O buscam» (Hebreus, II, 6).<br />3. pelo desejo natural do Sumo Bem (que é Deus),<br />20. Platão diz: «Deus é o sumo bem, superior a toda a substância e a toda a natureza, o qual é naturalmente desejado por todas as criaturas» (Timeu) [15]. E isto (que Deus é o sumo bem, naturalmente desejado por todas as criaturas) é de tal modo verdadeiro que Cícero diz: «A primeira mestra da piedade é a natureza» (Da natureza dos deuses, I) [16]. E isto “porque (como escreve Lactâncio, no livro 4, cap. 28) fomos gerados com a condição de prestarmos a Deus, que nos criou, as justas e devidas homenagens e de apenas reconhecermos a Ele como Deus e de O seguirmos. Com este vínculo da piedade somos atados e ligados a Deus; de onde a própria religião recebe o seu nome» [17].<br />que nem sequer pela queda do gênero humano foi extinto.<br />21. Deve, todavia, confessar-se que este desejo natural de Deus, como sumo bem, foi corrompido com a queda do pecado e degenerou numa espécie de vertigem, que não é capaz de regressar à retidão com as suas próprias forças; naqueles, porém, que Deus de novo ilumina com o seu Verbo e com o seu Espírito, ele volta a aguçar-se de tal modo que David, voltado para Deus, clama: «Quem tenho eu, lá no céu, exceto tu? E, fora de ti, nada me deleita sobre a terra. Desfalece a minha carne e o meu coração, e o rochedo do meu coração e a minha herança é Deus para sempre» (Salmo 72, 24 e 25).<br />É, portanto, impiamente que se procuram pretextos contra o exercício da piedade.<br />22. Que ninguém, portanto, enquanto se procuram remédios para corrupção, nos oponha a corrupção, porque Deus, por obra do seu Espírito e com a intervenção de meios adequados, prepara-se para a fazer desaparecer. De fato, assim como a Nabucodonosor, quando foi privado do sentido humano e provido de um coração bestial, lhe foi deixada, todavia, a esperança de poder readquirir a mente humana, e até mesmo também a dignidade real, logo que reconhecesse que o poder vem do céu (Daniel, 4, 23); assim também, a nós, plantas excluídas do paraíso de Deus, foram deixadas as raízes, as quais, sobrevindo a chuva e o sol da graça de Deus, podem de novo germinar.<br /> Porventura o nosso Deus, logo a seguir à queda e à proclamação da nossa ruína (a pena de morte) não plantou imediatamente (com a promessa da semente bendita), de novo, nos nossos corações, rebentos de nova graça? Acaso não nos enviou o seu Filho, pelo qual nos seriam restituídos os bens perdidos?<br />E não deve sublevar-se o velho Adão contra o novo.<br />23. É coisa torpe e nefanda e sinal evidente de ingratidão estar sempre a apelar para a corrupção e dissimular a redenção. Correr atrás daquilo que o velho Adão em nós deixou e não procurar aquilo que Cristo, novo Adão, nos proporcionou! Muito acertadamente, o Apóstolo, em seu nome e no de todos os regenerados, diz: «Tudo posso naquele que me conforta, Cristo» (Filipenses, 4, 13). Se é possível que um garfo de árvore doméstica, enxertado num salgueiro, num espinheiro ou em qualquer árvore brava, germine e frutifique, porque não há-de acontecer o mesmo se for enxertado bem sobre a própria raiz? Veja-se a argumentação do Apóstolo (Romanos, 11, 24). Além disso, se Deus, de pedras, pode fazer nascer filhos de Abraão (Mateus, 3, 9), porque não há-de despertar os homens, feitos já filhos de Deus desde a criação, adotados de novo por Cristo e regenerados pelo Espírito da graça, para toda a espécie de boas obras?<br />A graça de Deus não se deve coarctar, mas reconhecer com gratidão.<br />24. Abstinhamo-nos de coarctar a graça de Deus, pois Ele está pronto a infundi-la em nós liberalíssimamente. Com efeito, se nós, enxertados em Cristo por meio da fé e dados a Ele por meio do Espírito de adoção, se nós, digo, com a nossa geração, não somos aptos para as coisas do Reino de Deus, como é que então Cristo, falando das criancinhas, afirmou que «é delas o reino de Deus»? [18] Ou como é que no-las apresenta como modelo, ordenando a todos que «se convertam e se façam como crianças, se querem entrar no reino dos céus?» (Mateus, 18, 3). Como é que o Apóstolo proclama santos e nega que sejam impuros os filhos dos cristãos (mesmo quando só um deles pertence ao número dos fiéis)? (Coríntios, I, 7, 14). Pelo contrário, até daqueles que já mergulharam na prática de vícios gravíssimos, o Apóstolo ousa afirmar: «E tais éreis alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo Espírito do nosso Deus» (Coríntios, I, 6, 11). Precisamente por isto, quando dizemos que os filhos dos cristãos (não a geração do velho Adão, mas a geração regenerada pelo novo Adão, isto é, os filhos de Deus, os irmãos e as irmãs de Cristo) pedem para serem formados e estão aptos a receber as sementes da eternidade, a quem pode parecer que isto seja impossível? A ninguém, pois não procuramos obter frutos de uma oliveira brava, mas ajudamos os rebentos da árvore da vida, novamente plantados, para que produzam frutos.<br />Conclusão.<br />25. Fique, portanto, assente que é mais natural e, pela graça do Espírito Santo, mas fácil, que o homem se torne sábio, honesto e santo, do que a perversidade adventícia poder impedir o progresso. Com efeito, qualquer coisa regressa facilmente à sua natureza. E é esta a advertência que nos faz a Escritura: «A sabedoria facilmente se deixa ver por aqueles que a amam; ela corre mesmo atrás de quem a pede, antes de ser conhecida, e por aqueles que a esperam faz-se encontrar, sem fadiga, sentada à sua porta» (Sabedoria, 6, 13 e ss.). E é conhecida a sentença do poeta venusino: Ninguém é tão selvagem que, prestando paciente ouvido à cultura, não possa ser domesticado [19].VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-364083577541072022009-03-17T20:16:00.001-07:002009-04-24T18:19:08.185-07:00CAPÍTULO 06 AO 08Capítulo VI<br />O HOMEM<br />TEM NECESSIDADE<br />DE SER FORMADO,<br />PARA QUE SE TORNE<br />HOMEM<br /> <br />As sementes não são ainda frutos.<br />1. Como vimos, a natureza dá as sementes do saber da honestidade e da religião, mas náo dá propriamene o saber, a virtude e a religião; estas adquirem-se orando, aprendendo, agindo. Por isso, e não sem razão, alguém definiu o homem um «animal educável», pois não pode tornar-se homem a não ser que se eduque.<br />É inata no homem a aptidão para saber, mas não o próprio saber.<br />2. Efetivamente, se consideramos a ciência das coisas, é próprio de Deus saber tudo, sem princípio, sem progresso, sem fim, mediante um só e simples ato de intuição; mas nem ao homem nem ao anjo pode dar este saber, pois não lhe podia dar a infinitude e a eternidade, isto é, a divindade. Aos homens e aos anjos basta aquele grau de excelência de haverem recebido a agudeza de inteligência, com a qual podem indagar as obras de Deus e assim acumular para si um tesouro intelectual. Precisamente por isso, consta, acerca dos anjos, que eles, contemplando, aprendem (Pedro, I, 1, 12; Efésios, 3, 10; Reis, I, 22, 20; Job, 1, 6); e, por isso, o conhecimento deles, de igual modo que o nosso, é experimental.<br />Que o homem deve ser formado «ad humanitatem», mostra-se:<br />1. com o exemplo das outras criaturas.<br />3. Ninguém acredite, portanto, que o homem pode verdadeiramente ser homem, a não ser aquele que aprendeu a agir como homem, isto é, aquele que foi formado naquelas virtudes que fazem o homem. Isto é evidente pelos exemplos de todas as criaturas, as quais se não tornam úteis ao homem, embora a isso destinadas, a não ser depois de adaptadas pela nossa mão. Por exemplo: as pedras foram-nos dadas para servirem para construir casas, torres, muros, colunas, etc.; mas, de fato, não servem para isso, a não ser depois de talhadas, desbastadas e esquadriadas pelas nossas mãos. Do mesmo modo, as pérolas e as gemas, destinadas a servirem de ornamentos humanos, devem ser cortadas, raspadas e polidas pelos homens; os metais, produzidos para usos notáveis da nossa vida, devem ser cavados, liquefeitos, depurados, fundidos e trabalhados a martelo de vários modos; sem tudo isso, são para nós menos úteis que a lama. Das plantas, extraímos alimentos, bebidas e remédios, com a condição, porém, de que é necessário semear, sachar, ceifar, debulhar, moer e pisar os cereais e as ervas; as árvores é necessário plantá-las, podá-las e estrumá-las; os frutos colhê-los, secá-los, etc.; e, muito mais, se qualquer destas coisas deve servir para remédio ou para construir, pois nesse caso é necessário prepará-las de muitíssimos outros modos. Os animais, uma vez que dotados de vida e de movimento, parece que se bastem a si mesmos; todavia, se alguém se quer servir deles para o uso para que foram concedidos, é necessário que primeiro os submeta a exercícios. Eis, com efeito, um cavalo de batalha, um boi para carretos, um burro de carga, um cão de guarda ou de caça, um falcão e um gavião de caça, etc., cada um tem inata a aptidão para esse serviço determinado; todavia, valem bem pouco, se não são treinados para o exercício da sua função.<br />2. Com o exemplo do próprio homem, quanto às ações corpóreas.<br />4. O homem, enquanto tem um corpo, é feito para trabalhar; vemos, todavia, que de inato ele não tem senão a simples aptidão; pouco a pouco, é necessário ensinar-lhe a estar sentado e a estar de pé, a caminhar e a mover as mãos, a fim de que aprenda a fazer qualquer coisa. Como pode, portanto, a nossa mente, sem uma preparação prévia, ter a prerrogativa de se mostrar perfeita em si e por si? Não é possível, porque é lei de todas as coisas criadas o começar do nada e elevar-se gradualmente, tanto no que diz respeito à essência como no que diz respeito às ações. Com efeito, até acerca dos anjos, muito vizinhos de Deus em perfeição, consta que não sabem tudo, mas progridem gradualmente no conhecimento da admirável sabedoria de Deus, como notámos pouco atrás.<br />3. E porque já antes da queda, era necessário exercitar o homem, muito mais é necessário agora, depois da corrupção.<br />5. É evidente também que, já antes da queda, havia sido aberta, para o homem, no paraíso terrestre, uma escola, na qual ele ia, pouco a pouco, fazendo progressos. Com efeito, embora às duas primeiras criaturas, apenas criadas, não faltasse nem o movimento, nem a palavra, nem o raciocínio, todavia, do colóquio de Eva com a serpente, torna-se evidente que não tinham conhecimento das coisas, o qual vem da experiência; pois se aquela desventurada fosse dotada de uma experiência mais rica, não teria admitido com tanta simplicidade quanto a serpente lhe disse, pois teria então a certeza de que aquela criatura não podia ser dotada da capacidade de discorrer, e que, por isso, devia estar a ser vítima de um engano. Com maior razão, portanto, se poderá sustentar que agora, no estado de corrupção, se se quer saber alguma coisa, é necessário aprendê-la, porque realmente vimos ao mundo com a mente nua como uma tábua rasa, sem saber fazer nada, sem saber falar, nem entender; mas é necessário edificar tudo a partir dos fundamentos. E, na verdade, isto consegue-se mais dificilmente do que se conseguiria no estado de perfeição, porque as coisas são para nós obscuras e as línguas confusas (de tal modo que, em vez de uma só, se devem agora aprender várias, se alguém, para se instruir, quer falar em várias línguas, vivas e mortas); além disso, porque as línguas vernáculas se tornaram mais complicadas, e, quando nascemos, nada conhecemos delas.<br />E porque os exemplos mostram que o homem sem instrução não se torna mais que um bruto.<br />6. Temos exemplos de alguns que, raptados na infância pelas feras e crescidos no meio delas [1], nada mais sabiam que os brutos; mais ainda, com a língua, com as mãos e com os pés, não eram capazes de fazer nada de diverso daquilo que fazem os animais, a não ser que, de novo, tenham sido conservados, durante algum tempo, entre os homens. Aduzirei dois exemplos: por 1540, numa aldeia de Hessen, situada no meio de florestas, aconteceu que um menino de três anos, por incúria dos pais, se perdeu. Alguns anos depois, os camponeses viram correr, juntamente com os lobos, um animal de forma diferente, quadrúpede, mas com face semelhante à do homem; como, à força de se falar no caso, a novidade se espalhou, o chefe daquela aldeia ordenou-lhes que vissem se havia maneira de o prender vivo. Em conformidade com esta ordem, foi apanhado e conduzido ao chefe da aldeia, e finalmente enviado ao príncipe de Kassel. Introduzido na sala do príncipe, pôs-se a correr, fugiu, e foi esconder-se debaixo de um banco, olhando com ar ameaçador e lançando terríveis uivos. O príncipe fê-lo alimentar entre homens, e assim a fera começou, a pouco e pouco, a tornar-se mansa, depois a manter-se direita sobre os pés e a caminhar como os bípedes, finalmente a falar com inteligência e a agir como homem. E então, quanto podia recordar-se, contou que tinha sido raptado e alimentado pelos lobos, tendo-se depois habituado a andar à caça com eles. M. Dresser escreve esta história no livro De nova et antiqua disciplina [2] e recorda-a também Camerário nas suas Horas (t. I, Cap. 7) [3], acrescentando outra história parecida. Goularte, nas Maravilhas do nosso século, escreve que em França, em 1563, aconteceu que alguns nobres, andando à caça, e depois de haverem matado doze lobos, acabaram por apanhar, com um laço, um rapaz, de cerca de sete anos, nu, de pele amarelada e de cabeleira encrespada. Tinha as unhas aduncas como uma águia; não falava nenhuma língua, mas emitia uma espécie de mugido grosseiro. Conduzido a uma fortaleza, conseguiu-se com grande dificuldade metê-lo a ferros, de tal modo se tornara feroz; mas, submetido, durante alguns dias, às austeridades da fome, começou a amansar, e, dentro de sete meses, a falar. Levaram-no de cidade em cidade, para o apresentar como espetáculo, o que era fonte de grandes receitas para os seus proprietários. Finalmente, uma pobre mulher reconheceu-o como sendo seu filho [4]. Deste modo, vemos que é verdadeiro aquilo que Platão deixou escrito (Leis, livro 6): o homem é um animal cheio de mansidão e de essência divina, se é tornado manso por meio de uma verdadeira, educação; se, pelo contrário, não recebe nenhuma ou a recebe falsa, torna-se o mais feroz de todos os animais que a terra produz [5].<br />Têm necessidade de ensino:<br />1. os estúpidos e os inteligentes,<br />7. Estes fatos demonstram em geral, que a cultura é necessária a todos. Se agora lançarmos um olhar às diversas condições dos homens, verificamos o mesmo. Com efeito, quem poderá pôr em dúvida que os estúpidos tenham necessidade de instrução, para se libertarem da sua estupidez natural? Mas, na realidade, os inteligentes têm muito mais necessidade de instrução, porque a mente sutil, se não for ocupada em coisas úteis, ocupar-se-á ela mesma em coisas inúteis, frívolas e perniciosas. Com efeito, assim como um campo, quanto mais fértil é, tanto mais produz espinhos e cardos, assim também o engenho perspicaz está sempre cheio de pensamentos frívolos, a não ser que nele se semeiem as sementes da sabedoria e da virtude. E assim como, se à mó que gira não é fornecido o grão, de que é feita a farinha, ela se gasta a si mesma e inutilmente se enche de poeira, produzindo pó, com estrépito e fragor e ainda com o esfarelamento e a ruptura das partes, assim também o espírito ágil, se permanece privado de trabalhos sérios, mergulha inteiramente em coisas vãs, frívolas e nocivas, e será a causa da sua própria ruína.<br />2. os ricos e os pobres,<br />8. Que são os ricos sem sabedoria senão porcos engordados com farelo? Que são os pobres sem compreensão das coisas senão burros condenados a transportar a carga? Um homem formoso privado de cultura, que é senão um papagaio de plumagem brilhante ou, como disse alguém, uma baínha de ouro com uma espada de chumbo? [6]<br />3. aqueles que deverão ser postos à cabeça dos outros e aqueles que deverão ser súditos.<br />9. Aqueles que, alguma vez, deverão ser postos à cabeça dos outros, como os reis, os príncipes, os magistrados, os párocos e os doutores da Igreja devem embeber-se de sabedoria tão necessariamente como o guia dos viajantes deve ter olhos, o intérprete deve ter língua, a trombeta, som e a espada, gume. De modo semelhante, também os súditos devem ser esclarecidos, para que saibam obedecer prudentemente àqueles que governam sabiamente: não coagidamente, com uma sujeição asinina, mas voluntariamente, por amor da ordem. Com efeito, a criatura racional não deve ser conduzida por meio de gritos, de prisões e de bastonadas, mas pela razão. Se se procede de modo diverso, a ofensa redunda contra Deus que também neles depôs a sua imagem; e as coisas humanas estarão cheias, como de fato estão, de violências e de inquietação.<br />Todos, portanto, sem nenhuma exceção.<br />10. Fique, portanto, assente que a todos aqueles que nasceram homens é necessária a educação, porque é necessário que sejam homens, não animais ferozes, nem animais brutos, nem troncos inertes. Daí se segue também que, quanto mais alguém é educado, mais se eleva acima dos outros. Seja, portanto, o Sábio a concluir este capítulo: «Aquele que não faz caso nenhum da sabedoria e do ensino é um infeliz, as suas esperanças são vãs (ou seja, espera em vão conseguir o seu fim), infrutuosas as suas fadigas e inúteis as suas obras» (Sabedoria, 3, 11).<br /> <br />Capítulo VII<br />A FORMAÇÃO DO HOMEM<br />FAZ-SE COM MUITA FACILIDADE<br />NA PRIMEIRA IDADE,<br />E NÃO PODE FAZER-SE<br />SENÃO NESSA IDADE<br /> <br />O modo de desenvolver-se do homem é semelhante ao da planta.<br />1. Do que foi dito, é evidente que é semelhante a condição do homem e a da árvore. Efetivamente, da mesma maneira que uma árvore de fruto (uma macieira, uma pereira, uma figueira, uma videira) pode crescer por si e por sua própria virtude, mas, sendo brava, produz frutos bravos, e para dar frutos bons e doces tem necessariamente que ser plantada, regada e podada por um agricultor perito, assim também o homem, por virtude própria, cresce com feições humanas (como também qualquer animal bruto cresce com as suas feições próprias), mas não pode crescer animal racional, sábio, honesto e piedoso, se primeiramente nele se não plantam os gérmens da sabedoria, da honestidade e da piedade. Agora importa demonstrar que esta plantação deve ser feita enquanto as plantas são novas.<br />A formação do homem deve começar com a primeira idade:<br />1. por causa da incerteza da vida presente.<br />2. Quanto aos homens, as razões fundamentais desta necessidade são seis. Em primeiro lugar, a incerteza da vida presente, da qual é certo que se tem de sair, mas é incerto onde e quando. O perigo de alguém ser surpreendido impreparado é tão grave que não se pode afastar. Com efeito, o tempo presente foi concedido para que, durante ele, o homem ganhe ou perca para sempre a graça de Deus. Efetivamente, assim como no útero da mãe o corpo do homem se forma, de tal maneira que, se algum de lá sai com qualquer membro a menos, necessariamente ficará sem ele durante toda a vida, assim também a alma, enquanto vivemos no corpo, de tal maneira se forma para o conhecimento e para a participação de Deus, que, se algum não consegue adquiri-la neste mundo, uma vez saído do corpo, já lhe não resta nem lugar nem tempo para fazer tal aquisição. Uma vez que, portanto, se trata aqui de um negócio de tão grande importância, convém fazê-lo o mais depressa possível, para que se não seja surpreendido pela morte, antes de o haver conduzido ao fim.<br />2. para que seja instruído naquilo que deve fazer nesta vida, antes de começar a fazê-lo.<br />3. Mas, mesmo que a morte não esteja iminente e se esteja seguro de uma vida muito longa, deve, todavia, começar-se a formação muito cedo, pois não deve passar-se a vida a aprender, mas a fazer. Convém, portanto, instruir-se, o mais cedo possível, naquilo que deve fazer-se nesta vida, a fim de não sermos obrigados a partir, antes de termos aprendido o que devemos fazer. Mesmo que fosse do agrado de alguém passar toda a vida a aprender, é infinita a multidão das coisas que o Criador das mesmas coisas fez objeto de especulação agradável, de tal maneira que se a alguém fosse concedida uma vida tão longa como a Nestor, teria sempre em que a empregar de modo muito útil, investigando os tesouros da sabedoria divina espalhados por toda a parte, e adquirindo com eles apoios para a vida eterna. Deve, portanto, desde cedo, abrir-se os sentidos do homem para a observação das coisas, pois, durante toda a sua vida, ele deve conhecer, experimentar e executar muitas coisas.<br />3. todas as coisas formam-se muito mais facilmente, enquanto são tenras.<br />4. É uma propriedade de todas as coisas que nascem o fato de, enquanto são tenras, se poderem facilmente dobrar e formar, mas, uma vez endurecidas, já não obedecem. A cera mole deixa-se amassar e modelar, mas, endurecida, quebra mais facilmente. Uma arvorezinha deixa-se plantar, transplantar, podar, dobrar para aqui ou para ali, mas uma árvore já crescida de modo algum. Assim, quem quer fazer um vencelho, deve tomar um ramo verde e novo, pois não pode ser torcido um que seja velho, seco e nodoso. De ovos frescos, chocados, nascem no devido tempo os pintainhos, os quais, em vão se esperariam, de ovos ressessos. O carroceiro ensina o cavalo, o lavrador o boi, o caçador o cão e o falcão a trabalhar (assim como o homem de circo ensina o urso a bailar, e a bruxa ensina a pega, o corvo, e o papagaio a falar), mas escolhem aqueles que são muito novos, pois, se tomam os que são já velhos, perdem o tempo.<br />Também o homem.<br />5. Evidentemente, estes resultados obtêm-se, da mesma maneira, no homem cujo cerebro (que, como atras dissemos, é semelhante à cera, recebendo as imagens das coisas que lhe são transmitidas pelos sentidos), na idade infantil, é inteiramente húmido e mole e apto a receber todas as figuras que se lhe apresentam; mas depois, pouco a pouco, seca e endurece, de tal modo que nele mais dificilmente se imprimem ou esculpem as coisas, como a experiência demonstra. Daqui, a seguinte afirmação de Cícero: «as crianças apreendem rapidamente inúmeras coisas» [1]. Assim também as nossas mãos e os nossos outros membros não podem exercitar-se nas artes e nos ofícios senão nos anos da infância, em que os nervos estão tenros. Se alguém quer vir a ser bom escrivão, pintor, alfaiate, ferreiro, músico, etc., deve aplicar-se ao seu ofício desde os primeiros anos, enquanto a imaginação é ágil e os dedos flexíveis; de outro modo, nunca fará nada de bom. De modo semelhante, portanto, se se quer que a piedade lance raízes no coração de alguém, importa plantá-la nos primeiros anos; se se deseja que alguém se torne um modelo de apurada moralidade, é necessário habituá-lo aos bons costumes desde tenra idade; a quem deve fazer grandes progressos no estudo da sabedoria, importa abrir-lhe os sentidos para todas as coisas, nos primeiros anos, enquanto o seu ardor é vivo, o engenho rápido e a memória tenaz. «É coisa torpe e ridícula um velho sentado nos bancos da escola primária: ao jovem compete preparar-se; ao velho realizar-se», escreve Sêneca, na Carta, 36 [2].<br />4. Ao homem foi dado um longo espaço de tempo para se formar, o qual não deve ser gasto noutras coisas.<br />6. Para que o homem pudesse formar-se «ad humanitatem», Deus concedeu-lhe os anos da juventude, durante os quais, sendo inábil para outras coisas, fosse apto apenas para a sua formação. É certo, com efeito, que o cavalo, o boi, o elefante e todos os outros animais, de qualquer tamanho, em um ano ou dois, atingem uma estatura perfeita; o homem, porém, só o consegue em vinte ou trinta anos. Se algum, porém, julgar ter chegado a essa estatura perfeita por um mero acaso ou devido a quaisquer causas segundas, certamente despertará admiração. A todas as outras coisas, Deus fixou uma medida; só ao homem, senhor das coisas, permitiu passar o seu tempo ao acaso? Ou pensaremos que, relativamente ao homem, Deus tenha concedido à natureza a graça de proceder a passo lento, a fim de que mais facilmente possa realizar a sua formação? Ora, sem nenhuma fadiga, em alguns meses, ela forma corpos maiores. Não resta, portanto, nenhuma outra hipótese senão que o nosso Criador, com ânimo deliberado, se dignou conceder-nos a graça de retardar o nosso desenvolvimento, para que fosse mais longo o espaço de tempo para nos dedicarmos ao estudo; e tornar-nos, durante tanto tempo, inábeis para os negócios econômicos e políticos, para que, durante o restante tempo da vida (e também na eternidade), nos tornássemos mais hábeis nesses assuntos.<br />5. Permanece firme somente aquilo de que se embebe a primeira idade.<br />7. No homem, só é firme e estável aquilo de que se embebe a primeira idade; o que é evidente pelos mesmos exemplos. Um vaso de barro conserva, até que se quebre, o odor daquilo com que foi enchido quando era novo [3]. Uma árvore, da maneira como, ainda tenrinha, estendeu os ramos para cima ou para baixo, para este ou para aquele lado, assim os mantém durante cem anos, enquanto a não cortarem. A lã conserva tão tenazmente a primeira cor de que se embebeu que não há perigo de que desbote. Os arcos de uma roda, depois de endurecidos, fazem-se mais facilmente em mil pedaços do que voltam a ficar direitos. Do mesmo modo, no homem, as primeiras impressões estampam-se de tal maneira que é um autêntico milagre fazê-las tomar nova forma; por isso, é de aconselhar que elas sejam modeladas logo nos primeiros anos da vida, segundo as verdadeiras normas da sabedoria.<br />6. Não educar bem é uma coisa sumamente perigosa.<br />8. Finalmente, é uma coisa sumamente perigosa não embeber o homem, logo desde os primeiros anos, dos preceitos salutares à vida. Com efeito, porque a alma humana, apenas os sentidos externos começam a desempenhar o seu papel, de modo algum pode estar quieta, também já não pode abster-se, se não está já ocupada em coisas úteis, de se ocupar em coisas vãs de toda a espécie, e até (dados os maus exemplos do nosso século corrupto) também em coisas prejudiciais, que depois é impossível ou muito difícil desaprender, como advertimos já. Por isso, o mundo está cheio de enormidades, para fazer cessar as quais não bastam nem os magistrados políticos nem os ministros da Igreja, enquanto se não trabalhar seriamente para estancar as primeiras fontes do mal.<br />Conclusão.<br />9. Portanto, na medida em que a cada um interessa a salvação dos seus próprios filhos, e àqueles que presidem às coisas humanas, no governo político e eclesiástico, interessa a salvação do gênero humano, apressem-se a providenciar para que, desde cedo, as plantazinhas do céu comecem a ser plantadas, podadas e regadas, e a ser prudentemente formadas, para alcançarem eficazes progressos nos estudos, nos costumes e na piedade.<br /> <br />Capítulo VIII<br />É NECESSÁRIO,<br />AO MESMO TEMPO,<br />FORMAR A JUVENTUDE<br />E ABRIR ESCOLAS<br /> <br />O cuidado dos filhos diz respeito propriamente aos pais.<br />1. Demonstrado que as plantazinhas do paraíso, ou seja, a juventude cristã, não podem crescer à maneira de uma selva, mas precisam de cuidados, vejamos agora a quem incumbe esses cuidados. Naturalíssimamente, isso compete aos pais, de tal maneira que, assim como foram os autores da vida, sejam também os autores de uma vida racional, honesta e santa. Que para Abraão isso fosse uma obrigação solene, atesta-o Deus: «Porque eu sei que há-de ordenar a seus filhos e à sua casa, depois dele, que guardem os caminhos do Senhor, e que pratiquem a equidade e a justiça» (Gênesis, 18, 19). A mesma coisa exige Deus dos pais, em geral, ao ordenar: «Esforçar-te-ás por ensinar aos teus filhos as minhas palavras e falar-lhes-ás delas quando estiveres sentado em tua casa e quando andares pelos caminhos, quando fores para a cama e quando te levantares» (Deuteronômio, 6, 7). E pela boca do Apóstolo: «Vós, pais, não provoqueis à ira os vossos filhos, mas educai-os na disciplina e nas instruções do Senhor» (Efésios, 6, 4).<br />São-lhes dados, todavia, como auxiliares, os professores das escolas.<br />2. Todavia, porque, tendo-se multiplicado tanto os homens como os afazeres humanos, são raros os pais que, ou saibam, ou possam, ou pelas muitas ocupações, tenham tempo suficiente para se dedicarem a educação de seus filhos, desde há muito, por salutar conselho [1], se introduziu o costume de muitos, em conjunto, conconfiarem a educação de seus filhos a pessoas escolhidas, notáveis pela sua inteligência e pela pureza dos seus costumes. A esses formadores da juventude, é costume dar o nome de preceptores, mestres, mestres-escola e professores; os locais destinados a esses exercícios comuns recebem o nome de escolas, institutos, auditórios, colégios, ginásios, academias, etc.<br />Origem e desenvolvimento das escolas.<br />3. José atesta [2] que o primeiro a abrir escola, imediatamente a seguir ao Dilúvio, foi o patriarca Sem, a qual depois foi chamada escola judaica. E quem não sabe que na Caldéia, principalmente na Babilônia, havia numerosas escolas, onde se cultivavam tanto outras ciências e artes como a astronomia? É sabido, com efeito, que, depois (no tempo de Nabucodonosor), nessa sabedoria dos Caldeus foram instruídos Daniel e os seus companheiros (Daniel, 1, 20). Havia-as também no Egito, onde foi educado Moisés (Atos dos Apóstolos, 7, 22). No povo de Israel, por ordem de Deus, em todas as cidades foram construídas escolas, chamadas sinagogas, onde os levitas ensinavam a Lei, as quais duraram até ao tempo de Cristo, tornando-se célebres pela pregação d’Ele e dos Apóstolos. Dos egípcios, os gregos, e destes, os romanos receberam o costume de fundar escolas; a partir dos romanos, espalhou-se o louvável costume de abrir escolas por todo o Império, principalmente, após a propagação da religião de Cristo, pela solicitude fiel de príncipes e bispos piedosos. Acerca de Carlos Magno, atesta a história que, à medida que ia submetendo cada povo pagão, logo lhe enviava bispos e professores, e erigia templos e escolas. Seguiram o seu exemplo outros imperadores cristãos, reis, príncipes e governadores de cidades; e de tal modo aumentaram o número das escolas que estas se tornaram inumeráveis.<br />Explica-se que, finalmente, devem ser abertas escolas por toda a parte.<br />4. Que este santo costume se deve, não apenas manter, mas até aumentar, interessa a toda a Cristandade, a fim de que em toda e qualquer comunidade de homens bem ordenada (quer seja cidade, ou vila ou aldeia), se construa uma escola para a educação comum da juventude. Exige-o, com efeito:<br />1. o decoro da ordem que deve ser observada por toda a parte,<br />5. A ordem louvável das coisas. Com efeito, se um pai de família não tem disponibilidade para fazer tudo o que a administração dos negócios domésticos exige, mas se serve de vários empregados, porque não há-de fazer o mesmo no nosso caso? Na verdade, quando ele tem necessidade de farinha, dirige-se ao moleiro; quando tem necessidade de carne, ao carniceiro; quando tem necessidade de bebidas, ao taberneiro; quando tem necessidade de um fato, ao alfaiate; quando tem necessidade de calçado, ao sapateiro; quando tem necessidade de uma casa, de uma relha do arado, de um prego, etc., dirige-se ao marceneiro, ao pedreiro, ao ferreiro, etc. Uma vez que, para instruir os adultos na religião, temos os templos; para discutir as causas em litígio, e para convocar o povo e para o informar acerca das coisas necessárias, temos os tribunais e os parlamentos, porque não havemos de ter escolas para a juventude? Além disso, nem sequer os camponeses apascentam, cada um por si, os seus porcos e as suas vacas, mas contratam pastores assalariados que servem ao mesmo tempo a todos, dedicando-se eles, entretanto, com menos distrações, aos seus outros negócios. Na verdade, há uma grande economia de fadiga e de tempo, quando uma só pessoa faz uma só coisa, sem ser distraída por outras coisas; deste modo, com efeito, uma só pessoa pode servir utilmente a muitas, e muitas podem servir a uma só.<br />2. a necessidade,<br />6. Em segundo lugar, a necessidade. Porque, com efeito, raramente os pais estão preparados para educar bem os filhos, ou raramente dispõem de tempo para isso, daí se segue como conseqüência que deve haver pessoas que façam apenas isso como profissão e desse modo sirvam a toda a comunidade.<br />3. a utilidade,<br />7. E mesmo que não faltassem pais a quem fosse possível dedicar-se inteiramente à educação dos seus filhos, seria, todavia, muito melhor educar a juventude em conjunto, num grupo maior, porque, sem dúvida, o fruto e o prazer do trabalho é maior, quando uns recebem exemplo e incitamento de outros. Com efeito, é naturalíssimo fazer o que fazem os outros, ir onde vemos ir os outros, seguir os que vão à frente e ir à frente dos que vêm atrás.<br /> Aberto o curral, tanto melhor corre o forte cavalo, quanto tem a quem passar à frente e a quem seguir [3].<br /> Além disso, a idade infantil conduz-se e governa-se muito melhor com exemplos que com regras. Se se lhe ordena alguma coisa, pouco se interessará; se se lhe mostra os outros a fazer alguma coisa, imitá-los-á, mesmo que lho não ordenem.<br />4. os exemplos constantes da natureza<br />8. Finalmente, a natureza dá-nos, por toda a parte, o exemplo de que aquelas coisas que devem crescer abundantemente devem ser criadas em um só lugar. Assim, as árvores nas florestas, as ervas nos campos, os peixes nas águas, os metais nas profundidades da terra, etc., nascem em grupos. E isso de tal maneira que, em geral, a floresta que produz pinheiros ou cedros ou carvalhos, produ-los abundantemente, enquanto que as outras espécies de árvores nela se não desenvolvem igualmente bem; a terra que produz ouro, não produz, com a mesma abundância, os outros metais. Todavia, aquilo que queremos dizer encontra-se ainda mais bem expresso no nosso corpo, onde é necessário que cada membro receba uma parte do alimento que se toma, e todavia não se dá a cada um a sua porção ainda crua para que a prepare e adapte a si, mas há determinados membros, que são como que oficinas destinadas a esse trabalho, os quais, para utilidade de todo o corpo, recebem os alimentos, fazem-nos fermentar, digerem-nos e, finalmente, distribuem o alimento assim preparado pelos outros membros. Assim, o estômago forma o quilo, o fígado o sangue, o coração o espírito vital, e o cérebro o espírito animal, os quais, já preparados, difundem-se facilmente por todos os membros e conservam agradavelmente a vida em todo o corpo. Porque é que, portanto, não se há-de crer que, do mesmo modo que as oficinas reforçam e regulam os trabalhos, os templos a piedade, os tribunais a justiça, assim também as escolas produzem, depuram e multiplicam a luz da sabedoria e a distribuem a todo o corpo da comunidade humana?<br />5. e da arte<br />9. Finalmente, nas coisas artificiais, todas as vezes que se procede racionalmente, observamos o mesmo. É certo que o sivicultor, girando pelas florestas e pelos pinhais, não planta os mergulhões por toda a parte onde os encontra próprios para a plantação, mas arranca-os e transporta-os para um viveiro e trata-os juntamente com centenas de outros. Do mesmo modo, quem se ocupa em multiplicar os peixes para uso da cozinha, constrói um viveiro, onde os faz multiplicar, todos juntos, aos milhares. E quanto maior é a plantação, tanto melhor costumam crescer as plantas; e quanto maior é o viveiro, tanto maiores se tornam os peixes. Ora, assim como se devem fazer viveiros para os peixes e plantações para as plantas, assim se devem construir escolas para a juventude.VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-20402267463369754902009-03-17T20:15:00.003-07:002009-04-24T18:24:45.456-07:00CAPÍTULO 09 AO 11Capítulo IX<br />TODA<br />A JUVENTUDE<br />DE AMBOS OS SEXOS<br />DEVE SER ENVIADA<br />ÀS ESCOLAS<br /> <br />As escolas devem ser asilos comuns da juventude.<br />1. Que devem ser enviados às escolas não apenas os filhos dos ricos ou dos cidadãos principais, mas todos por igual, nobres e plebeus, ricos e pobres, rapazes e raparigas, em todas as cidades, aldeias e casais isolados, demonstram-no as razões seguintes:<br />1. Por que todos devem ser reformados à imagem de Deus.<br />2. Em primeiro lugar, todos aqueles que nasceram homens, nasceram para o mesmo fim principal, para serem homens, ou seja, criatura racional, senhora das outras criaturas, imagem verdadeira do seu Criador. Todos, por isso, devem ser encaminhados de modo que, embebidos seriamente do saber, da virtude e da religião, passem utilmente a vida presente e se preparem dignamente para a futura. Que, perante Deus, não há pessoas privilegiadas, Ele próprio o afirma constantemente [1]. Portanto, se nós admitimos à cultura do espírito apenas alguns, excluíndo os outros, fazemos injúria, não só aos que participam conosco da mesma natureza, mas também ao próprio Deus, que quer ser conhecido, amado e louvado por todos aqueles em quem imprimiu a sua imagem. E isso será feito com tanto mais fervor, quanto mais acesa estiver a luz do conhecimento: ou seja, amamos tanto mais, quanto mais conhecemos [2].<br />2. Todos se devem preparar para os ofícios da sua futura vocacão.<br />3. Em segundo lugar, porque não nos é evidente para que coisa nos destinou a divina providência. É certo, porém, que, por vezes, de pessoas paupérrimas, de condição baixíssima e obscurantíssima, Deus constitui órgãos excelentes da sua glória. Imitemos, por isso, o sol celeste, que ilumina, aquece e vivifica toda a terra, para que tudo o que pode viver, verdejar, florir e frutificar, viva, verdeje, floresça e frutifique.<br />3. Alguns sobretudo (os estúpidos e os débeis por natureza) devem ser muito ajudados.<br />4. Não deve fazer-nos obstáculo o fato de vermos que alguns são rudes e estúpidos por natureza, pois isso ainda mais recomenda e torna mais urgente esta universal cultura dos espíritos. Com efeito, quanto mais alguém é de natureza lenta ou rude, tanto mais tem necessidade de ser ajudado, para que, quanto possível, se liberte da sua debilidade e da sua estupidez brutal. Não é possível encontrar um espírito tão infeliz, a que a cultura não possa trazer alguma melhoria. Certamente, da mesma maneira que um vaso esburacado, muitas vezes lavado, embora não conserve nenhuma gota de água, todavia, torna-se mais liso e mais limpo, assim também os débeis e os estúpidos, mesmo que nos estudos não façam nenhum progresso, tornam-se, todavia, mais brandos nos costumes, de modo a saberem obedecer às autoridades políticas e aos ministros da Igreja. Consta, de resto, pela experiência, que certos indivíduos, por natureza muito lentos, depois de terem seguido o curso dos estudos, passaram à frente de outros mais bem dotados. E isto é tão verdadeiro que um poeta afirmou: «O trabalho obstinado vence tudo» [3]. Além disso, da mesma maneira que alguém, na infância, é belo e forte de corpo, e depois se torna enfermiço e emagrece, e um outro, ao contrário, em jovem, é de constituição doentia, e depois adquire força e cresce robusto, assim também se verifica com as inteligências, de tal maneira que algumas são precoces, mas depressa se esgotam e acabam por se tornar obtusas, e outras a princípio são rudes, mas depois tornam-se finas e muito penetrantes. Além disso, gostamos de ter nos pomares, não apenas árvores que produzem frutos precoces, mas também árvores que produzem frutos de meia estação, e frutos serôdios, porque cada coisa é boa no seu tempo (como diz algures o Eclesiástico) [4] e, embora tarde, acaba por mostrar, em determinada altura, que não existia em vão. Porque é que, então, no jardim das letras, apenas queremos tolerar as inteligências de uma só espécie, ou seja, as precoces e ágeis? Ninguém, por conseguinte, seja excluído, a não ser a quem Deus negou a sensibilidade e a inteligência.<br />Deve admitir-se nos estudos também o sexo frágil? Sim.<br />5. Não pode aduzir-se nem sequer um motivo válido pelo qual o sexo fraco (para que acerca deste assunto diga particularmente alguma coisa) deva ser excluído dos estudos (quer estes se ministrem em latim, quer se ministrem na língua maternal. Com efeito, as mulheres são igualmente imagens de Deus, igualmente participantes da graça e do reino dos céus, igualmente dotadas de uma mente ágil e capaz de aprender a sabedoria (muitas vezes até mais que o nosso sexo), igualmente para elas está aberto o caminho dos ofícios elevados; uma vez que, freqüentemente, são chamadas pelo próprio Deus para o governo dos povos, para dar salutares conselhos a reis e a príncipes, para exercer a medicina e outras artes salutares ao gênero humano, para pronunciar profecias e exprobar sacerdotes e bispos. Porque é que, então, as havíamos de admitir ao abc e depois as havíamos de afastar do estudo dos livros? Temos medo que cometam temeridades? Mas quanto mais lhes tivermos ocupado o pensamento, tanto menor lugar encontrará a temeridade, a qual, normalmente, é originada pela desocupação da mente.<br />Todavia, com que precaução?<br />6. Todavia, de tal maneira que lhes não seja dado como alimento toda a espécie de livros (do mesmo modo que à juventude de outro sexo; sendo deplorável que, até aqui, este mal não tenha sido evitado com maior precaução), mas livros nos quais possam haurir constantemente, com o verdadeiro conhecimento de Deus e das suas obras, verdadeiras virtudes e a verdadeira piedade.<br />Rebate-se uma objeção.<br />7. Ninguém, portanto, me objete com as palavras do Apóstolo: «Não permito à mulher que ensine» (Timóteo, I, 2, 12), ou com as de Juvenal, na Sátira 6:<br /> Que a mulher que se deita juntamente contigo não tenha a mania de falar ou de enrolar frases para construir entimemas, nem saiba todas as histórias [5].<br /><br />ou com aquilo que, em Euripedes, diz Hipólito:<br /><br /> Odeio a mulher erudita, para que em minha casa nunca se encontre uma que saiba mais do que convém saber a uma mulher. Com efeito, Vênus inspira maior astúcia às mulheres eruditas [6].<br /><br /> Estas afirmações, repito, nada obstam ao nosso conselho, pois é nossa opinião que as mulheres sejam instruídas, não para a curiosidade, mas para a honestidade e para a beatitude. Sobretudo naquelas coisas que a elas importa saber e que podem contribuir quer para administrar dignamente a vida familiar, quer para promover a sua própria salvação, a do marido, dos filhos e de toda a família.<br />Outra objeção.<br />8. Se alguém disser: onde iremos nós parar, se os operários, os agricultores, os moços de fretes e finalmente até as mulheres se entregarem aos estudos? Respondo: acontecerá que, se esta educação universal da juventude for devidamente continuada, a ninguém faltará, daí em diante, matéria de bons pensamentos, de bons desejos, de boas inspirações e também de boas obras. E todos saberão para onde devem dirigir todos os atos e desejos da vida, por que caminhos devem andar e de que modo cada um há-de ocupar o seu lugar. Além disso, todos se deleitarão, mesmo no meio dos trabalhos e das fadigas, meditando nas palavras e nas obras de Deus, e evitarão o ócio, causa de pecados carnais e de delitos de sangue, lendo freqüentemente a Bíblia e outros bons livros (e estes prazeres, muito doces, atraiem quem já os saboreou). E, para que diga tudo de uma só vez, aprenderão a ver Deus por toda a parte, a louvá-lo por toda a parte, a aproximar-se dele por toda a parte; e, deste modo, aprenderão a passar com maior alegria esta vida de misérias e a esperar, com maior desejo e maior esperança, a vida eterna. Acaso não é verdade que semelhante estado da Igreja representaria para nós o paraíso, tal como é possível tê-lo na terra?<br /> <br />Capítulo X<br />NAS ESCOLAS,<br />A FORMAÇÃO<br />DEVE SER UNIVERSAL<br /> <br />Que se entende por aquele «tudo» que, nas escolas, se deve ensinar e aprender?<br />1. Importa agora demonstrar que, nas escolas, se deve ensinar tudo a todos. Isto não quer dizer, todavia, que exijamos a todos o conhecimento de todas as ciências e de todas as artes (sobretudo se se trata de um conhecimento exato e profundo). Com efeito, isso, nem, de sua natureza, é útil, nem, pela brevidade da nossa vida, é possível a qualquer dos homens. Vemos, com efeito, que cada ciência se alarga tão amplamente e tão sutilmente (pense-se, por exemplo, nas ciências físicas e naturais, na matemática, na geometria, na astronomia, etc. e ainda na agricultura ou na sivicultura, etc.) que pode preencher toda a vida, mesmo de inteligências grandemente dotadas que acaso queiram dedicar-se à teoria e à prática, como aconteceu com Pitágoras na matemática [1], com Arquimedes na mecânica, com Agrícola na mineralogia [2], com Longólio na retórica (o qual se ocupou de uma só coisa, para que viesse a ser um perfeito ciceroniano) [3]. Pretendemos apenas que se ensine a todos a conhecer os fundamentos, as razões e os objetivos de todas as coisas principais, das que existem na natureza como das que se fabricam, pois somos colocados no mundo, não somente para que façamos de espectadores, mas também de atores. Deve, portanto, providenciar-se e fazer-se um esforço para que a ninguém, enquanto está neste mundo, surja qualquer coisa que lhe seja de tal modo desconhecida que sobre ela não possa dar modestamente o seu juízo e dela, se não possa servir prudentemente para um determinado uso, sem cair em erros nocivos.<br />Ou seja, aquelas coisas que dizem respeito à cultura do homem todo.<br />2. Deve, portanto, tender-se inteiramente e sem exceção para que, nas escolas, e, conseqüentemente, pelo benéfico efeito das escolas, durante toda a vida: I. se cultivem as inteligências com as ciências e com as artes; II. se aperfeiçoem as línguas; III. se formem os costumes para toda a espécie de honestidade; IV. se preste sinceramente culto a Deus.<br />Ciência, prudência, piedade.<br />3. Efetivamente, disse uma palavra de sábio aquele que afirmou que as escolas são oficinas de humanidade [4], contribuindo, em verdade, para que os homens se tornem verdadeiramente homens, isto é (tendo em vista os objetivos atrás estabelecidos): I. criatura racional; II. criatura senhora das outras criaturas (e também de si mesma); III. criatura delícia do seu Criador. O que acontecerá se as escolas se esforçarem por produzir homens sábios na mente, prudentes nas ações e piedosos no coração.<br />Que estas coisas se não devem separar, prova-se:<br />4. Por conseguinte, estas três coisas deverão ser implantadas em todas as escolas para benefício de toda a juventude. O que demonstrarei, indo buscar o fundamento de meu raciocinio: I. às coisas que neste mundo nos rodeiam; II. a nós mesmos; III. a Cristo, Homem-Deus , modelo perfeitíssimo da nossa perfeição.<br />1. a partir da coerência das próprias coisas.<br />5. As próprias coisas, enquanto nos dizem respeito, não podem ser divididas senão em três espécies. Na verdade: algumas são apenas objeto de observação, como o céu e a terra e as coisas que neles existem; outras são objeto de imitação, como a ordem admirável espalhada por toda a parte, a qual o homem tem obrigação de exprimir também nas suas obras; outras, enfim, são objeto de fruição, como o favor da divindade e a sua multíplice benção, neste mundo e para sempre. Se o homem deve ser semelhante a estas coisas, importa necessariamente que se prepare, tanto para conhecer as coisas, que, neste maravilhoso anfiteatro, se oferecem à sua observação, como para fazer aquelas coisas que se lhe ordena que faça, como, finalmente, para gozar daquelas que, com mão liberal, o benigníssimo Criador lhe oferece (como a um hóspede que esteja em sua casa) para sua fruição.<br />2. a partir da essência da nossa alma.<br />6. Se nos observarmos a nós mesmos, depreendemos igualmente que a todos, por igual, convém a instrução, a moralidade e a piedade, quer observemos a essência da nossa alma, quer a finalidade para que fomos criados e postos no mundo.<br /><br />7. A essência da alma é constituída por três faculdades (as quais refletem a Trindade incriada): inteligência, vontade e memória. A inteligência alarga-se a observar as diferenças das coisas (até às mais pequenas minúcias); a vontade dirige-se à escolha das coisas, ou seja, a escolher as que são boas e a rejeitar as que são prejudiciais; a memória, por sua vez, retém, para uso futuro, as coisas de que, alguma vez, se ocuparam a inteligência e a vontade, e lembra à alma a sua origem (deriva de Deus) e a sua missão; sob este aspecto, chama-se também consciência. Ora, para que estas três faculdades possam cumprir bem a sua missão, é necessário instruí-las perfeitamente em coisas que iluminem a inteligência, dirijam a vontade e estimulem a consciência, de modo que a inteligência penetre profundamente, a vontade escolha sem erro, e a consciência refira tudo avidamente a Deus. Ora, assim como aquelas três faculdades (a inteligência, a vontade e a consciência), uma vez que constituem uma mesma alma, não podem separar-se, assim também aqueles três ornamentos da alma, a instrução, a virtude e a piedade, não devem separar-se.<br />E a partir do fim da nossa missão no mundo.<br />8. Se agora considerarmos porque é que fomos colocados no mundo, de novo se tornará evidente que as finalidades são três: para servir a Deus, às criaturas e a nós mesmos; e para gozar o prazer emanante de Deus, das criaturas e de nós mesmos.<br />1. Para que sirvamos a Deus, ao próximo e a nós mesmos.<br />9. Se queremos servir a Deus, ao próximo e a nós mesmos, é necessário que tenhamos, em relação a Deus, piedade; em relação ao próximo, honestidade; e em relação a nós mesmos, ciência. Estas coisas estão, porém, de tal maneira ligadas que, do mesmo modo que o homem deve ser, para consigo mesmo, não só prudente, mas também morigerado e piedoso, assim também não só os nossos costumes, mas também o nosso saber e a nossa piedade devem servir para utilidade do próximo; e não somente a nossa piedade, mas também o nosso saber e os nossos costumes devem servir para louvor de Deus.<br />3. Para que gozemos um tríplice prazer permanente:<br />10. Se consideramos o prazer, vemos que Deus afirmou na criação que o homem é destinado a gozá-lo, uma vez que o introduziu num mundo já dotado de toda a espécie de bens, e, além disso, em atenção a ele, criou um paraíso de delícias; e, finalmente, resolveu torná-lo participante da sua eterna beatitude.<br />11. Deve, todavia, entender-se por prazer, não o do corpo (embora também este, uma vez que não é senão o vigor da saúde, e o agrado do alimento e do sono, não possa derivar senão da virtude da temperança), mas o da alma, o qual resulta, ou das coisas que nos cercam, ou de nós mesmos, ou então de Deus.<br />a) das próprias coisas,<br />12. O prazer que brota das próprias coisas é aquela alegria que o homem sábio experimenta nas suas observações. Com efeito, seja o que for que ele faça, para qualquer lado que se volte, em qualquer coisa que fixe a sua atenção, em tudo e por tudo permanece preso de tamanha alegria, que, muitas vezes, como que arrebatado fora de si, se esquece de si mesmo. É precisamente o que afirma o livro da sabedoria: «Conservar a sabedoria não produz amargura e conviver com ela não produz tédio, mas alegria e contentamento» (Sabedoria, 8, 16). E um sábio pagão escreveu:<br /> :<br />«Na vida, nada há mais doce que o filosofar» [5].<br />b) de nós mesmos,<br />13. O prazer que cada um goza em si mesmo é aquele dulcíssimo deleite que o homem, entregue à virtude, goza pela sua boa disposição interior, sentindo-se pronto para tudo o que a ordem da justiça requer. Esta alegria é muito maior que aquela de que, há pouco, falámos, segundo esta máxima: A boa consciência é um banquete perene [6].<br />c) de Deus.<br />14. O prazer que nos vem de Deus é o mais alto grau de alegria que se pode experimentar nesta vida, uma vez que o homem, sentindo que Deus lhe é eternamente propício, exulta de tal maneira no seu paternal e imutável favor, que o coração se lhe consome no amor de Deus; e já não sabe nem fazer nem desejar outra coisa senão, imergindo-se todo na misericórdia de Deus, viver uma doce tranqüilidade e saborear, já neste mundo, a alegria da vida eterna. «Esta é a paz que Deus nos concede e que está acima de todo o entendimento humano» (Filipenses, 4, 7), não sendo possível desejar nem pensar coisa mais sublime. Portanto, aquelas três coisas, a instrução, a virtude e a piedade, são as três fontes, das quais brotam todos os arroios dos mais perfeitos prazeres.<br />3. Pelo exemplo de Cristo, nosso modelo.<br />15. Por último, que estas três coisas devem existir em todos e em cada um, ensinou-o com o seu exemplo aquele que se manifestou na carne (para mostrar em si a forma e a norma de todas as coisas), Deus. Com efeito, o evangelista afirma que ele, enquanto crescia em idade, crescia em sabedoria e em graça, diante de Deus e dos homens (Lucas, 2, 52). Eis onde se encontram aquelas três bases dos nossos ornamentos! Efetivamente, que é a sabedoria senão o conhecimento de todas as coisas como são na realidade? Que é que produz a graça diante dos homens, senão a amabilidade dos costumes? E que é que nos grangeia a graça diante de Deus, senão o temor do Senhor, ou seja, a íntima, séria e fervorosa piedade? Sintamos, portanto, em nós aquilo que se encontra em Cristo Jesus, o qual é o protótipo perfeitíssimo de toda a perfeição, com o qual nos devemos conformar.<br /><br />16. Precisamente por isso, com efeito, Ele disse: «Aprendei de mim» (Mateus, 11, 29). E porque o próprio Cristo foi dado ao gênero humano como mestre sapientíssimo, sacerdote santíssimo e rei potentíssimo, é evidente que os cristãos devem ser formados segundo o modelo de Cristo, e tornar-se sábios na mente, santos na pureza de consciência e fortes (cada um segundo a sua vocação) nas obras. Portanto, as nossas escolas virão a ser, finalmente, verdadeiras escolas cristãs, se nos fazem o mais semelhantes possível a Cristo.<br />Infeliz divórcio.<br />17. Verifica-se, portanto, um infeliz divórcio, em todos os casos em que estas três coisas não estão unidas por um ligame adamantino. Infeliz a instrução que se não converte em moralidade e em piedade! Com efeito, que é a ciência sem a moral? Quem progride na ciência e regride na moral (é máxima antiga), anda mais para trás que para a frente [7]. Por isso, aquilo que Salomão disse da mulher formosa, mas inimiga da sabedoria, pode dizer-se também de um homem douto, mas de maus costumes: «A instrução infundida num homem inimigo da virtude é um colar de ouro colocado no focinho de um porco» (Provérbios, 11, 22). Da mesma maneira que as pedras preciosas se não encastoam no chumbo, mas no ouro, para que em conjunto irradiem um brilho mais esplendoroso, assim também a ciência não deve juntar-se à libertinagem, mas à virtude, para que uma aumente o brilho da outra. E quando a uma e outra se junta uma piedade verdadeira, então a perfeição ficará completa. De fato, o temor de Deus, da mesma maneira que é o princípio e o fim da sabedoria, é também o cume e a coroa da ciência, porque a plenitude da sabedoria consiste em temer o Senhor. (Provérbios, 1, 7; Eclesiástico, 1, 14 e noutros lugares) [8].<br />Conclusão.<br />18. Em resumo, uma vez que dos anos da infância e da educação depende todo o resto da vida, se os espíritos de todos não forem preparados desde então para todas as coisas de toda a vida, está tudo perdido. Portanto, assim como no útero materno se formam os mesmos membros para todo o ser que há-de tornar-se homem, e para cada um se formam todos, as mãos, os pés, a língua, etc., embora nem todos venham a ser artesãos, corredores, escrivães e oradores, assim também, na escola, deve ensinar-se a todos todas aquelas coisas que dizem respeito ao homem, embora, mais tarde, umas venham a ser mais úteis a uns e outras a outros.<br /> <br />Capítulo XI<br />ATÉ AGORA<br />NÃO TEM HAVIDO ESCOLAS<br />QUE CORRESPONDAM<br />PERFEITAMENTE AO SEU FIM<br /> <br />Que é uma escola que corresponda exatamente ao seu fim?<br />1. Parecerei excessivamente presunçoso com esta afirmação ousada. Mas vou abordar o assunto de frente, constituindo o leitor como juiz e não representando eu próprio senão o papel de ator. Chamo escola perfeitamente correspondente ao seu fim aquela que é uma verdadeira oficina de homens, isto é, onde as mentes dos alunos sejam mergulhadas no fulgor da sabedoria, para que penetrem prontamente em todas as coisas manifestas e ocultas (como diz o Livro da Sabedoria, 7, 21), as almas e as inclinaçõcs da alma sejam dirigidas para a harmonia universal das virtudes, e os corações sejam trespassados e inebriados de amores divinos, de tal maneira que, já na terra, se habituem a viver uma vida celeste todos aqueles que, para se embeberem de verdadeira sabedoria, são enviados às escolas cristãs. Numa palavra: onde absolutamente tudo seja ensinado absolutamente a todos («ubi Omnes, Omnia, Omnino, doceantur»).<br />Que as escolas devem ser assim, mas que, de fato, o não são, demonstra-se:<br />2. Mas qual é a escola que, até hoje, se propôs este grau de perfeição? Não falemos sequer em alguma que o tenha atingido. Mas para que não pareça que acalentamos ideias platônicas e sonhamos com uma perfeição que não existe em parte alguma, nem talvez possa esperar-se nesta vida, mostraremos, com outro argumento, que as escolas devem ser como disse, e que, todavia, até agora, não têm sido assim.<br />1. Com o voto de Lutero<br />3. Lutero, na sua exortação às cidades do Império, para que constituíssem escolas (em 1525), entre outras coisas, emitiu estes dois votos: Primeiro, «que, em todas as cidades, vilas e aldeias, sejam fundadas escolas, para educar toda a juventude de ambos os sexos (precisamente como, no capítulo IX, mostrámos dever fazer-se), de tal maneira que, mesmo aqueles que se dedicam à agricultura e às profissões manuais, freqüentando a escola, ao menos duas horas por dia, sejam instruídos nas letras, na moral e na religião». Segundo: «que sejam instruídos com um método muito fácil, não só para que se não afastem dos estudos, mas até para que para eles sejam atraídos como para verdadeiros deleites», e, como ele diz, «para que as crianças experimentem nos estudos um prazer não menor que quando passam dias inteiros a brincar com pedrinhas, com a bola, e às corridas». Assim falava Lutero [1].<br />2. Com o testemunho das próprias coisas. Com efeito:<br />4. Conselho verdadeiramente sábio e digno de tão grande homem. Mas quem não vê que, até agora, permaneceu um simples voto? Onde estão, com efeito, essas escolas universais? Onde está esse método atraente?<br />1) Ainda não foram fundadas escolas por toda a parte.<br />5. Vemos precisamente o contrário: nas aldeias e nos pequenos povoados, não foram ainda fundadas escolas.<br />2) E não se pensa em que, onde existem, sejam para todos.<br />6. E, onde existem, não são indistintamente para todos, mas apenas para alguns, ou seja, para os ricos, porque, sendo dispendiosas, nelas não são admitidos os mais pobres, salvo casos raros, ou seja, quando alguém faz uma obra de misericórdia. No entanto, é provável que, de entre os pobres, inteligências muitas vezes excelentes passem a vida e morram sem poder instruir-se, com grave dano para a Igreja e para o Estado.<br />3) Não são escolas, mas padarias.<br />7. Além disso, na educação da juventude, usou-se quase sempre um método tão duro que as escolas são consideradas como os espantalhos das crianças, ou as câmaras de tortura das inteligências. Por isso, a maior e a melhor parte dos alunos, aborrecidos com as ciências e com os livros, preferem encaminhar-se para as oficinas dos artesãos, ou para qualquer outro gênero de vida.<br />4. Em lugar algum se ensina tudo, e nem sequer as coisas principais.<br />8. Àqueles que ficam na escola (ou constrangidos pela vontade dos pais e dos benfeitores, ou aliciados pela esperança de, com os estudos, conseguirem um dia um pouco de autoridade, ou impelidos por uma força espontânea da natureza para uma educação liberal), a esses, ministra-se uma cultura, é certo, mas sem a seriedade e a prudência necessárias, anacrônica e má sob todos os aspectos. Efetivamente, aquilo que sobretudo se devia implantar na alma dos jovens, isto é, a piedade e a moralidade, descura-se de modo particular. E afirmo que estas duas coisas, em todas as escolas (mesmo nas Universidades, que deviam ser o ponto mais alto da cultura humana), têm sido as mais descuradas, e, em conseqüência disso, a maioria das vezes, saiem de lá, em vez de cordeiros mansos, ferozes burros selvagens e mulos indômitos e petulantes; e, em vez de uma índole modelada pela virtude, trazem de lá um conjunto de boas maneiras que de moral têm apenas o verniz, e os olhos, as mãos e os pés adestrados para as vaidades mundanas. Na verdade, a quantos destes homúnculos, polidos durante tanto tempo com o estudo das línguas e das artes, virá à mente ser, para todos os outros homens, exemplo de temperança, de castidade, de humildade, de humanidade, de gravidade, de paciência, de continência, etc.? E de onde nasce o mal senão do fato de que se não exige às escolas que ensinem a viver honestamente? Isto é testemunhado pela disciplina dissoluta de quase todas as escolas, pelos costumes relaxados de todas as classes sociais e pelos infinitos lamentos, suspiros e lágrimas de muitas pessoas piedosas. E há ainda alguém que possa defender o estado das escolas? A doença hereditária, descida até nós a partir das duas primeiras criaturas, domina-nos de tal modo que, posta de parte a árvore da vida, voltamos desordenadamente os nossos apetites só para a árvore da ciência. E as escolas, secundando estes apetites desordenados, até agora não têm procurado senão a ciência.<br />5) Não com um método atraente, mas violento.<br />9. E, mesmo isto, com que método e com que resultado? De modo a reter os estudantes durante cinco, dez, ou mais anos, em coisas que a mente humana é capaz de aprender em um ano. O que se poderia inculcar e infundir suavemente nos espíritos, é neles impresso violentamente, ou melhor, é neles enterrado e ensacado. O que poderia ser posto diante dos olhos de modo claro e distinto, é apresentado de modo obscuro, confuso e intrincado, como que por meio de enigmas.<br />6. É ministrada uma instrução mais verbal que real.<br />10. Deixo de lado que, nas presentes circunstâncias, quase nunca os espíritos são alimentados com coisas verdadeiramente substanciosas, mas, na maior parte dos casos, são atulhados com palavras ocas (palavras de vento e linguagem de papagaio) e com opiniões que pesam tanto como a palha e o fumo.<br />O ensino da língua latina é prolixo e confuso.<br />11. O próprio estudo da língua latina (abordo-o de passagem, apenas para citar um exemplo), ó bom Deus, como é intrincado, como é penoso, como é longo! Quaisquer serventes, criados ou moços de recados, entregues aos trabalhos da cozinha, aos serviços militares ou a outros serviços vis, aprendem mais depressa uma língua qualquer, ou até duas ou três, embora diferente da sua língua materna, que os alunos das escolas aprendem só o latim, embora tenham todo o tempo livre e se entreguem ao estudo com todas as suas forças. E como é desigual o resultado! Os primeiros, após alguns meses, falam correntemente em língua estrangeira; os segundos, mesmo depois de quinze ou vinte anos, na maior parte dos casos não são capazes de dizer senão certas coisas em latim, a não ser que se socorram de gramáticas e de dicionários como os coxos de muletas; e, mesmo essas coisas, não sem hesitar e titubear. De onde pode vir este deplorável dispêndio de tempo e de esforço, senão de um método defeituoso?<br />Lamento de Lubin acerca disto.<br />12. A respeito deste método, escreveu, com razão, o eminente Eilhard Lubin, doutor em Teologia e professor na Universidade de Rostock: «O método corrente de educar as crianças nas escolas parece-me inteiramente como algo que alguém, empregando todo o seu esforço e toda a sua capacidade, fosse encarregado de pensar a maneira ou o método com o qual os professores conduzissem e os alunos fossem conduzidos ao conhecimento da língua latina apenas com imensas fadigas, com enorme tédio e com infinitas penas, e apenas após um longuíssimo espaço de tempo.<br /> Quanto mais penso neste erro, ruminando no meu espírito atormentado, tanto mais sinto o coração apertar-se e arrepios percorrerem os meus ossos».<br /> E, logo a seguir, acrescenta: «Enquanto, comigo mesmo, penso freqüentemente nestas coisas, confesso que, mais de uma vez, fui levado a pensar e a crer firmemente que estas coisas foram introduzidas nas escolas por um gênio maligno e invejoso, inimigo do gênero humano» [2]. Assim fala este mestre. De entre muitos outros testemunhos de pessoas de valor, quis citar apenas este.<br />E do autor.<br />13. Mas, afinal, que necessidade há de procurar testemunhos? Quantos de nós, terminados os estudos, saimos das escolas e das academias, apenas com umas vagas tintas de uma verdadeira cultura! Eu próprio, mísero homúnculo, sou um desses muitos milhares que passaram e gastaram miseravelmente a ameníssima primavera da vida e os anos florescentes da juventude nas banalidades da escola. Ah! quantas vezes, mais tarde, quando comecei a ver as coisas um pouco melhor, a recordação do tempo perdido me arrancou suspiros do peito, lágrimas dos olhos e gritos de dor do coração. Ah! quantas vezes essa dor me levou a exclamar:<br /> «oh! se Júpiter me voltasse a dar os anos passados!» [3].<br />Lamentos e votos para que as coisas mudem para melhor.<br />14. Mas estes desejos são vãos, pois o dia que passa não voltará mais. Nenhum de nós, que estamos já carregados de anos, voltará a rejuvenescer de modo a poder dar à vida uma nova direção e a preparar-se melhor para ela com a instrução. Para nós, já não há remédio. Resta-nos apenas uma coisa, uma só coisa é possível: que tudo aquilo que pudermos fazer em proveito dos nossos vindouros, o façamos, ou seja, demonstrado em que erros nos lançaram os nossos professores, lhes mostremos o caminho de evitar esses erros. E isto se fará no nome e sob a direção daquele «que é o único que pode enumerar os nossos defeitos e endireitar as nossas idéias tortas» (Eclesiastes, I, 15).VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-37994284724578887572009-03-17T20:15:00.001-07:002009-03-17T20:15:41.813-07:00CAPÍTULO 12 AO 14VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-12589304183415203812009-03-17T20:14:00.000-07:002009-03-17T20:15:21.587-07:00CAPÍTULO 15 AO 17VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-67853906206979829162009-03-17T20:13:00.006-07:002009-03-17T20:14:42.557-07:00CAPÍTULO 18 AO 20VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8213967644931096635.post-42094810670635274172009-03-17T20:13:00.005-07:002009-03-17T20:13:52.212-07:00CAPÍTULO 21 AO 23VALDEMIRhttp://www.blogger.com/profile/12200140662118097353noreply@blogger.com0